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Músicos Avulso - Micaela Cardoso (Thee Orakle)

Aqui começa o verdadeiro “striptease” intelectual aos músicos da nossa praça e arredores, do mais reconhecido ao anónimo. Sem descriminar ninguém e fazendo jus ao título desta rubrica, a SoundZone tentará dar a conhecer ao público o lado menos visível e mais humano dos artistas desprendendo-se do conceito de banda. A filosofia é a da descompressão, do entretenimento, de um certo “recreio dos sentidos”, mas sempre com o intuito de se tentar transmitir pontos de vista, personalidades e vivências que nos possam servir de referência. A SoundZone pretende também com este um espaço interactivo. Por isso, fazemos o apelo aos nossos leitores para que nos sugiram por e-mail questões e artistas que gostariam de ver neste formato. Aqui (quase) nada ficará por dizer.

Data de nascimento e naturalidade.
19 de Setembro de 1981, Sanhoane.

Como descreve sua terra natal e que sentimentos esta lhe traz? Gosta de ter crescido lá ou se pudesse tinha escolhido outra localidade ou mesmo país para nascer?
A minha terra natal é uma aldeia pacata e pequenina. Gosto de me recordar como andava descalça pelos quelhos de terra batida e como tentava subir às árvores e correr pelo meio das vinhas cheia de calor na época das vindimas. Nunca trocava o sítio onde nasci, por outro!

Que traço faz da sua infância? Lembra-se das brincadeiras e traquinices que tinha? Que tipo de miúda é que era?
Foi uma infância cheia de emoções fortes e de todas as coisas felizes e infelizes que uma criança faz ou passa. Lembro-me de ser teimosa e de ter partido um braço por andar a “rolar” onde não devia! [risos] Lembro-me das vezes em que caí a aprender a andar de bicicleta… tanta coisa. Era uma miúda até sossegada mas como andava só com rapazes, acabava por fazer asneiras! [risos]

Na escola era uma aluna empenhada? Que matérias/áreas mais a entusiasmavam e, por outro lado, quais as que mais detestava?
Filha de professores… o estigma do “Tens que te portar bem!” e do “Não podes faltar!”… Portanto, fui, por mérito, quase sempre a melhor aluna da turma, excepto no secundário. As disciplinas que mais me motivavam eram história e inglês… detestava matemática!

Lembra-se de algum momento marcante enquanto estudante?
No 5º ano, acabadinha de sair da escola primária, na aula de ciências da natureza, um colega meu provocou uma risota qualquer ao meu lado e o professor, distraído, mandou-me imediatamente para a rua! Fiquei destroçada e chorei como um bebé! [risos]

Concorda com o novo acordo ortográfico?
Não concordo nem discordo. São evoluções da língua portuguesa. Já houve outras, se calhar mais suaves, mas é tudo uma questão de hábito.

A sua ligação ao metal surge quando e como?
O rock surge bastante cedo. Enquanto criança, o meu pai ouvia (não frequentemente) Led Zeppelin, Dire Straits, Iron Maiden etc., mas só comecei a ouvir metal mesmo a sério bastante tarde, já aos 19/20 anos. Antes disso, ouvi muito grunge, como toda a gente da minha geração. Através de amigos e colegas comecei a conhecer outras coisas, mas ainda me falta conhecer imensa banda. Sou uma pessoa de mente aberta e que ao mesmo tempo que oiço metal, oiço muita música diferente!

Como aprendeu, neste caso, a cantar?
Não aprendi, canto desde criança. Entrei para uma escola de música aos oito anos mas foi aos seis que cantei pela primeira vez em público para uma boa plateia, de talvez uma centena ou duas de pessoas, numa festa de final de ano.

Qual foi o primeiro disco de metal que ouviu e o que comprou?
Não tinha facilidade em comprar discos, mas o primeiro que ouvi foi o “Wolfheart” dos Moonspell.

