Max Tomé [Colosso]: «Produzir artistas iguais só para vender destrói tudo»
Na passada semana chegou ao mercado “Abrasive Peace”. Trata-se do álbum de estreia de Colosso, projecto do multi-instrumentista Max Tomé (ex-Under Fetid Corpses, Blackswan), criado em Janeiro de 2011, no Porto, e que conta com a participação improvável de Dirk Verbeuren (Soilwork, Scarve, Aborted, Devin Townsend, Jeff Loomis) na bateria.
Mas o mais importante é que salta a vista de todos a consistência das suas nove faixas de death metal experimental inspirado nuns Hate Eternal, Decapitated, Devin Townsend, Meshuggah ou mesmo Pink Floyd.
Como acreditamos estarem prestes a “explodir”, a SoundZone não perdeu tempo e foi ao encontro do seu líder e estratega para uma entrevista (a publicar nos próximos dias).
Um dos grandes centros da conversa foi a união de Max ao famoso baterista sueco: “Quando terminei a demo do álbum (exactamente há um ano atrás), mostrei-a a um amigo para ver o que ele achava e disse-lhe que queria ter um baterista, mas que não me estava a ocorrer ninguém fixe. Ele sugeriu o Dirk Verbeuren, entre outros. Partimo-nos os dois a rir, parecia impossível! Mas fiquei com isso na cabeça durante uns dias. Fui ao site dele, investiguei um bocado mais sobre o que ele já fez e sobre como ele é como pessoa (através de entrevistas) e identifiquei-me logo! Enviei-lhe e-mail a perguntar o que ele achava e, para grande surpresa minha, ele estava disponível!”
Com um discurso tremendamente lúcido e realista, mas apaixonado e convicto das suas capacidades, Max explica porque este será sempre um ideal recatado: “Isto é um projecto de estúdio. Estou cansado de tocar para salas vazias. […] Quis fazer isto por mim, para ter lá em casa uma recordação quando for velho. Gosto tanto do trabalho que comprei 300 digipacks! […] A indústria esgotou tanto a arte que quase tudo o que é novo e diferente é descartado à cabeça, com base no lucro a curto prazo. Produzir artistas iguais, ou coisas iguais, só para vender como o que está na moda não é solução. Destrói tudo.”