THIRDSPHERE - «Ice» [review]
Com seis anos de luta, já uma demo e um EP ficaram pelo caminho. Foi a
vez de demonstrarem em longa-duração (supostamente, pois só temos aqui 22
minutos de música), o seu potencial e, sobretudo, a sua postura que denota todo
o seu empenho e entrega (particularmente no lidar com os media e consequente
gestão de imagem).
Infelizmente, só isso não serve. Digamos que por mais bem interpretados
que estejam os temas - e estão acima da média para uma banda jovem - a
transbordante falta de autonomia criativa faz com que estes temas soem
maioritariamente a um déjà-vu incomodativo em relação àquilo que muitas bandas, sobretudo,
norte-americanas, andaram a fazer com o metalcore (já de si odiado nos tempos
que correm, mas apenas por preconceito, pois há qualidade).
Louve-se as ténues tentativas de inovar - com a excelente abertura em
guitarra portuguesa por Ricardo Gordo -, seguindo-se mais um tema instrumental
de pouco mais de um minuto que soa estranhamente a outro intro (talvez parte integrante de um conceito?).
Onde verdadeiramente os THIRDSPHERE não se equivocam é na pujança dos
seus riffs e em algumas melodias. Dominam bem os seus instrumentos, mas os
próprios saberão que para vingar num mercado/estilo tão saturado e cheio de
vícios será preciso muito mais. Ainda o tentam com vocalizações limpas, mas aí
é preciso outro cuidado (por mais que se ignore). Temos que nos comparar
com os melhores.
Outra das supostas formas de dinamizar a sua composição é na aplicação dos guturais (que até resultam muito melhor e dão outro nervo a este material.
Outra das supostas formas de dinamizar a sua composição é na aplicação dos guturais (que até resultam muito melhor e dão outro nervo a este material.
Tudo é supostamente perfeito e honesto quando fazemos exactamente o que queremos e nem
pensamos no mercado, mas há algo na música que tem que transparecer mais do que uma imagem cuidada e uma gravação pomposa - a alma. Sem falas mansas, a
banda está perfeitamente ao alcance de mais e ainda é cedo - vamos acreditar.
Classificação: 4.5/10 [N.C.]
Data de lançamento: Dezembro de 2013
Edição: independente
Nota de estúdio: produzido, misturado e masterizado por Luís Marques
nos ESART Studios, em Castelo Branco; guitarras gravadas por Bruno Barradas.
Estilo: metalcore/hardcore melódico
Origem: Castelo Branco
Formação: 2008
Alinhamento:
1. «Over Frozen
Plains» (01:37)
2. «Thirdsphere» (01:21)
3. «Worthless Prayer»
(03:16)
4. «United By Blood» (03:51)
5. «Await The Day»
(04:33)
6. «Vicious Cycle»
(03:39)
7. «Colossus» (03:55)
Duração: 22 minutos
Elementos:
- Nuno Cardoso (voz)
- Luke Felgueira (guitarra)
- Francisco Beato (guitarra)
- Filipe Pereira (baixo)
- Francisco Carriço (bateria)
Discografia:
- «This Is A
Thirdsphere» (Demo CD - 2008)
- «Fire» (EP - 2010)
- «Ice» (CD - 2013)