Tem vergonha de certas coisas que ouvia antes de ouvir mais metal?
Ouvi muita coisa e não tenho vergonha de nada!

Qual foi o primeiro concerto a que assistiu?
Não me recordo… mesmo.

E o que mais a marcou até hoje e porquê?
Devin Townsend. Ele é simplesmente o melhor profissional que já vi em palco! É perfeito!

Qual é a sua grande referência musical e porquê?
Tenho muitas…

Quais são as suas habilitações literárias e qual é a sua ocupação profissional?
Sou licenciada em Animação e Produção Artística e actualmente dou aulas de Expressão Musical ao 1º ciclo.

Para si, qual seria a profissão ideal?
Produtora/promotora.

Qual é o seu grande hobby?
Teatro.

Qual a viagem que mais a marcou até hoje e qual é o seu destino preferido de férias?
Infelizmente, não sou muito viajada. Marcou-me a viagem que fiz com os meus pais pelo nosso país fora (continente, entenda-se) durante praticamente um mês. O meu destino de férias preferido será tudo aquilo que ainda não conheci!

Que local ou país deseja mais conhecer?
Israel, Índia, Egipto, África (toda)…

Tem um disco, canção, filme ou série da sua vida?
“Smooth Comforts False” dos Thee Orakle, “Mysterious Hours” também dos Thee Orakle, “Dirty Dancing” filme de Emile Ardolino (1987)… o sonho de qualquer criança/adolescente que sobreviveu aos anos 80.

No sentido inverso; pior disco, canção, filme…
Não há piores nada. 

Pratica ou acompanha algum desporto?
Pratiquei voleibol e natação, agora pratico “cardiofitness”! [risos] Acompanho alguns jogos de futebol.

É adepta de algum clube de futebol nacional? Qual?
Sim, o Futebol Clube do Porto.

Utiliza as redes sociais? Que visão tem dessas e que papel lhes atribui?
Sim, utilizo maioritariamente para promover a banda. E o que os outros fazem com elas não me diz respeito!

Consome ou já consumiu ilícitos?
Não sei… não me lembro.

Uma noite perfeita?
Um concerto dos Thee Orakle ao ar livre em pleno Verão com mais de 3.000 pessoas a assistir e a vibrar!

É casada? Tem filhos?
Não em ambos os casos.

Que facto mais a orgulha e envergonha na história nacional e/ou internacional?
Orgulha-me o facto de termos, provavelmente, as melhores equipas de cientistas a nível mundial, em vários ramos, e envergonha-me que a história aquando dos Descobrimentos portugueses não tenha ficado escrita de uma forma mais real.

Acredita em Deus? É devota de alguma religião?
Acredito em algo superior… energias basicamente. Já fui católica praticante, mas já não o sou.

Acredita em fenómenos paranormais?
Sim, claro.

E em extraterrestres?
Também.

Para si, qual é o maior flagelo mundial?
O Holocausto contra os judeus.

Qual é a sua opinião sobre o aborto e o casamento homossexual?
Sou a favor de que cada mulher deve decidir o que fazer com o seu corpo. Sou a favor do casamento e adopção homossexuais.

Gosta de animais? Tem algum?
Adoro animais… todos! Tenho um gato, mas se pudesse ter uma quinta, tinha centenas! [risos]

Gosta de videojogos? Qual o seu tipo e/ou jogo favorito?
Detesto… perda de tempo.

Enquanto músico, qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
Bem, acho que ainda não foi!

E o mais insólito?
Alguns, mas não me recordo assim de nenhum especial, excepto algumas situações chatas de alguns stoker, mas nada de grave.

Arrepende-se de algo que fez na música?
Não.

Tem ainda algum sonho por cumprir na música?
Muitos.

Qual é a sua banda/artista nacional e internacional preferidos?
Nunca consegui nem nunca conseguirei definir tal coisa.

