Mötley Crüe - «Dr. Feelgood»
MÖTLEY CRÜE
“Dr. Feelgood”
[CD –
Elektra]
A carreira dos Mötley Crüe é recheada de temas de grande sucesso,
retirados de todos os trabalhos – até mesmo tratando-se de canções
exclusivamente gravadas para compilações, como foi o caso de “Primal Scream”, na
“Decade Of Decadence” – mas “Dr. Feelgood” foi o único álbum que alguma vez
atingiu o primeiro lugar da famosa tabela Billboard. Ou pelo menos
oficialmente. Um dos mitos urbanos musicais é que “Girls, Girls, Girls” já o
teria conseguido dois anos antes, mas estando na corrida contra Whitney
Houston, alguém teria mexido os cordelinhos para que a diva afro-americana
estivesse no topo da Billboard pela segunda vez consecutiva. Seja qual for a
verdade, “Dr. Feelgood” arrecadaria seis discos de platina nos Estados Unidos,
enquanto “Girls, Girls, Girls” conseguiria “apenas” quatro.
Ter Bob Rock como produtor pode ter contribuído para esse
resultado, limando as arestas de um rock já de si menos cru e com mais textura.
Em “Girls, Girls, Girls” tinham começado a explorar o lado blues do rock’n’roll,
mas em “Dr. Feelgood” fazem-no com mais classe.
Steven Tyler certamente foi escolhido a dedo para as vozes
de fundo de “Slice Of Your Pie”, já que o andamento mais relaxado tem claras
influências de Aerosmith. E a introspecção com que Mick Mars dedilha a guitarra
nesta música parece ser maior.
“Rattlesnake Shake” e “Sticky Sweet” são dois temas a puxar
mais para o roll do que para o rock, a primeira
com uma secção de instrumentos de sopro a dinamizar a sua sedução. Os seus
contrapesos são o tema-título, de um ritmo provocante, e “Kickstart My Heart”,
a música com mais adrenalina de toda a sua carreira. Literalmente. É uma
expressão que alude à ressurreição de Nikki Sixx em Dezembro de 1987, depois de
ter sido declarado morto durante dois minutos devido a uma overdose de heroína. Um dos paramédicos terá dito que “ninguém
morria na sua ambulância” e com duas injecções de adrenalina fez o coração do
baixista bater de novo.
“Same Ol’ Situation (S.O.S.)” e “She Goes Down” são de um sleaze bastante rico, mas não há dúvida
que a melodia de “Don’t Go Away Mad (Just Go Away)” leva o primeiro prémio.
“Without You” não é nenhuma “Home Sweet Home” nem “You’re
All I Need”, mas arrebata corações à mesma. E a outra balada, “Time For
Change”, é um hino de esperança e força de vontade, em que até Bryan Adams faz
coros.
“Dr. Feelgood” reúne um bocadinho de tudo o que é de valor do
rock norte-americano e é a prova de que a história d’“a banda mais infame do
mundo” não é escrita apenas por escândalos e excessos mas também muito talento.
R.L.
Data de
lançamento: 5 de Setembro de 1989
Nota de estúdio:
gravado em Vancouver (Canadá) e produzido por Bob Rock.
Estilo: glam/hard
rock
Origem: Los
Angeles, Califórnia (E.U.A.)
Formação: 1981
Alinhamento:
1.
"T.nT. (Terror 'n Tinseltown)" (00:42)
2.
"Dr. Feelgood" (04:50)
3. "Slice
Of Your Pie" (04:32)
4. "Rattlesnake
Shake" (03:40)
5. "Kickstart
My Heart" (04:48)
6. "Without
You" (04:29)
7. "Same
Ol' Situation (S.O.S.)" (04:12)
8. "Sticky
Sweet" (03:52)
9. "She
Goes Down" (04:37)
10. "Don't
Go Away Mad (Just Go Away)" (04:40)
11. "Time for Change" (04:45)
Duração: 45
minutos
Elementos:
- Vince Neil (voz)
- Mick
Mars (guitarra)
- Nikki Sixx (baixo)
- Tommy Lee
(bateria)
Discografia:
- “Too
Fast For Love” (CD - 1981)
- “Shout
At The Devil” (CD - 1983)
-
“Theatre Of Pain” (CD - 1985)
-
“Girls, Girls, Girls” (CD - 1987)
- “Raw
Tracks” (EP - 1988)
- “Dr.
Feelgood” (CD - 1989)
- “Raw
Tracks 2” (EP - 1990)
-
“Decade Of Decadence” (CD compilação - 1991)
-
“Quaternary” (EP - 1994)
-
“Mötley Crüe” (CD - 1994)
-
“Generation Swine” (CD - 1997)
-
“Greatest Hits” (CD compilação - 1998)
- “Live:
Entertainment Or Death” (CD ao vivo - 1999)
-
“Supersonic And Demonic Relics” (CD compilação - 1999)
“New
Tattoo” (CD - 2000)
- “Red,
White & Crüe” (CD compilação - 2005)
- “Carnival
Of Sins” (CD ao vivo - 2006)
- “Saints
Of Los Angeles” (CD - 2008)