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Tolerance 0 - Paulo Amaral alimenta o sonho da reunião

Deixa a sua terra em 2004 para perseguir um sonho. Contudo, levar os Tolerance 0 às luzes da ribalta, com um disco de estreia ("43 Minutes Of Hate"), e pouco mais, debaixo do braço, revela-se um desafio titânico, ainda mais num mundo grande lá fora, cheio de virtudes mas também “perigos”.

Paulo Amaral, mais conhecido como “Esponja”, foi das grandes figuras de uma das bandas mais populares de sempre do metal açoriano. Homem de poucas palavras, com uma presença intrigante, mas sempre de bom humor, foi ainda membro dos Hemptylogic e Trauma Prone. Goradas as aspirações de triunfar com os Tolerance 0 no Canadá, regressou às suas origens, em 2005, para um breve reencontro com amigos e músicos. Porém, sementes lançadas fizeram-no cruzar novamente o Atlântico e fixar-se em Toronto, onde permanece há cerca de sete anos. Pelo caminho está uma incursão nos No Assembly Required, mas depois disso e de tudo o que viveu nos Açores, as coisas nunca mais foram as mesmas.

A SoundZone foi encontrá-lo numa madrugada na internet onde ficou a saber que está afastado das lides da música. “Já não toco há um ano e tal. Fartei-me um pouco. Não sei se todos os canadianos são assim, mas os com quem toquei eram muito relaxados. Os ensaios e os concertos eram muito raros. Foi só investir dinheiro em videoclips e CD’s…”

Entre outros motivos que precipitaram a sua saída dos No Assembly Required (banda que até chegou a tocar com os Machine Head e Devildriver) está o rumo musical que tomaram e a falta de espectáculos. “Estavam entrando numa onda muito soft. Música para as gajas, não é para mim. Para além disso, já ninguém estava a marcar concertos em boas salas. Se não tens contactos, tocas em bares. Aí, nem bebida de graça te dão, nem uma aguinha. É uma lâmpada de 60 volts e está a andar,” lamenta o músico de 31 anos, natural de Ponta Delgada.

Como seria de esperar, Paulo nunca esquece as suas raízes e diz que continua a acompanhar a cena açoriana. “Gostei muito dos Trigger Made Solution, são muito bons, e dos Fake Society. Grandes duas bandas!”

Actualmente condutor numa construtora civil, Paulo confessa não ter muito tempo para a música. Porém, deposita num velho e grande amigo a esperança de voltar. “Agora tenho material bom para tocar, mas não tenho tempo. Talvez quando o Costa [Ricardo, ex-baterista dos Tolerance 0] concluir a sua sala de ensaios na sua casa... Vemo-nos sempre aos fins-de-semana. Moramos a 15 minutos. Talvez lhe arrende a cave para morar e fazer um estúdio. Assim talvez volte a tocar, mas por agora… só paintball!”

Dada a marca que os Tolerance 0 deixaram nas vidas dos seus quatro elementos e mesmo no público açoriano, que entre 1995 e 2004 testemunhou uma banda verdadeiramente explosiva, capaz de gerar um culto à sua volta, o sonho de poderem voltar a reunir-se num palco mantém-se no horizonte. “Era fantástico, curtia imenso. A maior dificuldade é conseguir regressar aos Açores. A última vez que aí estive foi há três anos... as passagens são caríssimas.”

Actualmente, Honório Aguiar é vocalista dos Trigger Made Solution e o guitarrista Rui Frias ocupa-se de projectos de covers, depois do destino dos Morbid Death estar em suspenso. Ambos vivem em São Miguel. 
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