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Entrevista - Anomally (Especial Roquefest)

ELES NÃO DORMEM
"Desistir não faz parte dos nossos planos"

Gradual e sustentadamente assumiram com mérito a liderança do que de melhor é feito nos Açores em termos de metal. "While The Gods Sleep" pontapeou com toda a força os mais cépticos, não deixando qualquer dúvida de que o trabalho e a dedicação andam de braço dado com a evolução. Aí estão os Anomally, uma vez mais em São Miguel no dia 18 de Maio no Roquefest, para espalhar coesão por todos os poros. O teclista Miguel Aguiar, como habitualmente, foi o interlocutor de uma conversa especialmente dedicada à ocasião e ao futuro do metal açoriano.

Com um EP lançado em Agosto, é inevitável chegar a esta fase sem solicitar um balanço dos resultados. Temos verificado notícias e reviews um pouco por todo o mundo. No fundo, o que mudou para a banda depois de "While The Gods Sleep"?
Nos tempos que correm em que não se fala de outra coisa senão crise, o balanço para uma banda açoriana que lançou um EP em Agosto passado não é certamente aquele que pretendíamos.  De qualquer maneira estamos satisfeitos com as críticas recebidas que, na sua grande maioria, reflectem perfeitamente aquilo que sentimos em relação ao nosso EP. Infelizmente, a insularidade tem os trunfos mais altos... e nós saimos a perder.

Os concertos de metal nos Açores, como sabemos, são uma raridade. Como tem sido possível manter a motivação quando há um disco (o segundo para vocês) e um mercado completamente estéril? O Roquefest é, por isso, um momento de especial entusiasmo?
Os concertos de metal nos Açores estão quase tão raros quanto uma vitória do Sporting nos últimos tempos. A motivação vem do gosto pelo que fazemos. Nem sempre é fácil, confesso, mas desistir não faz parte dos nossos planos. E enquanto houver gente como os organizadores do Roquefest, nós cá estaremos disponíveis para tocar. Em relação a esse mesmo festival, é, sem dúvida, um momento de especial entusiasmo, pois, finalmente, temos oportunidade de ir promover o nosso mais recente trabalho em São Miguel.

Esta será a quinta ou sexta vez que se deslocam a São Miguel para actuar. É escusado dizer que já se sentem em casa. Mas é sempre bom voltar? Há algo distinto preparado para a ocasião?
É sempre óptimo voltar a qualquer sítio onde sejamos bem recebidos e São Miguel é um desses lugares, sem dúvida. Desde 2007 que temos ido com frequência a essa ilha. O ano passado quando lançámos o nosso EP, pretendíamos, inclusivé, fazer uma festa de apresentação em São Miguel, para além da que fizemos cá. No entanto, tal não foi possivel por questões que, infelizmente, não tiveram a ver com a banda. Felizmente que surgiu-nos agora este convite por parte da organização do RoqueFest e vamos, assim, aproveitar para promover o nosso mais recente trabalho junto de quem, se calhar, ainda não teve oportunidade para o conhecer.

Há cerca de dois meses os Anomally lançaram um repto aos fãs para escolherem o vosso próximo videoclip. Antes de mais, porquê entregar-lhes essa responsabilidade?
Desta vez quisemos dar a oportunidade aos nossos fãs de nos dizerem, afinal de contas, o que gostariam que fizéssemos, porque, na realidade, isto é algo que é feito de nós para eles. É uma maneira de lhes mostrarmos que a sua opinião também conta e, como tal, tivemos em consideração a votação que foi feita na nossa página do Facebook .

Os Anomally são do mais Do It Yourself que existe nos Açores. Que se saiba, serão também os responsáveis por esse novo videoclip. Digam em voz alta como é possível manter esse dinamismo e auto-suficiência? 
Somos mentes criativas e não gostamos de estar parados. Gostamos de ter o controlo total ou quase total em tudo o que esteja ao nosso alcance. Também é verdade que não temos o orçamento que gostávamos de ter para podermos contratar os melhores profissionais e confiarmos-lhes o nosso trabalho. Como tal, trabalhamos com quem o nosso orçamento nos permite, ou seja, com a "prata da casa"! [risos] Tanto eu como o Tiago temos vindo a investir em equipamento de vídeo e áudio, respectivamente, que nos permite fazer algo já mais profissional do que há oito anos atrás quando começámos. E efectuando estes trabalhos no nome da banda ajuda-nos a promover o nosso trabalho pessoal. Como disse atrás, assim conseguimos ter o domínio e o nosso cunho pessoal no resultado final.

Existe alguma previsão para o seu lançamento? Qual é o ponto da situação ou que pormenores do argumento podem já ser revelados?
Será lançado quando eu achar que está no "ponto de caramelo"! [risos] O tema escolhido pelos nossos fãs fala sobre uma pessoa que gostaria de saber, afinal, qual a sensação de matar alguém, de ter a vida de outras pessoas na sua mão e fazer o que quiser delas. Portanto, posso adiantar que o próximo vídeo terá como cor predominante o vermelho.

Voltando ao concerto, o que esperam encontrar em São Miguel na fase crítica que o metal regional atravessa?
Esperamos contar com um público cheio de garra como já nos habituaram em outras deslocações nossas a São Miguel. No entanto, temos conhecimento de que a adesão tem vindo a diminuir ultimamente, o que é estranho tendo em conta o decréscimo de eventos realizados nos últimos tempos. Resta mesmo aguardar pelo dia 18...

Com todo esse cenário já pensaram alguma vez em emigrar e continuar com a banda noutras paragens?
Nunca foi uma solução que nos tenha passado pela cabeça. Felizmente, a vida profissional da maioria dos membros da banda está estável. Por isso, não vemos necessidade de emigrar. A banda é algo que temos para escapar à rotina diária do trabalho. Temos os pés bem assentes na terra e sabemos com o que contar nestes meandros.

Como olham para o futuro do metal regional?
O metal regional já esteve de melhor saúde, é certo. Já tivemos mais eventos, mais bandas e acho também que o público já foi mais assíduo. De qualquer maneira, não podemos baixar os braços e deixar que este momento perdure e se torne o futuro do metal regional, pois, infelizmente, o futuro não me parece nada risonho.

Que apelo lhe merece todos os que pensam deslocar-se a São Roque nos dias 16, 17 e 18 de Maio?
Não hesitem e aproveitem um dos poucos eventos que este ano vem acolher o metal açoriano.

Nuno Costa

www.anomally.com
www.facebook.com/anomallyband





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