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[Exclusivo] Dangerous Connection: conheça a primeira banda de metal/rock de Santa Maria


São a primeira banda de heavy metal da ilha de Santa Maria. Apesar do peso histórico dos lendários Stormwind, o colectivo composto por João Chaves na voz e guitarra, Flávio Sousa no baixo,  e Lino Melo na bateria, foi o primeiro a ir mais longe em termos de "volume" e distorção naquela ilha açoriana.

Formados há pouco mais de um ano na "Ilha de Gonçalo Velho", cuja média de idades dos seus elementos não ultrapassa os 21 anos, os Dangerous Connection estrearam-se em Outubro de 2012 com o EP "Spreading The Danger", produzido por David Melo [Dead Suspect, Neurolag]. Durante a sua estada em São Miguel para cumprir as rotinas de estúdio, chegaram mesmo a actuar no Evolution Pub, nas Capelas, numa data que terá passado despercebida à maior parte do público. A partir dessa altura, os Dangerous Connection viram-se forçados abrandar o ritmo. "Estamos um pouco parados, mas estamos a tentar recomeçar os ensaios o mais rapidamente possível. Tivemos, infelizmente, que parar devido às nossas profissões e às diferenças de horário", declarou João Chaves em exclusivo à SounD(/)ZonE.

João Chaves é também o principal compositor e letrista da banda, para além de fundador. "Tudo surgiu do facto de eu estar um pouco farto de tocar dez horas em casa sozinho. Queria tocar com uma banda e isso levou-me a procurar aqueles que viriam a tornar-se os meus bandmates. No início, achava que não havia ninguém na ilha que tocasse e gostasse do mesmo que eu, mas vim a descobrir que podia contar com eles para produzir as músicas que idealizava. Foi um grande passo escolher fazer uma banda de heavy, visto que não estamos numa ilha de amantes do género. A questão é que não me imaginava a tocar outra coisa e seguimos aquilo que gostamos."  

Quanto ao conceito musical dos Dangerous Connection, João Chaves aponta a diversidade de influências como a principal mais-valia. "O que nos torna tão únicos é o que cada um dos elementos ouve. Eu, por exemplo, fui muito influenciado pelo thrash metal quando era novo, mas as minhas maiores influências são King Diamond, Buckethead, Mark Tremonti, Yngwie Malmsteen e Paul Gilbert."

E se nos Açores os entusiastas do metal travam uma luta crónica contra aspectos culturais, geográficos e demográficos adversos, a curiosidade acresce em relação ao dia-a-dia de uma banda que integra uma população de aproximadamente 5.500 habitantes e uma área mais conhecida pelo seu clima seco e solarengo. "Temo que tenha de admitir que se vê algum preconceito, embora, aparentemente, já nem toda a gente leve o heavy metal da maneira como normalmente levava... como lixo!"

Apesar disso, o jovem mariense garante que não se livram das "bocas foleiras" e responde de forma frontal e destemida à questão. "Já ouvi as clássicas 'isso que tu tocas é uma merda, puro barulho', 'metal é música de gente doente', 'deviam tocar cenas que o pessoal curte'. E há os parvalhões que gostam de gozar, achando que aquilo que ouvem é mais digno do que aquilo que eu ouço. O problema é que esse tipo de comentários nem sempre parte dos adultos. Parte mesmo dos jovens! Querem ouvir reggae e trance. A geração em que estamos esqueceu um bocado o que significa a palavra música. Existem muito bons artistas que tocam algo diferente e nem sempre dançável. Os jovens têm de se sentir fixes perante um grupo e se não ouvirem Lady Gaga o amiguinho fica chateado."

Em jeito de conclusão, João Chaves refere-se ao cenário regional de forma desanimada, resignada e quase fatalista. "Eu acho que o género nos Açores está agora como há vinte anos... morto! Infelizmente, não existe lugar para nós aqui, nem mesmo no continente. O sonho é sempre ir tocar para algum lado onde encontras um grupo próprio que goste daquilo que tocas."

Abaixo podem escutar um teaser de "Spreading The Danger" e a faixa "Dangerous Connection".



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