Tool - «Ænima»
TOOL
"Ænima"
[CD - Volcano Records]
Ainda recordo ouvir Tool pela primeira
vez. A música foi “Ænima”
e foi numa rádio americana a altas horas da noite. A partir daí interessei-me e
fui procurar mais. A verdade é que a descoberta dos Tool me abriu as portas a
outros grupos que viria a descobrir mais tarde como Meshuggah, Isis, Neurosis,
entre outras.
O que se pode dizer acerca dos Tool? Estranhos,
bizarros, inovadores... Surgiram numa altura em que o grunge estava na sua fase
ascendente com bandas como os Alice in Chains, Mudhoney, Melvins e Soundgarden.
Na verdade, os Tool influenciaram-se muito nessas duas últimas, especialmente
na sua estreia de longa-duração, "Undertow".
Três anos mais tarde, e juntando as
influências do prog e rock dos anos 60 e 70 como King Crimson, Hawkwind, Pink
Floyd e Led Zeppelin, lançam "Ænima". Nota-se desde logo um crescimento
enorme em termos musicais. É um álbum que conquistou um lugar especial nos
corações dos fãs da banda. É um verdadeiro álbum de referência e influenciou
nitidamente muitos discos nos anos seguintes.
Abrindo com "Stinkfist",
apercebemo-nos logo que estamos perante algo mesmo muito especial. Hoje é um
dos grandes clássicos da banda e uma das músicas sempre presentes no seu setlist ao
vivo. "Eulogy", "46 & 2", "H.",
"Pushit" e "Ænema" são outros pratos fortes do disco.
Outro dos factos interessantes é que "Ænima" está
recheado de mensagens subliminares e sons estranhos. Ainda hoje a cada audição
se descobrem e redescobrem pormenores fantásticos. Em praticamente todas as
faixas, Maynard sussurra algo, ainda que, por vezes, possa ser inteligível. Há
também as curiosas "Message To Harry Manback" (uma mensagem
ameaçadora supostamente recebida por Maynard) e "Die Eier Von Satan"
(um discurso em alemão que é apenas uma receita de bolachas). Nota-se que
foi um disco muito pensado e trabalhado, em que se dá importância aos pequenos
pormenores.
Finalmente, é de louvar as qualidades e
o talento dos músicos presentes. Grandes, mas grandes compositores. Estavam,
nesta altura, no pico da sua criatividade (período que se estende até
cinco anos mais tarde quando lançaram "Lateralus"). De realçar os
riffs monolíticos de Adam Jones, o grande mastermind
da banda e todo o responsável pelo artwork
e videoclips, o baixo proeminente de
Justin Chancellor, Maynard James Keenan, que é capaz de maravilhas com a sua
voz hipnotizante e, finalmente, Danny Carey, um dos melhores bateristas do
mundo, talvez mesmo o melhor.
Torna-se muito complicado descrever os Tool.
Podemos apenas falar das suas grandes qualidade e dizer que
muito contribuíram para o mundo da música. Em vinte e três anos
apenas lançaram um EP e quatro LPs mas o pouco que temos chega perfeitamente
para nos encher os ouvidos e a alma. Ouvir um álbum dos Tool não é
entretenimento, é uma experiência. M.M.
Nota de estúdio: gravado nos estúdios Ocean Way e The Hook (Estados Unidos); produzido
por David Bottrill.
Estilo: rock/metal progressivo
Origem: Los Angeles (Estados Unidos)
Formação: 1990
Alinhamento:
1. "Stinkfist" (5:09)
2. "Eulogy" (8:25)
3. "H." (6:07)
4. "Useful
Idiot" (0:38)
5. "Forty
Six & 2" (6:02)
6. "Message
To Harry Manback" (1:53)
7. "Hooker
with a Penis" (4:31)
8. "Intermission"
(0:56)
9. "jimmy"
(5:22)
10. "Die
Eier von Satan" (2:16)
11. "Pushit"
(9:55)
12.
"Cesaro Summability" (1:26)
13.
"Ænema" (6:37)
14. "(-)
ions" (3:58)
15.
"Third Eye" (13:47)
Duração: 77 minutos
Elementos:
- Maynard James Keenan (voz)
- Adam Jones (guitarra)
- Justin Chancellor (baixo)
- Danny Carey (bateria/percussão/samples)
Discografia:
- "Opiate"
(EP - 1992)
- "Undertow"
(CD - 1993)
- "Ænima"
(CD - 1996)
- "Lateralus"
(CD - 2001)
- "10,000
Days" (CD - 2006)