Review - Vreid - "Welcome Farewell"
VREID
“Welcome Farewell”
[CD – Indie Recordings]
Quando se diz que o black metal dos Vreid é melódico, a referência
não é ao uso de teclados/sintetizadores cujo som, por si só, lima qualquer
aresta bruta. No caso destes noruegueses, “melódico” é sinónimo de “não
tradicional”, uma vez que a melodia é introduzida através de um excelente
trabalho de guitarra com uma sonoridade mais heavy ou thrash metal do que
propriamente black. Alguém até aplicou o termo “black’n’roll”, precisamente para distinguir da noção mais comum que
se tem do black melódico.
“Welcome Farewell” é forjado,
novamente, nesses moldes, embora a sonoridade geral seja um pouco mais crua que
no seu antecessor “V”. Mas curiosamente, escolheram para primeiro single o tema mais “brando”: o riff
principal de “The Reap” e o seu solo empregam uma combinação de notas e ritmo bastante
ligeira, apenas a voz de Sture denunciando a vertente black. Uma música que
fica com facilidade no ouvido, o que também pode explicar o porquê da escolha
para single.
“The Devils Hand” tem a natureza rebelde e
despreocupada do punk rock e “Black Waves”, onde Sture explora um tom limpo,
ainda que sinistro, assume novamente um ritmo pesado mas não extremo. “At The
Brook” segue-lhe o exemplo no que diz respeito à batida, com o baixo mais
proeminente, mas as guitarras são mais fluídas, como nas bandas de heavy metal
clássico.
São os restantes temas que
apresentam a crueza anteriormente mencionada, com partes de verdadeiro black,
ainda que à mistura com outros géneros: “Way Of The Serpent” e o próprio
“Welcome Farewell”, por exemplo, são temperados com thrash, e o início de
“Sights Of Old” tem um cheirinho a doom, mas a base é indiscutivelmente black.
Os Vreid têm uma sonoridade característica que mais uma vez
reproduziram sem, no entanto, tornarem-se repetitivos ou perderem a qualidade
que até agora os tem assistido. Continuam a não convencer os metaleiros “trve”, mas os fãs que fizeram até agora
e os apreciadores de um black metal mais contido vão ter em “Welcome Farewell” uma
agradável companhia durante quase três quartos de hora. [7/10] R.L.
Nota de estúdio:
produzido e misturado por Hváll no Studio 1184, Asker (Noruega) e masterizado
no Studio 210 em Berlim (Alemanha). Digipack
inclui bonus track “Fossil”.
Estilo: melodic
black metal
Origem: Sogndal
(Noruega)
Formação: 2004
Alinhamento:
1. “The
Ramble” (5:17)
2. “Way
Of The Serpent” (5:28)
3. “The
Devils Hand” (3:39)
4. ”Welcome
Farewell” (6:31)
5. “The
Reap” (3:56)
6. “Sights
Of Old” (8:36)
7. “Black
Waves” (4:18)
8. “At
The Brook” (4:47)
Duração: 42:32
Elementos:
- Hváll (baixo)
- Sture (vozes/guitarra)
- Strom (guitarra)
- Steingrim (bateria)
Discografia:
- “Kraft”
(CD – 2004)
- “Pitch
Black Brigade” (CD – 2006)
- “I
Krig” (CD – 2007)
- “Milorg”
(CD – 2009)
- “V”
(CD – 2011)