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Músicos Avulso - Miguel Raposo (Cérebro / Psy Enemy)

Começa a tornar-se num dos veteranos na cena de peso açoriana, cujo percurso está fortemente ligado aos "matemáticos" Psy Enemy. Hoje em dia, menos "visível" dado ao status incerto da banda, tenta manter viva a sua paixão pela música através dos Cérebro - projecto de metal industrial cantado em português. Tem como grande característica a frontalidade e chegou mesmo a ser considerado um "vocalista polémico". Hoje, aos 27 anos, mantém os seus ideais bem definidos, mas preserva a abertura de mente, enquanto torce pelo Benfica... logo que não hajam cães por perto.  

Data de nascimento e naturalidade?
15 de Fevereiro de 1985. Natural de Ponta Delgada.

Como descreve sua terra natal e que sentimentos esta lhe traz? Gosta de onde nasceu ou se pudesse escolhia outra local ou mesmo país?
São Miguel é uma terra muito bonita e pacata, e é tudo perto. É onde se encontra a minha família e o meu núcleo de amigos. Sofre da mesma problemática de todas as outras terras de dimensões reduzidas, com a agravante de estar rodeada de mar e ter a “separação” com o continente de 300 euros. Não sei como seria se nascesse em outro local, muito provavelmente, não seria a pessoa que sou hoje. Aqui, como é um meio pequeno, sentimos mais as coisas.

Que traço faz da sua infância? Lembra-se das brincadeiras e traquinices que tinha? Que tipo de miúdo é que era?
Eu era um rapaz sossegado, não de muitas traquinices (estas só despoletaram na altura da adolescência). Quando brincava sozinho, gostava muita de brincar com as tartarugas ninja. Lembro-me de ter todos os bonecos da coleção e grande parte dos acessórios. Com os outros meninos, eram as brincadeiras do costume: jogar futebol, às apanhadas, escondidas, etc.

Na escola era um aluno empenhado? Que matérias/áreas mais o entusiasmavam e, por outro lado, quais as que mais detestava?
A nível escolar, fiz o meu 12º ano com normalidade, mas no ensino superior já estive em dois cursos, os quais desisti por desmotivação. Foram eles Estudos Europeus e Política Internacional e Estudos Artísticos. Gostava de Português, Inglês, Filosofia, Educação Física, História. Não gostava de Matemática e Físico-Química. Detestava essas duas! [risos]

Lembra-se de algum momento marcante enquanto estudante? Alguma curiosidade, brincadeira, traquinice, contenda com algum professor?
Várias, mas como devem imaginar, não seria correcto para os outros intervenientes estar a contá-las.

Concorda com o novo acordo ortográfico?
Não desconcordo. Penso que tudo tem de evoluir, caso contrário ainda escreveríamos farmácia com “ph”. É tudo uma questão de hábito.

A sua ligação ao metal surge quando e como?
Pelos meus 13 ou 14 anos comecei a ouvir Nirvana através do LP que os meus pais tinham na sua discografia, o "Nevermind". Nessa altura, também estava a aparecer o mp3, a internet estava a chegar com força e, pesquisando, fui-me envolvendo cada vez mais nesta sonoridade mais pesada.

Como aprendeu, neste caso, a cantar?
Sinceramente, acho que não sei cantar. Estou sempre muito duvidoso da minha voz, acho que nunca está bem. Mas comparando gravações mais antigas com as actuais noto evolução, agora se sei cantar ou não... O importante para mim é, ao compor ou reproduzir um tema, conseguir fazer sempre melhor do que a última vez.

Qual foi o primeiro disco de metal que ouviu e o que comprou?
O primeiro CD que comprei foi o "Bleach" dos Nirvana. Quanto ao metal, penso que foi o "Life Is Peachy" dos Korn ou o "Roots" dos Sepultura.

