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Músicos Avulso - Miguel Aguiar (Anomally)


Aqui começa o verdadeiro “striptease” intelectual aos músicos da nossa praça e arredores, do mais reconhecido ao anónimo. Sem descriminar ninguém e fazendo jus ao título desta rubrica, a SoundZone tentará dar a conhecer ao público o lado menos visível e mais humano dos artistas desprendendo-se do conceito de banda. A filosofia é a da descompressão, do entretenimento, de um certo “recreio dos sentidos”, mas sempre com o intuito de se tentar transmitir pontos de vista, personalidades e vivências que nos possam servir de referência. A SoundZone pretende também com este um espaço interactivo. Por isso, fazemos o apelo aos nossos leitores para que nos sugiram por e-mail questões e artistas que gostariam de ver neste formato. Aqui (quase) nada ficará por dizer.

Data de nascimento e naturalidade?
17 de Dezembro 1979, natural de Angra do Heroísmo.

Como descreve sua terra natal e que sentimentos esta lhe traz? Gosta de ter crescido lá ou se pudesse tinha escolhido outra localidade ou mesmo país para nascer?
A minha terra natal é agradável de se viver, um sítio pacato q.b., infelizmente com a condicionante de termos que nos deslocar a Lisboa pelo menos sempre que queiramos assistir a algum concerto de uma banda que nos agrade. Fora esse pequeno inconveniente, gosto de ter cá nascido e acho que não escolhia outra localidade para nascer.

Que traço faz da sua infância? Lembra-se das brincadeiras e traquinices que tinha? Que tipo de miúdo é que era?
Eu era um miúdo muito calmo e de poucas conversas. Quanto a traquinices apenas me recordo de ter rachado a cabeça a uma prima, pois ela não falava comigo. Mas coitada acho que, na altura, ainda nem falava mesmo.

Na escola era um aluno empenhado? Que matérias/áreas mais o entusiasmavam e, por outro lado, quais as que mais detestava?
Quem tem uma mãe exigente como a minha tinha mais que ser um aluno empenhado. As áreas que mais me entusiasmavam eram as científicas. As que mais detestava eram, sem dúvida, aquelas que tinha que decorar como Psicologia.

Lembra-se de algum momento marcante enquanto estudante?
Nunca fui um aluno irreverente. A única situação que me recordo assim mais traquina foi numa aula de informática ter trocado as teclas do teclado.

A sua ligação ao metal surge quando e como?
Se não me falha a memória surgiu por volta dos meus 14 anos através de amigos que me iam emprestando algumas cassetes de bandas como Metallica, Megadeth, Iron Maiden...

Como aprendeu, neste caso, a tocar teclado, embora também faça algumas vozes?
Ora bem, cantar não é o meu forte, tanto é que fui dispensado das aulas de classe conjunto (coro) na minha passagem pelo conservatório! Aprendi a tocar teclado por mim mesmo. Sabem, acho que todas as crianças tiveram um teclado pelo natal em alguma altura da sua vida e eu não fui excepção. O meu pai comprou um livro com os acordes e lá fui eu aprendendo aquilo. Por volta dos meus 21 anos entrei para o conservatório onde me sentia deslocado ao lado de crianças e onde tinha que aprender a tocar músicas de crianças no piano e tinha que cantar num coro. Foi uma experiência que durou pouco tempo. [risos]

Qual foi o primeiro disco de metal que ouviu e o que comprou?
O primeiro que ouvi não faço a mínima ideia mas, se não me engano, o primeiro CD que comprei foi o “Live” dos AC/DC.

Sempre ouviu metal ou teve aquela fase pré-metal em que ouvia tudo o que lhe aparecia? Tem, por exemplo, vergonha de certas coisas que ouvia?
Salvo algumas pessoas que conheço que dizem que nasceram quase a ouvir metal, isto há 30 e tal anos atrás, eu tal como a grande maioria do pessoal da minha idade antes de ouvir metal ouvia outros géneros musicais. No meu caso, ouvia o que, na altura, se chamava de rap, hoje em dia mais conhecido como hip hop. Cheguei, inclusive, a comprar o vinil de Vanilla Ice! Se me envergonho? Vergonha é fazer xixi na cama e dizer que é suor…

Qual foi o primeiro concerto a que assistiu?
Não me recordo a idade já não perdoa…

E o que mais o marcou até hoje e porquê?
Já tive a felicidade de assistir a vários concertos. Gostei mais de uns, por um motivo, gostei mais de outros, por outro motivo… O que me marcou mais até hoje penso que tenha sido o de Dimmu Borgir, pelo facto de ser a banda que mais me marca a nível musical.

Qual é a sua grande referência musical e porquê?
Dimmu Borgir é a minha maior referência de momento, principalmente pelos seus trabalhos com orquestras que sempre me deixaram deslumbrado.

Quais são as suas habilitações literárias e qual é a sua ocupação profissional?
Tenho um Curso de Especialização Tecnológico e desempenho funções de técnico de sistemas de informação, que é como quem diz, sou técnico de informática.

