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Review - Liberteer - "Better To Die On Your Feet Than Live On Your Knees"

LIBERTEER
“Better To Die On Your Feet Than Live On Your Knees”
[CD – Relapse Records]

Já bem sabemos do olho afinado da Relapse Records. É uma das verdadeiras editoras independentes na sua filosofia de negócio. Poder-se-á dizer que é um negócio mas, neste caso de risco, de quem, como é deduzível, está sobretudo interessado em descobrir talentos e… talvez ganhar alguns trocos. Não seria com música como a que a Relapse sempre lançou que ia sustentar mansões ou iates. E aqui está mais uma prova disso. Grindcore como não me recordo de ouvir. Porque não é só grindcore.

Extremos, sem dúvida. Falei no plural? Pois, mas os Liberteer são apenas a personificação de Matthew Widener que, sem mais ajudas, criou esta entidade repleta de sensações ambivalentes. Por um lado opressiva e esmagadora, por outro até divertida, mas verdadeiramente reivindicativa e espartana.  

O lema é o derrube do sistema, naturalmente, dir-se-ia, neste contexto. Mas dar-lhe melodia “militar” e “propagandista”, se assim se pode dizer, resulta maravilhosamente e nos remete para cenários de patriotismo latente.

Acende-se a “fogueira” deste álbum com um surpreendente trecho sinfónico, cuja melodia serve de base para a seguinte “Build No System”. Estão a imaginar trompetes e flautas no meio de uma manifestação de fúria grind à moda de uns Napalm Death? Provavelmente não. Só mesmo ouvindo. Pelo meio ainda surgem o que aparentam ser bandolins, em curtas mas intrigantes passagens. “Escandalosa” é a fanfarra no final de “Usurious Epitaph” – angélica, quase infantil, mas completamente contextualizada. E a prova de que o uso de instrumentos clássicos dá um superior sentimento a este trabalho é a magnífica “Sweat For Blood”.

Fica no entanto a ressalva de que os Liberteer não abusam desse experimentalismo. E é isto que os eleva. Para simplesmente parecerem engraçadinhos e inovadores, podiam ter abusado de misturas deste tipo, mas não. Têm o pé muito firme na música underground e a sua postura acaba por soar extremamente honesta, orgânica e contagiante.

Resta indicar que estes 17 temas são debitados em apenas 24 minutos. Estão, portanto, a ver o espírito. Digamos que os Liberteer concorrem seriamente para agitar algumas bases do grindcore, o que sempre, mas talvez ainda mais hoje em dia (em período de seca de ideias), tem enorme valor. [9/10] N.C.

Data de lançamento: 31 de Janeiro de 2012
Nota de estúdio: Não disponível
Estilo: Grindcore
Origem: Califórnia (Estados Unidos)
Formação: 2011

Alinhamento:
- “The Falcon Cannot Hear The Falconer” (0:37)
- “Build No System” (1:38)
- “Without Blazon (Is The Flag I Hold Up And Do Not Wag)” (1:45)
- “We Are Not Afraid Of Ruins” (1:27)
- “Class War Never Meant More That It Does Now” (1:21)
- “Rise Like Lions After Slumber” (0:59)
- That Which Is Not Given But Taken” (2:54)
- “Better To Die On Your Feet That Live On Your Knees” (1:51)
- “Usurious Epitaph” (1:02)
- “Revolution’s Wick Burning Quick” (0:54)
- “99 To 1” (1:39)
- “Sweat For Blood” (1:27)
- “Barbarians At The Gate” (2:02)
- “When We Can’t Dream Any Longer” (1:03)
- “It Is The Secret Curse Of Power That It Becomes Fatal” (3:34)
- “I Am Spartacus” (1:46)
- “Feast Of Industry” (2:04)
Duração: 24:43 minutos

Elementos:
-          Matthew Widener (voz, todos os instrumentos)

Discografia:
- “Better To Die On Your Feet Than Live On Your Knees” (CD – 2012)


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