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Eduardo Fernandes [HOLOCAUSTO CANIBAL] sobre digressão inglesa: «Por momentos pensei que estava em Portugal»


Com «Larvas» no mercado, os HOLOCAUSTO CANIBAL estiveram ontem em entrevista no Hipertensão (Antena 3) com António Freitas para apresentar o seu novo registo, bem como abordar futuros lançamentos e a digressão de estreia no Brasil, de quinze datas, que decorre em Agosto.

Sobre o pretexto do lançamento de «Larvas», com quatro inéditos, outros tantos temas ao vivo e remisturas, o baixista Zé Pedro argumenta: "Tínhamos alguns temas que tinham sido compostos e achávamos que a direcção musical se calhar seria uma boa ponte para o próximo trabalho, talvez pelas suas características. São temas que têm a ver também com o som apresentado no «Larvas», mas, a nosso ver, se calhar são um pouco mais directos e até agressivos e achámos que poderia ser um bom indício da vertente seguinte a explorar num próximo longa-duração."

Sobre a sua estreia em Inglaterra, que registou-se em Maio último, o guitarrista Eduardo Fernandes admite: "Não estava com grande expectativa em relação a essa tournée. Nunca tive muito boa impressão do público de lá, mas foi uma surpresa. Os concertos sempre com bastante gente. Houve até uma data em que, por momentos, pensei que estava em Portugal pela quantidade de portugueses que lá estava. Sentimos aquele efeito emigrante", complementou Zé Pedro.

A dinâmica na agenda do grupo de death/grind do Porto tem-se intensificado nos últimos anos, constituindo um pequeno fenómeno tendo em conta o espectro musical em que se movem e a sua nacionalidade. Um assunto que Zé Pedro explica da seguinte forma: "Acho que tem tudo a ver com a continuidade, a perseverança. A partir do momento em que vais tendo mais lançamentos, ano após ano, essa continuidade... Tal como Inglaterra, mesmo do Brasil já tínhamos tido convites para tours, há cerca de dois anos, mas não deu para se concretizar até por nossa culpa e sentimos que agora as coisas estão a acontecer quando têm que acontecer. Não temos pressa. Preferimos ir a um sítio quando algo está bem estruturado e desta vez é o que nos parece. Acho que a continuidade acaba sempre por resultar e dar frutos."

Outro dos resultados dessa persistência é o melhoramento das condições oferecidas pelos promotores e consequente saúde financeira da banda que destoa dos seus primórdios. "No passado as coisas eram muito à justa. Íamos lá para fora basicamente com os voos pagos, a manutenção, as refeições e pouco mais. Agora, felizmente, as coisas já acontecem de outra forma. Os promotores fazem-nos as propostas, compram-nos as viagens e é tudo equacionado de forma a que cada uma das datas ainda nos dê alguma verba para não só fazer uma manutenção por lá mas também retirar algum dinheiro de lucro para investimento... Em Holocausto, muitas das vezes, obviamente que temos lucro mesmo nessas incursões, mas muitas das vezes reinjectamos em futuros objectivos da banda. O nosso interesse não é propriamente que a banda financie outras coisas. Desde que se financie a ela própria e nos permita conseguir outros objectivos, para nós está perfeito", salienta Zé Pedro, ao que acrescenta Eduardo Fernandes: "Dezassete anos acho que já são anos suficientes para começarmos a 'exigir' certas coisas que no passado não era possível."

Questionados sobre o espírito pessimista do português que alegadamente sente-se bem por estar na "cepa torta", Eduardo desmonta: "Eles moldam-se. Tentam dizer isso, mas estão ali todos entalados. Dizem porque têm que dizer, porque estão lá. Acho que as pessoas devem lutar pelo que querem e acho que se houver empenho... Nestes anos todos, apesar do Zé ser o único membro que vem mesmo das bases dos Holocausto, 1997, todos levamos isto não apenas como uma banda para ensaiar e dar uns concertos. Basicamente, não vamos ensaiar ou dar concertos só por dar. Há sempre objectivos por trás. Não estou a dizer que seja dinheiro, óbvio, mas tentamos sempre que esse trabalho seja reconhecido e ao fim de muitos anos a persistir vai começando a dar cada vez mais frutos."

Ouvir entrevista completa aqui

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