Sempre ouviu metal ou teve aquela fase em que ouvia tudo o que lhe aparecia? Tem, por exemplo, vergonha de certas coisas que ouvia? 
Eu não ouço exclusivamente metal. Aliás, acho que “pegava de cabeça” se assim o fosse. As bandas que mais gosto são todas muito diferentes. Por exemplo, fui agora à minha lista de intérpretes do iTunes e o primeiro a aparecer é Adriana Calcanhoto e o último dos ZZ Top.

Qual foi o primeiro concerto a que assistiu?
Sinceramente, não me recordo, mas um dos primeiros que me ficou na mente foi um dos Hangover, no Teatro Micaelense.

E o que mais o marcou até hoje?
Tenho três concertos que me marcaram imenso: Rammstein, The Prodigy e Bjork. Grandes senhores(as) da música.

Qual é a sua grande referência musical e porquê?
Mike Patton, porque é fantástico!

Para si, qual seria a profissão ideal?
Músico/produtor.

Qual é o seu grande hobby?
Joguei durante muitos anos hóquei em patins. Infelizmente, o clube onde sempre joguei fechou. Actualmente, faço o meu jogging e algumas outras actividades físicas.

Qual a viagem que mais o marcou até hoje e qual é o seu destino preferido de férias?
As viagens que mais me marcaram foram a dois festivais, sobretudo ao “Sudoeste”. Gostaria de ir a muitos sítios.

Que local ou país deseja mais conhecer?
Amesterdão, Londres, Barcelona, Los Angeles, Vancouver, São Paulo, Rio de Janeiro... são tantos.

Tem um disco, canção, filme ou série da sua vida?
Disco e canção é complicado dizer, porque são muitos. Contudo, relativamente a filmes, apontava a trilogia do "Padrinho". Séries, não sou muito de as ver, mas há duas a que assisto quando posso: “How I Meet Your Mother” e "The Walking Death". Mas não diria que esteja ao nível de "séries da minha vida".

No sentido inverso: pior disco, canção, filme…
Uma das coisas que aprendi à medida que vou crescendo é que existem gostos para tudo. Por isso, seria injusto dizer, “olha, aquele é o pior”. Mas uma banda que eu, de maneira alguma, suporto, é os Coldplay. Por isso, posso dizer que os discos deles são os piores! [risos] Quanto aos filmes, aplico o mesmo, mas o "Twilight"... [risos]  

É adepto de algum clube de futebol nacional? Qual?
Benfica.

Utiliza as redes sociais? Que visão tem dessas e que papel lhes atribui?
Sim. Acho que é um excelente meio de promoção, mas, como sempre, as pessoas estragam tudo.          

Uma noite perfeita?
Uma tradicional noite com os amigos que não tem hora de terminar ou uma noite relaxada na presença da pessoa que gostas.

Que facto mais o orgulha e envergonha na história nacional e/ou internacional?
O que mais me orgulha no meu país são os Blasted Mechanism, o Pedro Abrunhosa, os Madredeus, os Zen e o Benfica (embora, ultimamente, não). O que me envergonha é o que está por detrás do nosso grande feito: os descobrimentos.

Acredita em Deus? É devoto de alguma religião?
Não em ambos os casos.

Acredita em fenómenos paranormais? Já presenciou algum?
Não.

E em extraterrestres?
Não sei...

Para si, qual é o maior flagelo mundial?
A má distribuição económica.

Qual é a sua opinião sobre o aborto e o casamento homossexual?
Tudo devia ser permitido, só não pode porque... o ser humano estraga tudo.

Gosta de animais? Tem algum?
Gosto. Tenho um gato chamo Pablito (uma homenagem ao Pablo Aimar).

Gosta de videojogos? Qual o seu tipo e/ou jogo favorito?
Sim. Basicamente, só jogo dois jogos: o Pro Evolution Soccer e o Football Manager. Admito: sou um grande amante de futebol! [risos]

Enquanto músico, qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
Partilhar o palco com os Mnemic no festival “Alta Tensão” a tocar nos Psy  Enemy.

E o mais insólito?
Chegar a um sitio para tocar e o guitarrista ter-se esquecido da guitarra!

Arrepende-se de algo que fez na música?
Não.

Tem ainda algum sonho por cumprir na música?
Ainda não alcancei nenhum.

