João Raposo [Carnification]: «O metal açoriano está a passar por uma fase negra»
João Raposo, guitarrista e um dos fundadores dos
Carnification, manifestou em exclusivo à SounD(/)ZonE a sua consternação sobre
o estado actual do metal açoriano. O músico de 37 anos atribui
responsabilidades às próprias bandas e às entidades responsáveis por incentivar a
cultura.
"O metal açoriano está a passar por uma fase
negra. Na década de 90 havia muito mais ajuda entre as bandas e as entidades
competentes apoiavam estes mesmos projectos sem hesitar muito. Hoje em dia,
isto já não se verifica e acho que a crise não justifica tudo", frisou.
Sobre as metodologias a adoptar para inverter a
situação, João Raposo remete a resposta para as "entidades que organizam
eventos - Câmaras, Governo", pois, defende, "são elas que estão a 'matar'
o metal nos Açores".
O músico argumenta ainda que deve ser reforçada a
aposta nos músicos regionais com base na sua qualidade. "Nos
seus programas festivos estas mesmas entidades preferem apoiar projectos do Continente
ou mesmo do estrangeiro, pondo de parte a 'prata da casa' que tem qualidade
mais do que suficiente para participar nesses mesmos programas. Temos muita
qualidade, tanto em bandas como em músicos. Simplesmente não nos apoiam. Tenho
pena que as coisas funcionem dessa maneira", confessa.
Em entrevista a publicar brevemente, João Raposo desenvolve
estes e outros assuntos, com especial enfoque no disco de estreia dos
Carnification.
Os Carnification formaram-se em 1992 e são os
únicos representantes activos da primeira geração do metal açoriano. O seu
percurso fica marcado por um hiato de quase dez anos e pelo lançamento da
demo-tape "Embracing Solitude", em 1999.