Review - Baroness - "Yellow & Green"
BARONESS
“Yellow & Green”
[CD – Relapse]
É curioso como em pouco menos de dez
anos os Baroness passaram de ilustres desconhecidos a grande promessa do
underground do sludge até uma das grandes referências do rock. “First” e
“Second” marcaram o período mais cru e agressivo; “Red Album” e “Blue Record”
os mais artísticos e pesados. Surgem agora com “Yellow & Green”, um álbum
duplo que mostra a sua faceta mais rocker, orelhuda, simplista e até
experimental.
Comecemos com “Yellow”, mais acessível
e directo que os discos anteriores da banda e também que “Green”. Estamos
talvez perante o que pode vir a ser o álbum rock do ano. Faixas curtas, com
muito feeling, grandes bridges e refrões memoráveis. Exemplos disso são
“Take My Bones Away” e “March To The Sea” que serão certamente daqueles temas
para se cantarolarem quando forem tocadas ao vivo. Esta “primeira” parte
termina com as brilhantes “Sea Lungs” e “Eula”, uma balada com uma toada muito dreamy
e com um solo excepcional que faz o elo de ligação de forma perfeita para o
que aí vem com “Green”. De realçar a prestação de John Baizley, que se esforçou
imenso para que a sua voz se elevasse a outro patamar bem mais elevado.
“Green Theme” abre alas a uns Baroness
mais experimentais e sem medo de olhar em frente. Aqui encontramos momentos
mais introspectivos, acústicos, alguns toques de post-rock e mesmo a inclusão de um órgão que trazem
algo diferente e novo à sonoridade da banda, demonstrando
que não precisam de recorrer à agressividade para que a sua música tenha
qualidade. “Mtns. (The Crown & Anchor)” e “Foolsong” têm a sensibilidade
pop que ainda não tinham tido coragem de experimentar anteriormente e que
assenta que nem uma luva.“Psalms Alive”, por outro lado, começa como um tema de
puro rock alternativo que cresce até ao clímax de Baroness, bem ao modo de “Red”
e “Blue”, era que também é revisitada na última faixa antes do outro chamado “The Line Between”.
“Yellow & Green” requer tempo para
se absorver. Podemos rapidamente reparar que algumas características dos
Baroness não desapareceram: os toques de rock sulista, o fuzz das
guitarras, os solos irrepreensíveis. No entanto, acrescentaram muito ao seu
reportório e acabam de se tornar mais banda que anteriormente. Fãs da banda que
apenas gostam do seu passado mais pesado não irão apreciar este passo em
frente. Para os outros, que conseguem apreciar um bom espírito aventureiro, este é o
álbum indicado. [9.5/10] M.M.
Estilo: sludge/rock progressivo
Origem: Savannah,
Georgia (E.U.A.)
Formação: 2003
Alinhamento:
CD1 - "Yellow"
1. “Yellow
Theme” (1:45)
2. "Take My Bones
Away" (4:59)
3. "March To The
Sea" (3:12)
4. "Little
Things" (5:03)
5. “Twinkler” (3:17)
6. “Cocanium” (5:09)
7. “Back Where I Belong” (6:16)
8. “ Sea Lungs” (3:21)
9. “Eula” (6:48)
Duração: 39:44
minutos
CD2 – "Green"
1.”Green Theme” (4:23)
2.”Board Up The House”
(4:33)
3.”Mtns. (The Crown
& Anchor)” (4:17)
4.”Foolsong” (2:58)
5.”Collapse” (3:52)
6.”Psalms Alive” (4:09)
7.”Stretchmarker
(3:23)
8.”The Line Between
(5:02)
9. “If I Forget Thee,
Lowcountry” (2:42)
Duração: 35:15 minutos
Elementos:
- John Baizley (voz, guitarra)
- Peter Adams (guitarra)
- Matt Maggioni (baixo)
- Allen Blickle (bateria)
Discografia:
- “First” (EP – 2004)
- “First” (EP – 2004)
- “Second” (EP – 2005)
- “Red Album” (CD – 2007)