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Morreu Miguel Portas, fundador do Bloco de Esquerda


O fundador e eurodeputado do Bloco de Esquerda morreu hoje por volta das 18:00 no Hospital ZNA Middelheim, em Antuérpia, vítima de cancro do pulmão.Tinha 53 anos.

O Bloco de Esquerda refere que Miguel Portas "encarou a sua própria doença como fazia sempre tudo, da política ao jornalismo: de frente e sem rodeios."

"Teve uma vida intensa e viveu-a intensamente. Durante toda a sua doença continuou sempre a cumprir as suas responsabilidades e estava, neste preciso momento, a preparar o relatório do Parlamento Europeu sobre as contas do BCE", lembra ainda o BE em comunicado.

Filho do arquiteto Nuno Portas e da economista Helena Sacadura Cabral, irmão de Paulo Portas e da empresária Catarina Portas, Miguel Portas deixou dois filhos.

Jornalista de profissão, fundou o jornal "Já" e a "Vida Mundial", de ambos tendo sido diretor. Também integrou a redação do "Expresso".

Ativista político desde antes do 25 de Abril, militou no PCP a partir de 1974. Em 1989 rompeu com o partido, criticando-lhe a incapacidade de renovação ideológica. Em 1999, integrou com Francisco Louçã, Luís Fazenda e Fernando Rosas o quarteto fundador do Bloco de Esquerda.

Nesse ano concorreu pela primeira vez às eleições europeias, não conseguindo ser eleito. Foi-o pela primeira vez nas europeias seguintes, em 2004. Em 2009 voltou a ser cabeça-de-lista, tendo o BE triplicado o número de eleitos (de um para três).

A sua última intervenção pública fê-la na sua página no Facebook, a propósito da desocupação policial da Fontinha, no Porto: "A Es.col.a da Fontinha, que tem um trabalho mais do que meritório com a população do bairro, está a ser despejada à bruta por uma cruzada de políticos idiotas. Que todas as boas vontades se juntem contra a estupidez. Já."

Depois das últimas legislativas, onde o BE perdeu metade dos deputados (de 16 para oito) e quase metade dos votos (de 557 mil para 288 mil) fez várias intervenções pugnando pela renovação do partido que fundou em 1999. A última das quais foi no passado dia 14, sobre umas eleições na concelhia de Lisboa do partido: "Venceu quem era previsível que ganhasse. A lista A contava com o apoio de grande parte do 'aparelho' e das duas correntes mais disciplinadas da maioria. A novidade da eleição foram, contudo, os 39% alcançados pela lista B, que corria por fora, baralhou os alinhamentos por corrente, tradicionais no Bloco, e foi capaz de pôr o dedo na ferida dos dirigismos e recusar as leituras simplistas sobre a política autárquica lisboeta. E sabem que mais? A competição melhorou qualitativamente a própria concelhia. Saibam os dirigentes interpretar devidamente a pluralidade que o Bloco integra."

Por DN.pt 
Fotografia: Direitos reservados

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