Review - Hatebreed - "The Divinity Of Purpose"
HATEBREED
"The Divinity Of Purpose"
[CD - Nuclear Blast Records]
É desnecessário contrariar o inegável: os Hatebreed já não
têm nada a provar a ningúem. Dezanove anos e seis álbuns depois, o quinteto do
Connecticut já tem o seu lugar bem vincado na cena do metalcore mundial. Tendo
isso em conta, a verdade é que não vale a pena esperar por grandes surpresas
quando a banda lança um álbum novo, nenhum risco fora do normal, nada que não estivessemos
à espera. E é isso mesmo que "The Divinity Of Purpose" representa: um
risco bastante controlado, pouca inovação e nada fora do normal. O que não quer
dizer, no entanto, que seja um álbum mau. Pelo contrário, este sétimo álbum do
grupo norte-americano é mais um acumular de energia com duração inferior a 35
minutos e repleto de revolta, crítica, raiva e, sobretudo, opiniões. É um
"álbum-Hatebreed", se é que tal termo pode ser inventado. Um disco
que cumpre dois objectivos: para quem nele tem o seu primeiro contacto com a
banda, fica com uma ideia perfeita de quem são e do que fazem; para quem é fã
de longa-data, o álbum não desaponta, tendo nele todos os elementos sonoros e
líricos que caracterizam o grupo.
Começando com "Put It To The Torch", que de resto
serviu como single de apresentação, é difícil destacar alguns temas, não pela
falta de qualidade, mas, pelo contrário, pela qualidade de todos naquilo que é
um álbum bastante coerente. Os Hatebreed têm orgulho do seu legado e isso é
visível neste disco. Uma banda que compõe álbuns com o objectivo de os
apresentar ao vivo (e diga-se, é impossível ouvir este novo registo sem nos
imaginarmos nas primeiras filas de um qualquer concerto a cantar com o
carismático vocalista Jamey Jasta). É também impossível ouvir "The
Divinity Of Purpose" e ficar indiferente a temas como "Honor Never
Dies", "Before The Fight Ends You", "Time To Murder It"
ou o tema-título que se destaca pela sua introdução pautada a baixo e bateria,
só para citar alguns exemplos. No geral, um álbum bastante positivo e que não
compromete, pecando depois pelo facto de lhe faltar aquele "clique",
aquele ultrapassar da linha que nos faz querer saltar da cadeira e soltar toda
a energia acumulada. Uma sensação agridoce por termos presenciado a qualidade
deste novo disco mas, ainda assim, querermos mais, bastante mais.
Há bandas que vivem da reinvenção e constante busca pela
mudança, mas não é disso que se trata neste caso. Pelo contrário, e usufruindo
do estatuto que já têm, o grupo norte-americano faz de cada álbum um capítulo,
seguindo sempre a mesma linha estilística do seu "livro".
Dificilmente seremos surpreendidos por qualquer álbum que os Hatebreed venham a
lançar, mas a verdade é que no final de cada um ficamos com um
sorriso na cara e a vontade de carregar no play
mais uma vez, ainda que este registo não chegue para ficar gravado entre os melhores momentos da carreira da banda. [7/10] B.C.
Nota de estúdio: co-produzido por Hatebreed, Chris "Zeuss"
Harris e Josh Wilbur.
Estilo: metalcore
Origem: Connecticut (Estados Unidos)
Formação: 1994
Alinhamento:
1. "Put It To The Torch" (2:12)
2. "Honor Never Dies" (3:13)
3. "Own Your World" (3:39)
4. "The Language" (3:14)
5. "Before The Fight Ends You"
(3:17)
6. "Indivisible" (2:55)
7. "Dead Man Breathing" (3:19)
8. "The Divinity Of Purpose"
(3:40)
9. "Nothing Scars Me" (3:07)
10. "Bitter Truth" (2:39)
11. "Time To Murder It" (3:23)
Duração: 34:43
minutos
Elementos:
- Jamey
Jasta (voz)
- Wayne
Lozinak (guitarra)
- Frank
Novinec (guitarra)
- Chris Beattie (baixo)
- Matt Byrne (bateria)
Discografia:
- "Under The Knife" (EP -
1996)
- "Satisfaction Is The Death Of
Desire" (CD - 1997)
- "Perseverance" (CD -
2002)
- "The Rise Of Brutality"
(CD - 2003)
- "Supremacy" (CD - 2006)
- "For The Lions" (CD -
2009)
- "Hatebreed" (CD - 2009)
- "The Divinity of
Purpose" (CD - 2013)