Review - Svart Crown - "Profane"
SVART CROWN
"Profane"
[CD -
Listenable Records]
Olhando para o que é um percurso a atingir oito anos, é
inevitável não verificar com espanto o crescimento dos Svart Crown. Sem
grande alarido em seu torno, embora com muita gente atenta ao seu trabalho, o
grupo francês começou a evidenciar um poderio musical suficientemente
interessante para lhes começar a valer uma intensa agenda ao vivo (tendo já
mesmo viajado aos Estados Unidos, sorte que não cabe a todos). Algo de positivo
estão, portanto, a criar.
Black/death metal. É verdade que a estreia "Ages Of
Decay", de 2008, não tinha qualquer teor desbravante e sugestivo em termos
criativos para os fixar automaticamente como uma promessa a morder os
calcanhares aos grandes símbolos do género. A margem de crescimento não era
evidente e assim se olhava para eles como uma banda puramente mediana. A análise veio um pouco a mudar com o seguinte "Witnessing The
Fall", já mais obscuro e contaminado de ideias ligeiramente aventureiras.
E quando se fala em aventureiras está-se apenas a destacar a dissonância que
bandas como os Deathspell Omega tão bem acalentam na sua música.
O resto mantinha-se relativamente previsível. O groove será outra das características que mais ajuda os Svart Crown
a desenvolverem um cocktail de ingredientes ácidos e extremistas que, sem darmos bem por
isso, criam um balão de oxigénio fulcral para ficarmos colados à sua sonoridade com o prazer
masoquista de quem é espancado em todas as partes do corpo (sobretudo na mente).
"Profane" reúne tudo isso, injecta-lhe uma
grande dinâmica rítmica e gera uma receita virulenta naquele que é, sem
qualquer ressalva, o melhor disco dos Svart Crown. Agora sim, pode dizer-se: o grupo está crescido (e a procissão poderá ainda estar no átrio). Para além dos conterrâneos
que já citámos como referência, incluam ainda uns cerebrais Ulcerate mas muito
menos técnicos e progressivos. Persiste, no entanto, aqui, toda a escuridão
desses mesmos nomes e alguma da sua variedade de cadências e estruturas.
Poderoso, selvático, profano (como não podia deixar de ser)
mas com uma acutilância de interpretação e composição absolutamente madura. Um passo de
gigante rumo a uma afirmação em larga escala. [8/10] N.C.
Nota de estúdio: gravado, misturado e masterizado por
Francis Caste nos St. Marthe Studio (França).
Estilo: black/death metal
Origem: Nice (França)
Formação: 2005
Artwork: Stefan Thanneur
Alinhamento:
1. "Manifestatio Symptoms" (1:30)
2. "Genesis Architect" (5:04)
3. "Intern.Virus.Human (4:41)
4. "In
Utero - A Place Of Hatred And Threat" (5:05)
5. "Until The Last Breath" (4:55)
6. "Profane" (4:41)
7. "The Therapy Of Flesh" (6:12)
8. "Venomous Ritual" (3:39)
9. "Ascetic Purification" (2:12)
10.
"Revelatio: Down Here Stillborn" (5:14)
Duração: 43
minutos
Elementos:
- JB Le Bail (guitarra/voz)
- Clement Flandrois (guitarra)
- Ludovic Veyssiere (baixo)
- Nicolas Muller (bateria)
Discografia:
-
"Bloody Crown" (Demo - 2006)
-
"Ages Of Decay" (CD - 2008)
-
"Witnessing The Fall" (CD - 2010)
-
"Profane" (CD - 2013)