Para si, qual seria a profissão ideal?
Ser rico e não ter que trabalhar! [risos]

Qual é o seu grande hobby?
A música, sem dúvida. Tenho andado também ligado ao vídeo ultimamente e, quem sabe, não se venha a tornar outro dos meus grandes hobbies.

Qual a viagem que mais o marcou até hoje e qual é o seu destino preferido de férias?
Ter ido ao Corvo marcou-me. Vi gente a andar de moto sem capacete, uma rapariga com um bigode maior do que o meu… Mas, até ao momento, a viagem ou as viagens que mais me marcaram foram as duas vezes que fui ao Hellfest, em França. A primeira por ter sido precisamente a primeira vez que sai de Portugal e pela aventura que foi. A segunda pela companhia de praticamente toda a minha banda. Mais um pouco e tínhamo-la lá toda para dar uns toquezinhos. Com tanto palco disponível, certamente havia lugar para mais uma! [risos] Quanto ao destino preferido de férias, pode ser qualquer um desde que esteja bem acompanhado.

Que local ou país deseja mais conhecer?
Desde muito novo que sinto curiosidade em conhecer Inglaterra. Gostava também de conhecer outras culturas completamente diferentes da nossa. Quem sabe Índia e Tailândia não seriam uns bons destinos de férias.

Tem um disco, canção, filme ou série da sua vida?
Tenho até à data um disco da minha vida… não sei se conhecem, é o “Once in Hell...” dos Anomally. Não é que seja um bom disco mas tem algo que me marca. Filme, sem dúvida, o Dracula de Bram Stoker.

No sentido inverso; pior disco, canção, filme…
Existem alguns álbuns que contêm temas que simplesmente passo à frente e que raramente ouço.

Pratica ou acompanha algum desporto?
Tento, atenção, tento exercitar o cérebro que é algo que, infelizmente, nem toda a gente pratica hoje em dia. Gosto de rally mas já não acompanho com tanta frequência como o fazia antes.

É adepto de algum clube de futebol nacional? Qual?
Sim, do Sporting, mas não sou grande adepto de futebol

Utiliza as redes sociais? Que visão tem dessas e que papel lhes atribui?
Sim, utilizo. Julgo serem um bom meio de comunicação e interligação entre amigos/conhecidos e, claro, também tem a utilidade promocional de dar a conhecer aos outros o trabalho que faças em qualquer área.

Consome ou já consumiu ilícitos?
Não senhor.

Uma noite perfeita?
A dormir! [risos] Agora a sério, uma noite perfeita é junto com a namorada.

É casado? Tem filhos?
Não sou casado nem tenho filhos.

Que facto mais o orgulha e envergonha na história nacional e/ou internacional?
Orgulha-me o facto de termos sido uma nação de descobridores. Por outro lado, envergonha-me já termos sido uma nação grandiosa, com feitos enormes, e agora estarmos na situação em que estamos.

Acredita em Deus? É devoto de alguma religião?
Acredito no que vejo com os meus olhos, no que sinto e no que possa ser provado cientificamente.

Acredita em fenómenos paranormais?
Acredito. O aumento dos combustíveis tem sido um desses fenómenos.

E em extraterrestres?
Já vi com cada um que nem te passa pela cabeça...

Para si, qual é o maior flagelo mundial?
A fome.

Qual é a sua opinião sobre o aborto e o casamento homossexual?
Os Aborted são uma bela banda e o casamento homossexual é uma cena que a mim não me assiste.

Gosta de animais? Tem algum?
Gosto, tenho peixes mas gostava de ter um cão.

Gosta de videojogos? Qual o seu tipo e/ou jogo favorito?
Gosto, já fui de jogar mais mas gosto de jogos de rally.

Enquanto músico, qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
Dia 31 de Outubro de 2008 [data do lançamento de “Once In Hell…”].

E o mais insólito?
Ter putos de dez anos a pedirem-me autógrafos e para lhes assinar os braços.

Arrepende-se de algo que fez na música?
Arrepender só do que não fiz. Devia ter continuado no conservatório. Ao menos podia ser que hoje em dia já soubesse tocar piano.

Tem ainda algum sonho por cumprir na música?
Claro, gostava de ser teclista dos Dimmu Borgir. Eles é que ainda não me conhecem! [risos]

Qual é a sua banda/artista nacional e internacional preferidos?
Tenho várias bandas internacionais preferidas mas aquela que me toca mais é, sem dúvida, Dimmu Borgir. A nacional que mais me agrada sempre foi e continua a ser Moonspell.

O que acha da qualidade dos músicos e bandas nacionais?
Temos tão boa ou mais qualidade do que muitas bandas internacionais.

