Mono / Microphonics - 23.02.13 - Hard Club, Porto
A abertura de portas, anunciada para as 21h00, atrasou pelo
que a fila à porta da Sala 2 se estendia largos metros. Os bilhetes tinham
esgotado a meio da tarde e eram muitos os que queriam assegurar um bom lugar.
O concerto em si, esse sim, teve início à hora marcada.
22:00 em ponto e o belga Dirk Serries – a mente por trás dos Microphonics –
subiu ao palco. Como DJ, não é seu costume falar ao público, mas tratando-se da
sua última data na tour – a partir dali,
a primeira parte ficaria a cargo do americano Chris Brokaw – Serries achou que
deveria expressar o seu agradecimento a quem permitira que ele tocasse a sua
música, nomeadamente aos Mono, ao motorista e ao técnico de som.
Seguiu-se então meia hora sem interrupções de música
ambiental bastante envolvente, que deixou os presentes num transe relaxante. No
final, as despertarem, aplaudiram o artista com fervor.
Fervor que aumentou de intensidade um quarto de hora depois
com os tão aguardados cabeças-de-cartaz. O seu sexto longa-duração chegou às
lojas em Setembro do ano passado e ouvimos três das cinco músicas que compõem
este “For My Parents” – “Legend”, com que a actuação começou, “Dream Odyssey” e
ainda “Unseen Harbor”. No entanto foi o anterior “Hymn To The Immortal Wind”,
já de 2009, que teve mais destaque, tocando cinco temas que incluíram “Ashes In
The Snow”, “Follow The Map” e “Everlasting Light”, com que encerraram o tocante
concerto.
A mistura instrumental de post-rock e shoegazing
com a sonoridade asiática, interpretada de corpo e alma pelo quarteto, enlevou
o público e fê-lo render-se por completo – ora movimentando o corpo ao ritmo e
sentimento dos temas, ora explodindo em aplausos e gritos de aprovação.
Um espectáculo bonito de se viver, tanto pela qualidade da
banda como pela emotiva resposta do público.
Texto: Renata Lino
Fotografia: Maria Louceiro