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Balanço 2012

NUNO COSTA

TOP 10 INTERNACIONAL

1. MESHUGGAH: "Koloss"
Apesar da projecção e do respeito que a sua carreira ganhou nos últimos anos, os amantes de música extrema e progressiva estarão sempre em dívida para com estes suecos. É algo intrigante que uma banda formada em 1987 só praticamente 20 anos depois tenha atingido um grau de popularidade elevado. Sobretudo as seguintes três razões nos podiam explicar este cenário: falta de qualidade, falta de promoção ou deslocamento temporal. Sem dúvida que a última encaixa melhor com os Meshuggah. Sem nunca operarem grandes alterações na sua filosofia, foi a excelência e singularidade do seu som (com a inevitável persistência) que os fez chegar a um ponto em que finalmente foi possível serem compreendidos em larga escala. É caso evidente para dizer: estavam à frente do seu tempo. E até "só" porque "Koloss" é mais um disco estrondoso, merece a distinção neste balanço de 2012. 
2. Nile - "At The Gates Of Sethu"
3. Gojira - "L'Enfant Sauvage"
4. Witchcraft - "Legend"
5. Testament - "Dark Roots Of Earth"
6. T.R.A.M. - "Lingua Franca"
7. Diablo Swing Orchestra - "Pandora's Piñata"
8. Kreator - "Phantom Antichrist"
9. Storm Corrosion - "Storm Corrosion"
10. Katatonia - "Dead End King"

BANDA REVELAÇÃO: Intervals
Dentro do metal progressivo entendido como contemporâneo - onde a fusão com o chamado djent/math metal toma papel preponderante - saíram quase do nada estes canadianos liderados pelo multicéfalo Aaron Marshall. Com o seu segundo EP, "In Time", dão uma lição de como este estilo pode ser entusiasmante sem soar pretensioso, técnico sem maçar. Até porque não fosse por ser instrumental, este trabalho faz-nos lembrar os Animals As Leaders, mas as semelhanças esgotam-se em pequenas faúlhas relacionadas com a base musical. Com o devido respeito pelo talento incomensurável de Tosin Abasi, este grupo preserva a outra face da cadeia - o ouvinte. A música dos Intervals não é apenas para músicos e professores. Encadeia texturas e melodias tão soberbas que até nos esquecemos que não há voz para sustentar um refrão orelhudo. Isto fica no ouvido, mesmo entre uma miríade de notas e variações de tempo. E acreditem que juntar estes dois factores (técnica e musicalidade) não é fácil. É mesmo dos maiores desafios para qualquer músico.

TOP 10 NACIONAL

1. THE FIRSTBORN: "Lions Among Men"
A capacidade camaleónica e auto-rejuvenescedora dos The Firstborn já lhes é amplamente reconhecida e ao quarto longa-duração demonstram toda a convicção na sua identidade, na qual movem-se para onde querem a seu belo prazer. "Lions Among Men" é um disco denso, cerebral e até visionário, ainda que (como quase todas as suas obras) não seja de digestão fácil. Aqui o grupo lisboeta cava um fosso cada vez mais fundo em sua volta, isolando-se no plano da originalidade e da expressão livre de preconceitos.
2. Colosso - Abrasive Peace"
3. Katabatic - "Heavy Water"
4. Moonspell - "Alpha Noir/Omega White"
5. Holocausto Canibal - "Gorefilia"
6. Process Of Guilt - "Faemin"
7. Thee Orakle - "Smooth Comforts False"
8. Sinistro - "Sinistro"
9. Digamma - "Guidance"
10. Revolution Within - "Straight From Within"

BANDA REVELAÇÃO: Colosso
Apesar da farta bagagem já adquirida, com mais visibilidade nos guturais dos Holocausto Canibal, Max Tomé demonstra o derradeiro grito do seu talento com os Colosso. Por motivos que só ele saberá explicar, tal só foi possível em nome próprio. É ele que dá vida a (praticamente) tudo o que consta do magnifico petardo de death metal que é a estreia "Abrasive Peace", que nada tem de pacífico a não ser a serenidade que nos confere por sabermos que temos em Portugal tais capacidades. A presença do baterista Dirk Verbeuren [Soilwork, Aborted, Devin Townsend] é apenas a cereja em cima do bolo. Se death metal muita gente toca, nem todos o conseguem fazer com tal dose de dinâmica e ao mesmo tempo estabelecer tão sólido fio condutor que nos faz ouvir este disco como se fosse um todo genialmente conexo entre todas as suas partes.

