Miguel Aguiar [ANOMALLY]: «A internet é um 'pau de dois bicos'»
Miguel Aguiar, teclista dos terceirenses ANOMALLY, concedeu recentemente
uma entrevista ao Diário Insular onde abordou a sua carreira como músico, as
dificuldades das bandas açorianas e a sua relação com a produção audiovisual
que encetou nos último anos.
O músico de 34 anos natural de Angra do Heroísmo iniciou a
sua carreira musical aos dezasseis anos e desde então ganhou expressão com o seu
trabalho nos ANOMALLY, banda com a qual já lançou uma demo (2006), o álbum «Once In Hell...» (2008) e o EP «While The
Gods Sleep» (2012). Em 2007 chegaram mesmo a arrecadar o prémio para "Melhor
Banda Rock/Metal" nos Prémios Açores Música.
Numa fase em que os ANOMALLY já preparam um novo disco,
Miguel Aguiar recorda as dificuldades das bandas açorianas em divulgar o seu
trabalho, numa análise que acaba por ser transversal a uma indústria que vive hoje muito
dependente da internet - com as suas virtudes e defeitos. "Como se costuma
dizer, são 'muitos cães atrás do mesmo osso'. A internet é um 'pau de dois
bicos', porque tem de bom o facto de se poder mostrar a todo o mundo o que se
faz, mas também como há tanto por onde escolher, por vezes, existem coisas boas
que passam despercebidas", argumentou, enquanto deixa claro que
este cenário não desmotiva a banda. "Essas dificuldades existem, mas isso
não faz com que tal seja motivo para desistir, até porque gostamos do que
fazemos."
Quanto à sua actividade como produtor de vídeo, Miguel
Aguiar acredita que se trata de uma opção válida para as bandas em geral, até
pelos baixos custos que pratica. "Tal como acontece com a produção de
áudio, o vídeo hoje é mais acessível para as bandas do que há alguns anos. Por
isso, é natural que agora exista mais interesse em apostar nessa forma de
divulgação da música."
Miguel Aguiar iniciou a sua aventura nesta área com a
produção do making of das gravações de «Once In Hell...» e mais tarde do videoclip «Redrum», também dos ANOMALLY. Pouco tardou até que expandisse a sua lista de clientes a outras vertentes musicais - com os artistas pop Rui Correia e Filipe Frazão [LADO LUNAR] -, até à produção de documentários (confira o portfólio de Miguel Aguiar aqui).