O que acha da qualidade dos músicos e bandas nacionais?
Acho que tudo está a melhorar a olhos vistos.

O que acha que falha, se é que alguma coisa falha, no panorama musical nacional? Acha que há qualidade e quantidade de infraestruturas e público suficientes?
Claro, o que falta é dinheiro para apostar em bandas de um país como o nosso que fica tão longe de tudo. E estou a falar geograficamente mesmo.

A internet é um problema ou uma virtude para os músicos e/ou a indústria discográfica?
É um pouco de ambos, mas como em tudo, o ser humano não se sabe ficar pelo meio-termo.

É a favor ou contra a pirataria?
Meio-termo.

O que acha dos organismos que gerem os direitos de autor, nomeadamente a SPA?
Acho que tudo também está a melhorar neste sector.

Concorda com as leis que estão a ser estudadas para combater a pirataria (ACTA, SOPA, etc)?
Não as conheço aprofundadamente mas não concordo com a maioria.

O que é que a irrita mais?
Tiques difíceis de disfarçar.

Qual é a maior surpresa que lhe podem fazer?
Tudo que seja feito com carinho e imaginação.

Já praticou algum acto de solidariedade? Se sim, qual?
Sim claro, alguns. Da última vez, participei numa gala da Liga Portuguesa contra o Cancro, Um dia pela Vida… cantei algumas músicas.

Acha que ainda tem algum dom escondido por revelar?
Sim, o dom de pedir silêncio e conseguir!

Prefere o Verão ou o Inverno? O sol ou o frio? A praia ou a neve?
Verão, sol e campo.

Qual é o carro dos seus sonhos?
Um todo-o-terreno… Patrol de preferência!

Sente-se dependente do telemóvel?
Um pouco, infelizmente…

Qual é a sua comida favorita?
Toda, infelizmente! [risos]

E a bebida?
Água.

Sabe cozinhar? Qual o prato que confecciona com maior mestria?
Sim, acho que sim. Massa à bolonhesa, pelo menos assim mo dizem!

Qual é o seu maior medo?
Não chegar a realizar todos os meus sonhos.

Tem alguma fobia?
Sim. Por incrível que possa parecer tenho fobia a algas dentro de água!

Neste momento está optimista em relação à recuperação económica do país?
Nem por isso. Já me imaginei a fazer troca directa como nos bons velhos tempos medievais.

Identifica-se com alguma ideologia política?
Tenho tendências de esquerda, mas sou sempre a favor do meio-termo. [risos]

Se pudesse recuar no tempo, até onde e quando recuava? Porquê?
Recuava apenas uns meses… para poder abraçar o meu pai novamente!

Acredita na reencarnação? Em quem ou no que gostava de reencarnar numa outra vida?
Acredito sim. Gostava de me poder lembrar de pormenores de uma vida para a outra.

É supersticiosa? Qual a sua maior superstição?
Sou um pouco. Gosto de estar em silêncio e sozinha antes de cantar em público.

Para si, como se descobrem as verdadeiras amizades? O que é uma verdadeira amizade?
Descobrem-se nos momentos de merda que temos ao longo da vida. Amigos são aqueles que nos dizem as verdades na cara!

Tem tatuagens? Qual a que mais sentido tem para si?
Tenho uma. Para já é a única que tem sentido.

E piercings? Se sim, onde?
Também, só nas orelhas.

Considera-se vaidosa? Que cuidados tem com a sua aparência e saúde?
Sou vaidosa o suficiente para não andar com mau aspecto. [risos] Tenho os cuidados básicos que até já os homens têm!

Que tipo de roupa nunca seria capaz de usar?
Nada que não me favoreça.

Qual o seu maior defeito e a sua maior virtude?
Acho que o meu maior defeito é dizer demasiadas vezes “Eu sei”. A minha maior virtude deve ser a minha boa educação e o respeito pelo próximo.

Nuno Costa
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