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Por MARK MARTINS

TOP 10 INTERNACIONAL

1. DEFTONES: "Koi No Yokan"
Parece incrível mas esta banda não envelhece! Ficam ainda melhores a cada álbum que lançam. "Koi No Yokan" vai um passo além do que já tinham ido em "Diamond Eyes" - agressivo, melódico, progressivo, atmosférico. Chino Moreno, Stephen Carpenter, Abe Cunningham, Frank Delgado e Sergio Vega provam mais uma vez que são um grupo de músicos geniais.
2. Baroness - "Yellow & Green"
3. Anathema - "Weather Systems"
4. Torche - "Harmonicraft"
5. The Sword - "Apocryphon"
6. Graveyard - "Lights Out"
7. Neurosis - "Honor Found In Decay"
8. Caspian - "Waking Season"
9. Witchcraft - "Legend"
10. Royal Thunder - "CVI"

BANDA REVELAÇÃO: Royal Thunder
Os norte-americanos vindos de Atlanta são a surpresa de 2012 com o lançamento de "CVI". Já nos tinham aguçado o apetite com o EP de 2009 mas este longa duração é a sua confirmação. Rock sulista psicadélico a piscar o olho a bandas dos anos 70 como Led Zeppelin e uma frontwoman chamada Mlny Parsonz com uma voz enorme.

TOP 10 NACIONAL

1. SINISTRO: "Sinistro"
2012 foi um ano muito positivo para a música nacional. Regressos, confirmações, surpresas e, acima de tudo, muita qualidade. Os Sinistro, com o seu álbum de estreia, conseguiram surpreender tudo e todos. Uma banda sonora instrumental densa, pesada e assustadora que conta com ilustres convidados (Tó Pica e Gabriel Coutinho). Podemos aguardar para o início de 2013 um EP que conta com o contributo de Patrícia Andrade.
2. Black Bombaim - "Titans"
3. Process Of Guilt - "Faemin"
4. Dapunksportif - "Fast Changing World"
5. Katabatic - "Heavy Water"
6. The Quartet of Woah - "Ultrabomb"
7. Miss Lava - "Red Supergiant"
8. Moonspell - "Alpha Noir/Omega White"
9. Burning Man - "Ronin"
10. Laia - "Sogra"

BANDA REVELAÇÃO: Sinistro

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Por BRUNO CORREIA

TOP 10 INTERNACIONAL

1. CONVERGE - "All We Love We Leave Behind"
Uma bomba sonora impossível de descrever com palavras. Dos Converge nunca se espera um álbum mau, mas ainda assim ninguém esperava um álbum com a qualidade e poder de "All We Love We Leave Behind". Um petardo musical de 38 minutos. Caos controlado (ou nem tanto), distorção no máximo e a voz sofrida de Bannon são o suficiente para tornar algo que podia ser apenas mais um álbum numa obra de arte arrepiante e viciante.
2. Gojira - "L'Enfant Sauvage"
3. Kreator - "Phantom Antichrist"
4. Alcest - "Les Voyages de L'Amê"
5. Overkill - "The Electric Age"
6. Eluveitie - "Helvetios"
7. Meshuggah - "Koloss"
8. Paradise Lost - "Tragic Idol"
9. Katatonia - "Dead End Kings"
10. Baroness - "Yellow & Green"

BANDA REVELAÇÃO: Ne Obliviscaris
Até ao ano de 2012, apenas uma demo tinha sido lançada por esta banda australiana que nos surpreendeu agora com o lançamento de "Portal Of I", cinco anos depois. Uma pérola musical que promete ser o ponto de viragem para o grupo, fazendo-os atingir um maior reconhecimento internacional mostrando ao mundo a sua música, que não conhece barreiras estilísticas.

TOP 10 NACIONAL

1. MOONSPELL - "Alpha Noir/Omega White"
Quem sabe nunca esquece, essa é a verdade. Este disco duplo (que pode ser separado mas só faz sentido quando ouvido em conjunto) traz-nos um excelente balanço entre peso e melodia, branco e negro, o bem e o mal. A banda liderada pelo carismático Fernando Ribeiro demonstra com este álbum que apesar do estatuto alcançado até agora ainda não está na hora de descansar. Uma aposta arriscada mas que demonstra a criatividade do grupo e a vontade de não abrandar tão cedo.
2. Revolution Within - "Straight From Within"
3. Process Of Guilt - "FÆMIN"
4. Adamantine - "Chaos Genesis"
5. Thee Orakle - "Smooth Comforts False"
6. Besta - "Ajoelha-te Perante a Besta"
7. Prayers Of Sanity - "Confrontations"
8. The Firstborn - "Lions Among Men"
9. Reality Slap - "Necks & Ropes"
10. Holocausto Canibal - "Gorefilia"

BANDA REVELAÇÃO: Lights of Nightmares
Formados apenas em 2011, logo em Janeiro deste ano lançaram o seu álbum de estreia. A prova de que criatividade é coisa que não falta a este quinteto da Madeira. Essencialmente focada numa onda mais sinfónica, a banda apresenta-nos algo pouco ouvido em Portugal. 2013 será, de certeza, mais um ano de conquistas para o grupo.

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