Korn: David Silveria conta tudo sobre como a banda mudou de estilo e «pede» para regressar
David Silveria, baterista dos Korn entre 1993 e 2006, publicou um mensagem
no seu Facebook onde relata os primeiros anos da sua antiga banda e os motivos para tivessem perdido a sua sonoridade característica.
"Os temas que formaram o nosso álbum de estreia, 'Korn', foram
escritos, interpretados ao vivo e afinados durante cerca de dois anos e meio.
Os nossos segundo e terceiro álbuns, 'Life Is Peachy' e 'Follow The Leader',
foram escritos na nossa sala de ensaio e ensaiados e afinados vezes sem conta.
No entanto, não actuámos ao vivo naquela altura. A música e as vozes foram
escritas juntas. Esse é o ponto-chave", começou por indicar o actual
baterista dos Infinika.
Silveria salienta que a banda de Bakersfield primava pelo uso de
"breaks estranhos e fora de
tempo". "Umas das melhores coisas na música, é esta não ter regras."
O músico explica ainda que a mudança iniciou-se quando os Korn começaram a trabalhar com um produtor de renome em "Issues", em 1999, o que lhe despertou de imediato desconfiança. "Foi trazido um produtor de renome que nos disse 'Vou levar-vos
ao próximo nível'. Pensei imediatamente que era treta. Tínhamos acabado de
escrever três discos lendários."
O baterista alega que os colegas preferiram seguir as indicações do
produtor e assim colocar em causa o som de marca da banda. "Queríamos
gravar com sistema digital Pro-Tools. Ele [o produtor] queria gravar tudo com click, eliminando todas as nossas
mudanças malucas de tempo. Fui o único a pensar que era uma ideia horrível. O
nosso estilo estava a ser atacado mas o pessoal disse-me para ouvir o que dizia
o 'grande' produtor."
Silveria continou dizendo que foi pressionado pelo manager da banda a seguir as ideias do produtor e que acabou mesmo por ceder.
"O produtor quis que simplificasse as coisas. Disse-lhe 'Este não é o teu
disco'. No dia seguinte recebo um telefonema do nosso manager a contar que um dos meus colegas disse-lhe que estava a ser
difícil trabalhar comigo. Portanto, estavam-me a pedir para ser uma marioneta e
estupidificar a minha forma de tocar. Ouvi isso tantas vezes que acabei por simplificar
tudo."
Na opinião do músico, o derradeiro aspecto que assinalou uma mudança de
identidade por parte da banda, foi o facto das vozes começarem a ser compostas
depois de todos os temas concluídos. "Esse foi outro dos maiores
estouros no nosso som de marca. Sempre escrevemos os temas como um quinteto e
fazíamos acentuações e breaks únicos
especificamente para as vozes."
Silveria garante que está satisfeito com toda a música composta após
"Follow The Leader" mas que pretendia preservar a forma como trabalhavam nos primeiros anos. "Fiz várias tentativas para fazer
a banda regressar às origens, mas tive sempre oposição. Não sei porquê. Só
queria fazer melhores discos, mas os restantes membros não queriam perder o
tempo que implica compor da forma original."
Depois do regresso do guitarrista Brian "Head" Welch já este ano, Silveria deixa o que se traduz um convite claro para também reintegrar os quadros da banda. "Adoraria poder
regressar à sala de ensaio e ressuscitar a paixão original, a nossa forma incomum
de compor e fazer um disco com a qualidade dos três primeiros. Mas claro que
para isso acontecer gostaria de me sentar com o pessoal e falar da humildade
dos nossos primeiros tempos. Desejo verdadeiramente estar atrás da bateria ao
vivo com o pessoal e ver os fãs dos Korn", concluiu Silveria, pedindo para
que espalhassem o seu comunicado pela Internet.
Os Korn lançam o seu 11º álbum, "The Paradigm
Shift", a 8 de Outubro.