Entrevista Burning Man
ENTRE LODO E CHAMAS
"Há falta do culto do apoio às
bandas locais"
Os Burning Man são um grupo de jovens
de Viana do Castelo com muita energia, garra, espírito lutador e famintos por
mais. O seu primeiro EP, "Ronin", tem feito sucesso online muito por
culpa do trabalho de divulgação feito pela banda no seu Facebook. Nesta
entrevista falam-nos de quem são, da sua primeira experiência a gravar música, do
EP, das suas influências, do estado do rock/metal português e das perspectivas
de futuro. Poderemos certamente antever-lhes um futuro risonho.
Quem são os Burning Man? Falem-nos um
pouco acerca dos membros, das vossas influências e deste primeiro EP.
Os Burning Man são formados por cinco elementos oriundos de Viana do Castelo. Apesar das mais variadas influências musicais de cada um, conseguimos um som coeso e estruturado. Um sludge poderoso e negro, com vocais distorcidos e agressivos é a nossa fórmula. O "Ronin" é o resultado de alguns meses de trabalho. Ensaio após ensaio, concerto após concerto, foi modelando o nosso som, limando arestas e tornando os pontos mais fracos em motivação de fazer algo melhor. Também com a entrada do José Ribeiro, para além do groove que ganhámos, conseguimos uma maior facilidade em colocar as nossas ideias em prática. Este primeiro trabalho, em termos líricos, prima valores como a integridade e a lealdade, abordando e avaliando implicitamente emoções e atitudes de variados filmes sobre organizações e sociedades criminosas.
Os Burning Man são formados por cinco elementos oriundos de Viana do Castelo. Apesar das mais variadas influências musicais de cada um, conseguimos um som coeso e estruturado. Um sludge poderoso e negro, com vocais distorcidos e agressivos é a nossa fórmula. O "Ronin" é o resultado de alguns meses de trabalho. Ensaio após ensaio, concerto após concerto, foi modelando o nosso som, limando arestas e tornando os pontos mais fracos em motivação de fazer algo melhor. Também com a entrada do José Ribeiro, para além do groove que ganhámos, conseguimos uma maior facilidade em colocar as nossas ideias em prática. Este primeiro trabalho, em termos líricos, prima valores como a integridade e a lealdade, abordando e avaliando implicitamente emoções e atitudes de variados filmes sobre organizações e sociedades criminosas.
Como foi para uma banda tão jovem do
Minho gravar o primeiro EP nos Blacksheep Studios com Makoto Yagyu (If Lucy
Fell) e Fábio Jevelim?
Foi uma experiência bastante enriquecedora para cada um de
nós. O Makoto e o Fábio fizeram um trabalho excelente. Tínhamos conhecimento de
muitos trabalhos do Makoto e bandas com quem trabalhava e estávamos empolgados
com todo o processo de captação/produção. Para além de todo o equipamento de
topo que os Blacksheep Studios dispõe, o ambiente de produção por eles criado,
para além de altamente profissional, foi bastante familiar e inspirador.
Já tinham toda a música escrita ou
surgiram algumas ideias em estúdio? Eles deram-vos muitas luzes?
As músicas estavam bem definidas. Sabíamos para o que íamos e
o que íamos fazer. Sem dúvida que a ajuda do Makoto e do Fábio na busca do som
pretendido foi determinante. Aliás, na faixa “Our Thing” temos a sua colaboração
vocal juntamente com o BB dos Men Eater.
Estão surpreendidos por terem tão boas
críticas à vossa estreia e de serem mencionados em sites internacionais como o
Sludgelord?
Tínhamos consciência de
que o nosso som não é habitual em Portugal e aliado a uma boa produção iria
conseguir algum impacto no underground português. Recebemos várias críticas e a
do blogue Sludgelord foi uma agradável surpresa. É bom ver que conseguimos reconhecimento
também fora do país e arrecadar variadas comparações com bandas de referência é
sinal de que temos qualidade. E é isso que nos faz andar para a frente.
Como se sentem com as comparações a
bandas como os Men Eater?
Temos indiscutivelmente influências dos Men Eater. Eles são uma
banda enorme, com magníficas composições e uma energia ao vivo única. Sem
dúvida que é um enorme orgulho que sentimos ao ter este tipo de comparações.
O norte do país tem surgido no mapa do
metal e rock com bandas como os Crushing Sun, E.A.K. ou Wild Tiger Affair. Qual
é para vocês o estado do metal e do rock em Portugal? O que poderia acontecer
para mudar as coisas?
O metal, o rock e o hardcore nacional está vivo e
recomenda-se em termos de bandas. Há dezenas delas em Portugal que têm
qualidade acima da média. A meu ver o meio é que não tem o poder de absorção
suficiente. Há falta de investimento, pois o público é mais específico. Isto aliado
à falta do culto do apoio às bandas locais deixa-as numa situação complicada.
Tem que haver muito trabalho por parte das bandas em "impingir" a sua
música, publicitar o seu trabalho e ganhar nome.
Para quando podemos esperar um longa-duração?
Para quando podemos esperar um longa-duração?
Para já estamos a trabalhar num split com uma banda estrangeira que iremos anunciar em breve. Vamos
também participar num tributo português a Black Flag da editora Shut Up And
Play, onde irão participar bandas como os Local Trap e os Revengeance. Já agora
um agradecimento especial ao Vitor Moura da S.U.A.P. que nos tem vindo a apoiar
desde o início. Até ao final de 2012 iremos promover
o nosso EP e os restantes trabalhos que falei anteriormente. Quanto ao álbum, provavelmente iremos
apostar nele em 2013.
Têm dado alguns concertos no norte do
país. Para quando uma ida a Lisboa?
Para
breve, estamos a tratar disso!
Mark Martins