Apotheus: «Se continuarem a 'sacar' irão pôr termo à actividade musical»
Os pacenses Apotheus abordaram em entrevista ao jornal O Imediato as
dificuldades com que se deparam para gerir a sua carreira em Portugal e queixam-se
da falta de reconhecimento de que são alvo as bandas nacionais.
"[As maiores dificuldades] Sem dúvida que são a escassez de espaços para
tocar, por fruto da crise que obriga as casas a fechar portas ou não poder
pagar os merecidos cachets",
começam por argumentar. "É uma ginástica constante para se investir num ou
dois videoclips, numa ou outra capa
de revista (sim, porque na maior parte das vezes paga-se) que gostaríamos de
ter para publicidade, a própria renda da sala de ensaio, o seguro, a manutenção
da carrinha, merchandise, etc.."
No seguimento da conversa, a banda aponta a pirataria como uma das
principais causas para o estado crítico que vivem aqueles que pretendem desenvolver uma actividade musical profissional. "As pessoas esquecem-se
que, se continuarem a 'sacar' e não comprar, desde filmes a música, e se
continuarem a reproduzir as coisas ilegalmente, irão pôr termo à actividade
musical. Se as pessoas não pagam pelo que consomem irá deixar de ser produzido
por, lá está, falta de verbas. Mas as pessoas não querem saber. Preferem pagar
10 euros para entrar numa disco,
sacar os temas durante a semana e chegar à disco e ouvi-las novamente
reproduzidas pelo Mac do DJ que sabe-se lá a percentagem da legalidade e como
se contorna isso."
Os autores de "When Hope And Despair Collide" aproveitaram
ainda a ocasião para deixar um apelo. "Tem que partir dos agentes
culturais locais promover não somente os móveis, os calçados, a gastronomia,
mas também os talentos e valores intelectuais para desenvolvimento das gentes e
expansão do nome dos que merecem. A vida não é só comer, caçar e
entalhar", atiraram.
Os Apotheus estrearam-se em álbum com "When Hope And Despair
Collide" em Maio pela Raising Legends. Como videoclip de apresentação lançaram "Time To Leave" (ver abaixo).