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Bizarra Locomotiva
28.09.13 - Hard Club, Porto

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Terceiro aniversário do Hard Club (versão 2.0 – a original, no Cais de Gaia, faria dezasseis anos) e vigésimo dos Bizarra Locomotiva. Mas eram os fãs da banda que tinham direito a prenda – por apenas mais dois euros, levavam para casa a edição remasterizada do seu auto-intitulado primeiro álbum, que inclui ainda cinco temas do segundo “First Crime The Live” e um remix de “Fear Now” feita pelos Swamp Terrorists.

Um concerto em Portugal de uma banda portuguesa dificilmente começa a horas, pelo que ninguém considerou que os Bizarra Locomotiva estivessem atrasados quando subiram ao palco meia hora depois das anunciadas 22h00 (verdade seja dita, a maioria dos presentes não foi também propriamente pontual). E se houve quem tal pensasse, a excelência da prestação da banda – que começou com “Growth Pains” – depressa fê-los perdoar o pequeno incumprimento de horário.

O facto de estarem a tocar na sala 2, num palco mais pequeno, não pôs qualquer tipo de travão à inquietude de Rui Sidónio, que pinchou e saltou em todo o espaço livre do palco... e fora dele. Foram várias as vezes em que Sidónio saltou para o meio do público – tendo o cuidado de não cair em cima de ninguém – e “dançou” com os fãs. Aliás, a proximidade com estes foi mais do que evidente ao longo de todo o concerto: quando não estava em movimento, Sidónio ajoelhava-se diante deles e cantava a palmos de distância, num ambiente muito intimista. E também um “obrigado” foi proferido a dada altura, o que num concerto de Bizarra Locomotiva é extremamente raro – não há palavras dirigidas ao público, só a música “a bombar” em modo constante; os agradecimentos são feitos através de sorrisos, palmas, mãos no coração e eventuais vénias.

Durante mais de hora e meia, a banda industrial mais famosa do país percorreu incansavelmente os vinte anos que ali festejavam, desde “Apêndices” e “Gatos do Asfalto” a “Engodo” e “Egodescentralizado”, passando por “Desgraçado de Bordo” e “Homem Máquina”. Depois de “O Escaravelho”, retiraram-se para o camarim por breves momentos, regressando para um encore de três temas – “O Peixe Vermelho do Jardim dos Suplícios”, “A Procissão dos Édipos” e “O Anjo Exilado”. Mas seria a guitarra de Miguel Fonseca que terminaria o concerto, numa espécie de solo psicadélico que se prolongou por vários minutos, com o músico de joelhos a dedilhar as cordas do instrumento pousado no chão.

Embora tendo tocado “O Frio”, Sidónio não carregou ninguém às cavalitas, o “teatro” tendo ficado por um roadie a arrastar o vocalista pelo chão do palco por duas vezes. Mas foi um pormenor que não afectou a imensa satisfação da “linda escumalha” – termo carinhoso que os Bizarra Locomotiva usaram no Facebook para referir-se aos fãs –, os parabéns sem dúvida que devidos muito além do aniversário.

Texto e fotografia: Renata Lino

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