Geoff Tate [Queensrÿche] explica como Sting foi capaz de «derrubar» o Muro de Berlim
O
site MyGlobalMind.com conduziu recentemente uma entrevista com Geoff Tate,
vocalista dos Queenrsÿche, em que aborda a actual carreira a solo do vocalista,
a possibilidade de edição de alguma raridades e, como não podia deixar de ser, o
caso em tribunal que se desenrola com os ex-companheiros de banda.
Depois
da cisão com os Queensrÿche, o músico de 54 anos retomou a sua
carreira a solo, algo que não acontecia desde a estreia homónima de 2002.
Aliás, agora com muito mais autonomia, deixa claro os seus intentos: "Gostaria
de lançar álbuns de seis em seis meses. Estou contente com a situação actual,
não tenho que esperar dois anos para lançar um disco."
O mais recente "Kings & Thieves" foi editado com uma
formação que Tate também considerou volátil. E explica porquê: "Neste
ponto da minha vida gostaria de trabalhar com pessoas que admiro e grandes
intérpretes. E pessoas com as quais tenho um vínculo criativo. Passei 30 anos
com um grupo com o qual não partilhava isso," explica sem evitar as farpas
aos ex-colegas.
Sobre a relação cada vez mais próxima do conceito do clássico
"Operation Mindcrime", cujos temas o vocalista continua a interpretar ao
vivo, com a realidade social e política de hoje, Tate tem uma resposta curiosa: "Não
acredito que o Muro de Berlim fosse derrubado se o Sting não escrevesse a letra
'os russos também amam os filhos' [do single 'Russians' do seu álbum de estreia
'The Dream Of The Blue Turtles", de 1985]. Foi um tema muito inspirador para
aquele tempo, muito poderoso e levou as pessoas a pensarem em massa e de uma
forma muito simples: aqueles a quem chamamos inimigos são também humanos e têm
famílias e filhos."
Quanto a editar material inédito dos tempos das suas bandas The Mob e Myth, Tate admite a possibilidade. "Talvez. Penso que
há alguns anos incluímos algum desse material num lançamento. Provavelmente
existem mais coisas que descobrirei a seu tempo. Vivo na mesma casa há 25 anos e
tenho material em caixas para as quais nunca mais olhei", conta Tate, reforçando
que não está "muito interessado no passado".
Questionado sobre a sua experiência como actor em "Reality
Kills" e se existem outros convites para o cinema, Tate garante que só está concentrado em música. "Não tenho planos no futuro imediato [no que respeita à
representação]. Encontro-me a trabalhar num novo álbum. Será lançado no início
de 2014. O ano passado serviu para reestruturar a minha vida, colocar-me em
situações diferentes e recuperar do choque da separação [com os Queensrÿche].
Precisei de algum tempo mas agora estou completamente distante desse acontecimento",
confessa Tate.
Em Novembro terá então lugar o julgamento do caso que pretende definir
quem fica afinal com os direitos sobre os Queensrÿche. "É um caso muito
simples - uma corporação dissolveu-se. Tudo tem agora que ver com dinheiro, saber quem é compensado com o quê. Portanto, se perder, ganho; se
ganhar, ganho." E será possível alguma vez a reconciliação? "Tentei muitas vezes conversar
mas encontrei sempre hostilidade. Portanto, basicamente espero por Novembro
para resolver tudo de uma vez por todas."
Ainda sobre a controvérsia em torno do desmembramento dos Queensrÿche,
o também produtor de vinhos considera que tal acontece apenas por se tratar de um caso de
tribunal. Ainda assim, identifica um ponto positivo. "Tenho que reconhecer
que a publicidade tem sido incrível. Na minha última digressão tive mais salas
esgotadas do que os Queensrÿche em dez anos. Tal como o Gene Simmons dizia:
qualquer publicidade é boa."
Leia a entrevista na íntegra aqui.