Qual é a sua banda/artista nacional e internacional preferidos?
São muitos. Assim agora: Pedro Abrunhosa e Blasted Mechanism no campo nacional e Faith No More, The Doors, Rammstein, The Prodigy, Meshuggah em termos internacionais.

O que acha da qualidade dos músicos e bandas nacionais?
Existe talento, mas também coisas menos boas.

O que acha que falha, se é que alguma coisa falha, no panorama musical nacional? Acha que há qualidade e quantidade de infraestruturas e público suficientes?
Actualmente, acho que falta dinheiro! [risos]

A internet é um problema ou uma virtude para os músicos e/ou a indústria discográfica?
Bem, para mim, como músico a tentar alcançar uma carreira, é óptimo, mas para um músico já consagrado, acho que já não é bem assim. Afinal de contas, ninguém gosta de “trabalhar para aquecer”.

O que acha dos organismos que gerem os direitos de autor, nomeadamente a SPA?
Pouco ou nada sei sobre eles. Sei apenas o que é do senso comum, o que me faz não ter propriamente uma opinião formada.

Concorda com as leis que estão a ser estudadas para combater a pirataria (ACTA, SOPA, etc)?
Concordo que façam estudos mas penso que nada vai ser resolvido. A internet atingiu um proporção que se torna inteiramente impossível determinar quem anda a "sacar" o filme “x” ou o álbum “y”. A não ser que se faça um número exagerado de downloads, e estamos a falar de quantidades mesmo exageradas.

O que é que o irrita mais?
O julgamento premeditado.

Qual é a maior surpresa que o podem fazer?
Surpreender-me! [risos]

Já praticou algum acto de solidariedade? Se sim, qual?
Trabalhei seis meses num lar de idosos. Já fiz o suficiente até 2013! [risos]

Acha que ainda tem algum dom escondido por revelar?
Penso que não, mas quem sabe?

Prefere o Verão ou o Inverno, o sol ou o frio, a praia ou a neve?
Gosto de metade dos dois.

Qual é o carro dos seus sonhos?
Porsche 911 Carrera.

Sente-se dependente do telemóvel?
Um pouco.

Qual é a sua comida favorita?
Pizza.

E a bebida?
Água.

Sabe cozinhar? Qual o prato que confecciona com maior mestria?
Eu desenrasco-me o suficiente. Com mestria, talvez massa com atum. [risos]

Qual é o seu maior medo?
Perder pessoas que gosto.

Tem alguma fobia?
A cães.

Neste momento, está optimista em relação à recuperação económica do país?
Não, as coisas eventualmente vão melhorar mas não quero viver o resto da minha juventude à rasca.

Identifica-se com alguma ideologia política?
Não.

Se pudesse recuar no tempo, até onde e quando recuava? Porquê?
Já que estamos numa de imaginar, gostaria de ter nascido em 1940, nos E.U.A., para em 1960 ter 20 anos, 1970 ter 30 anos e 1980 ter 40 anos. Era uma óptima altura para viver! [risos]

Acredita na reencarnação?
Não acredito.

É supersticioso?
Não.

Para si, como se descobrem as verdadeiras amizades? O que é uma verdadeira amizade?
Só sei que à medida que envelhecemos, elas diminuem.

Tem tatuagens? Se sim, qual a que mais sentido tem para si?
Sim. A que tenho, além de simbolizar um álbum que me marcou, é também alusiva ao passado, às nossas origens, as quais nunca devemos esquecer.

E piercings?
Não.

Considera-se vaidoso? Que cuidados tem com a aparência e a saúde?
Pratico exercício e uso um creme hidratante... e lavo-me regularmente! [risos] Admito que me olho ao espelho antes de sair de casa, mas nada de extremo.

Que tipo de roupa nunca seria capaz de usar?
Camisolas com decote em “v”, calças justas e equipamentos do Sporting.

Qual o seu maior defeito e a sua maior virtude?
Defeito, provavelmente será a teimosia; a virtude está ligada à teimosia, persistência.


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