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Review - Soilwork - "The Living Infinite"

SOILWORK
"The Living Infinite"
[CD - Nuclear Blast]

Um bico d'obra falar nestes homens do gelo, rapazes graúdos mas sempre com um entusiasmo inexcedível. E, já agora, músicos de uma realeza tal que os faz estar no trono do death metal melódico há quase duas décadas. Pois, incorre-se num erro mais ou menos grosseiro quando falamos em death metal melódico. Esta malta há muito que extravasa esse rótulo e é, sobretudo, igual a si própria. Fazem basicamente o que lhes apetece e, neste caso, há muito também que se percebeu que não tentam fazer mais do que criar boa música, com toda a subjectividade inerente ao termo.

"The Living Infinite" encontra uns Soilwork a dizer: vamos perdurar até ao infinito, com ou sem Peter Wichers (e já agora sem o não menos importante Ola Frenning). E para vincar ainda mais a ideia, enfartam-nos com vinte faixas que perfazem o seu primeiro disco duplo e contornam qualquer indício de que estariam a caminhar para o abismo. Pois é, este seria o segundo disco da vida dos Soilwork (e já são nove ao todo) em que o líder por natureza, Wichers, deixava órfã a banda de Helsinborg. E tendo em conta que o único disco em que tinha estado ausente, "Sworn To A Great Divide", de 2007, não tinha corrido muito bem, alguns receios podiam ser legítimos.

Apraz-nos verificar e dizer com toda a convicção que os Soilwork estão vivos, e bem vivos. Aliás, alguém ainda acredita que, por mais ou menos previsível que seja cada um dos seus álbuns, já não seja possível ficar enfeitiçado por algum (ou muitos) dos seus refrões ou então a bater freneticamente o pezinho, com ou sem "air double bass drum pedal"? Ora aí está, sem apelo nem agravo, mais um conjunto de temas que desfila como a água mais pura que possam imaginar por uma sedenta garganta metaleira.

"The Living Infinite" abre sem dó nem piedade com "Spectrum Of Eternity" (e ainda com menos misericórdia segue mais à frente "Let The First Wave Rise"), numa primeira tríade de temas muito orelhudos (vão se fartar de ouvir o termo "orelhudo" por aqui, mas vamos tentar evitá-lo) e dão o primeiro sinal da grande dinâmica deste disco com os apontamentos jazzy e progressivos a meio de "Tongue".  Nem os sintetizadores mais dóceis de "The Living Infinite I" abrandam o ritmo e muito menos um "Vesta" de início acústico antes de mais um refrão bombástico. E por falar em refrões, o single "Rise Above The Sentiment" é qualquer coisa de viscoso que nem diluente fará desaparecer, talvez só ombreado por "Parasite Blues", onde Björn "Speed" Strid apresenta a melhor performance deste disco. E para manter a fasquia bem alta, até em termos da relativa imprevisibilidade que ainda proporcionam, fecham de forma bastante obscura e áspera com "Owls Predict Oracles Stand Guard" (pelo menos tendo em conta a comercial e colorida tendência do seu som).

Não há muito mais a dizer quanto à capacidade inata dos Soilwork debitarem toneladas de música coesa e "magnética" ao longo de anos a fio. Já não surpreendem ninguém, é verdade, mas manter esta vitalidade devia ser caso de estudo científico. Finalizamos colocando um certificado de qualidade na estreante dupla de guitarristas Sylvian Coudret e David Andersson. [8.5/10] N.C.

Data de lançamento: 1 de Março de 2013
Nota de estúdio: produzido por Jens Bogren
Estilo: death metal melódico
Origem: Helsinborg (Suécia)
Formação: 1995
Artwork: Mircea Gabriel Eftemie

Alinhamento:
1. "Spectrum Of Eternity" (4:01)
2. "Memories Confined" (3:25)
3. "This Momentary Bliss" (3:45)
4. "Tongue" (4:17)
5." The Living Infinite I" (3:50)
6. "Let The First Wave Rise" (2:52)
7. "Vesta" (4:18)
8. "Realm Of The Wasted" (4:29)
9. "The Windswept Mercy" (4:14)
10. "Whispers and Lights" (5:09)
11. "Entering Aeons" (2:34)
12. "Long Live the Misanthrope" (5:26)
13. "Drowning With Silence" (4:28)
14. "Antidotes In Passing" (4:15)
15. "Leech" (4:20)
16. "The Living Infinite II" (5:39)
17. "Loyal Shadow" (2:34)
18. "Rise Above The Sentiment"( 4:03)
19. "Parasite Blues" (5:16)
20. "Owls Predict Oracles Stand Guard" (5:24)
Duração: 84 minutos

Elementos:
- Björn "Speed" Strid (voz)
- David Andersson (guitarra)
- Sylvain Coudret (guitarra)
- Ola Flink (baixo)
- Sven Karlsson (teclado)
- Dirk Verbeuren (bateria)

Discografia:
- "Steelbath Suicide" (CD - 1998)
- "The Chainheart Machine" (CD - 2000)
- "A Predator's Portrait" (CD - 2001)
- "Natural Born Chaos" (CD - 2002)
- "Figure Number Five" (CD - 2003)
- "Stabbing The Drama" (CD - 2005)
- "Sworn To A Great Divide" (CD - 2007)
- "The Panic Broadcast" (CD - 2010)
- "The Living Infinite" (CD - 2013)

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