O que acha que falha, se é que alguma coisa falha, no panorama musical nacional? Acha que há qualidade e quantidade de infra-estruturas e público suficientes?
Acho que, em parte, o que falha será o público. Primeiro por não haver em quantidade suficiente para que levem os responsáveis pelas infra-estruturas a quererem apostar em mais evento. Segundo, pelo facto de nem todos quererem pagar para ver concertos, principalmente de bandas locais.

A internet é um problema ou uma virtude para os músicos e/ou a indústria discográfica?
A internet é uma faca de dois gumes. É um excelente meio promocional. No entanto, a indústria discográfica corre o sério risco de se desmoronar graças a ela.

É a favor ou contra a pirataria?
Eis uma pergunta difícil. Hoje em dia qualquer álbum está ao nosso dispor por um simples clique o que por um lado é bom. As próprias bandas já disponibilizam alguns temas online, algumas até colocam todo o álbum, isto porque a pirataria é uma realidade a que ninguém escapa. No entanto, vejamos: quem perde com isso? As editoras! Quem ganha? As bandas porque a verdade é que sem a pirataria o nosso álbum, por exemplo, nunca teria chegado a tantas pessoas como chegou. Portanto, a pirataria ao largo da Somália é algo a combater.

O que acha dos organismos que gerem os direitos de autor, nomeadamente a SPA?
Acho que aquilo que ganham para termos que registar os direitos de autor de uma obra é elevado para o que nos dão em troca.

Concorda com as leis que estão a ser estudadas para combater a pirataria (ACTA, SOPA, etc)?
Não, pois estão a querer tirar da internet aquilo que, ao fim destes anos todos, a caracteriza, que é o acesso a informação gratuita.

O que é que o irrita mais?
Ter que levantar cedo para trabalhar.

Qual é a maior surpresa que o podem fazer?
Acho que prefiro fazer surpresas. Por isso, essa é uma questão difícil.

Já praticou algum acto de solidariedade?
Sim.

Acha que ainda tem algum dom escondido por revelar?
Se tenho nem eu próprio sei… mas quem sabe.

Prefere o Verão ou o Inverno? O sol ou o frio? A praia ou a neve?
Prefiro o verão, uma brisa fresca e como não sei qual a sensação de estar na neve nem sei nadar não prefiro nem praia nem neve.

Sente-se dependente do telemóvel?
Espera, acho que tenho o telemóvel a tocar. Já te respondo a essa pergunta...

Qual é a sua comida favorita?
Lasanha.

E a bebida?
Cerveja.

Sabe cozinhar? Qual o prato que confecciona com maior mestria?
Cozinho com grande mestria ovos estrelados! [risos] Recentemente aprendi a fazer lasanha e acho que até tenho jeito para a arte de cozinhar.

Qual é o seu maior medo?
Acho que o de não conseguir realizar algumas das coisas que gostaria. Por isso, se calhar há vezes em que demoro demasiado tempo a decidir algumas coisas.

Tem alguma fobia?
Não.

Neste momento está optimista em relação à recuperação económica do país?
Acho que as previsões não apontam para uma recuperação nos próximos anos. Portanto, não estou optimista.

Identifica-se com alguma ideologia política?
Não.

Se pudesse recuar no tempo, até onde e quando recuava? Porquê?
Não sei, sinceramente. Acho que nunca nos devemos arrepender do que fizemos mas sim do que não fizemos. Assim, de repente, talvez recuasse até 2008, altura em que estivemos a gravar o “Once in Hell...”. Teríamos feito as coisas de maneira diferente.

Acredita na reencarnação? Em quem ou no que gostava de reencarnar numa outra vida?
Não acredito.

É supersticioso? Qual a sua maior superstição?
Como diz o meu pai: “Não acredito em bruxas mas que as há, há”.

Para si, como se descobrem as verdadeiras amizades? O que é uma verdadeira amizade?
Para mim as verdadeiras amizades vão surgindo com o passar do tempo. Depois de conhecer bem uma determinada pessoa, por vezes nem necessita passar muito tempo para perceber que existe uma cumplicidade com alguém. Para mim uma verdadeira amizade é precisamente isso, existir uma cumplicidade entre duas pessoas tão grande que mesmo antes de alguem te dizer alguma coisa tu já sabes ou já prevês o que essa pessoa te vai dizer.

Tem tatuagens? Qual a que mais sentido tem para si?
Sim. A que mais sentido tem para mim, provavelmente, será a que tem os números do código de barras de “Once In Hell…”.

E piercings?
Sim.

Considera-se vaidoso? Que cuidados tem com a aparência e a saúde?
Vaidoso não mas tento ter alguns cuidados tanto com a aparência como com a saúde. Cada vez mais se ouve falar em pessoas tão novas que sofrem ataques cardíacos. Portanto, há que ter algum cuidado.

Qual o seu maior defeito e a sua maior virtude?
Acho que quem deverá responder a essa questão mais correctamente é quem me conhece e está ao meu lado no dia-a-dia. Eu diria que a minha maior virtude é ser sincero e o maior defeito talvez o de ser um pouco resmungão.

Nuno Costa
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