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Cérebro: «Vão levar com a mensagem dura e crua na sua língua materna»

Miguel Raposo, vocalista conhecido pela sua ligação à banda de math metal açoriana Psy Enemy, abordou ontem, em entrevista publicada no jornal Açoriano Oriental, as motivações que o levaram a criar os Cérebro, o status actual da banda e outras actividades que desenvolve dentro da música.

Formados em 2010, os Cérebro terão sido, para além do resultado do "enorme amor pela arte" do músico insular, uma manifestação de inconformismo e um veículo para a transmissão de uma mensagem mais explícita. "Senti que havia necessidade, não só para a região, mas também para o país, de um projecto de música mais pesada cantado em português. Também junto a isso o facto de, durante muito tempo, ter tido feedback sempre negativo do meu anterior projecto [Psy Enemy] da parte da minha família e de algumas pessoas - conversas do tipo 'não se percebe nada do que dizes', 'é só berros', etc.. Pensei para mim: agora irão perceber. Vão levar com a mensagem dura e crua na sua língua materna. Agora se não entenderem... o problema já é outro."

Sobre esta nova faceta da sua carreira, que une "a pujança do hard rock, a agressividade do metal, com um cheirinho a electrónica e uma costela pop", destaca-se também a aposta forte no uso do registo vocal "limpo". "Sinceramente, acho que é uma evolução natural. Os Psy Enemy são muito limitativos para o meu instrumento. Cheguei a um ponto em que pensei: 'bem, a berrar já estou ok, já não é propriamente um desafio', e comecei a trabalhar no canto."

Para além dos Cérebro, Miguel Raposo revelou que tem ainda tempo para se dedicar a outras aventuras musicais. "Adoro estar constantemente a trabalhar em música e posso adiantar que tenho mais dois projectos, um tributo e um de originais, mas numa sonoridade totalmente diferente. Posso mesmo dizer que, neste momento, os Cérebro são o único projecto de metal em que trabalho. Tenho ainda tempo e vontade de ter mais um dedicado a covers, mas totalmente diferente dos que cá existem", sublinhou.

Janeiro assinalou um ano desde que os Cérebro divulgaram os seus primeiros temas, mas aparentemente ainda não há novidades sobre uma estreia em disco ou ao vivo. "Estamos neste momento a compor o sexto tema. Se bem que decidimos há bem pouco tempo lançar apenas três para o público, porque achamos que estes é que merecem ser ouvidos. Nos outros ainda estávamos a aprender a trabalhar juntos e, apesar de termos tudo mais ou menos delineado, estávamos a perceber ao certo o que poderíamos fazer. Ou seja, este sexto tema será o primeiro de uma segunda fase dos Cérebro."

O palco é uma meta a atingir, mas Miguel Raposo enaltece outras prioridades. "Quando nos sentirmos preparados, sairemos. Até lá, temos muito trabalho para fazer, mas obviamente que gostava de tocar já este Verão. Quem sabe..."

O vocalista natural de São Miguel, garante ainda que tem como grande objectivo "tentar abranger um público que não seja o tradicional metaleiro", servindo-se de "um pouco de teatralidade", e acredita que a costela pop dos Cérebro poderá abrir-lhe portas.

Os Cérebro contam ainda com as colaborações de Paulo Bettencourt [guitarrista, Morbid Death], Rui Frias [guitarrista, Morbid Death], Paulo Andrade [baixista, Psy Enemy, ex-Prophecy Of Death], Cristovão Ferreira [teclista] e Pedro Sá Dias [baterista, ex-Spinal Trip, Ficha Tripla].  

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