Switchtense / Angelus Apatrida / Revolution Within / Terror Empire - 15.02.13 - Hard Club, Porto
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Os Switchtense completaram o seu 10º aniversário o ano
passado e decidiram comemorá-lo com a gravação de um concerto “em casa”, na
Moita – mais propriamente no Moita Metal Fest, festival que todos os anos
ajudam a promover e organizar. Dessa gravação nasceu o CD/DVD “10 Unbreakable
Years”, cuja festa de lançamento decidiram realizar numa sala que já é mítica,
numa cidade que sempre acolheu a banda de coração.
Os primeiros convidados para esta festa foram os thrashers TERROR EMPIRE. Com pouco mais de três
anos de existência, a banda de Coimbra provou não ser novata nos palcos ou
desconhecida do público. Editado o EP “Face The Terror”, em Junho, eram várias
as vozes que se juntavam à de Ricardo Martins. Em “Submission By Fear” até
entregou o micro a um fã para que este berrasse o refrão.
O mosh também foi
uma constante durante aquela meia hora que terminou com “Last Fire”, tema que
teve direito a um mar de punhos erguidos e um coro de “hey!”, assim que soaram
os primeiros acordes.
Sem grandes demoras – o Hard Club é rígido no que toca a
horários – seguiram-se os REVOLUTION
WITHIN. A promover o seu mais recente álbum, “Straight From Within”, e com
cerca de 40 minutos para tocar, o álbum de estreia “Collision” ficou um pouco
de parte, tendo falhado o “hino” “Surrounded By Evil”. Compensaram com
“Silence”, música para a qual filmaram um vídeo, e “Stand Tall”, que encerrou o
alinhamento. Do mais recente trabalho, “Pure Hate”, “Without Recognition” e
“Pull The Trigger” – que contou com a participação de Hugo Andrade dos
Switchtense, tal como acontece em estúdio – marcaram alguns dos pontos altos,
não só da actuação da banda de Santa Maria da Feira mas de toda a noite.
Não era a primeira vez dos espanhóis ANGELUS APATRIDA em Portugal mas era o seu primeiro concerto na
Invicta. Também eles têm um álbum com menos de um ano, “The Call”, e foi com a
sua primeira faixa, “You Are Next”, que puseram o seu concerto em movimento… assim
como o público. “Estáis locos, eh?”, riu
o vocalista e guitarrista Guillermo Izquierdo a dada altura. Isso e a afirmação
de que a cerveja Super Bock era bem melhor que a Sagres…
Os Angelus Apatrida eram a banda mais antiga e com uma maior
discografia, pelo que, certamente, foi mais difícil para eles escolher as
músicas a tocar. Optaram por focar-se nos dois mais recente álbuns,
naturalmente, o já referido “The Call” e ainda “Clockwork” – ambos gravados nos
estúdios portugueses Ultrasound com Daniel Cardoso, algo que Guillermo pareceu
orgulhoso de realçar. Mas não podiam deixar de tocar ainda o tema-título do
segundo álbum, “Give ‘Em War”, visto ser o tema em que uma wall of death é obrigatória.
Hugo subiu ao palco mais uma vez para ajudar a cantar “Fresh
Pleasure” e o concerto terminou de seguida com a brutalidade de “Blast Off”.
Chegava então a hora dos anfitriões SWITCHTENSE subirem ao palco. E como o fizeram! Com toda a gente a
ajudar, “Face Off” fez o Hard Club estremecer. Hugo falou então do propósito
daquele concerto e de como era uma honra estar a festejar o lançamento daquele
CD/DVD ali no Porto. Falou ainda da azáfama que era organizar um concerto, para
que tudo desse certo, mas que no final valia a pena aquele convívio entre
pessoas que realmente gostam do que fazem e saem à rua para apoiar o underground.
E quanto aos outros, que ficam em casa a “mandar bocas na internet”, era para
ignorá-los.
“State Of
Resignation”, “Into The Words Of Chaos” ou “Unbreakable” são apenas alguns dos
títulos naquilo que foi um verdadeiro desfile de êxitos. E mesmo as duas mais
recentes, que também podem ser ouvidas neste novo trabalho, foram acompanhadas
palavra a palavra (ou berro a berro, para ser mais exacto) – “The Right Track”
(em que Hugo disse serem noites como aquela que provavam que eles estavam “no
caminho certo” daquilo que queriam das suas vidas) e “Ghost Of Past” (aludindo
aos tempos difíceis dos dias de hoje e aos erros governamentais dos últimos 30
anos – para não ficarmos em casa nos dias de eleições porque somos nós que “os”
metemos lá).
Alguém gritou “wall of
death” ao que Hugo respondeu “se quiserem fazer façam – só quero que se
divirtam!”. Mas sem alguém a “comandar”, a dita wall ficou sem efeito. Não se livraram foi de uma invasão de palco
mais para o final, num concerto que só pecou por ser tão curto.
Texto e fotografia:
Renata Lino