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MONOLYTH: entrevista exclusiva sobre álbum de estreia «Origin»

ANO ZERO, INTOLERÂNCIA MÁXIMA


A expressão ainda é contida no espectro da música underground nacional. Mas tudo ameaça transformar-se com o advento de «Origin». O disco de estreia do grupo de metal moderno aveirense MONOLYTH chega já esta sexta-feira, com concerto de lançamento no Bar do Estudante da sua cidade natal, e a mistura inconformada do groove de uns MACHINE HEAD, a pujança de uns LAMB OF GOD e o ambiente negro de uns MESHUGGAH promete surpreender os menos prevenidos. No entanto, a banda acaba por distanciar-se suficientemente de todas as suas referências e o seu som projecta-se para constituir uma identidade tão própria quanto possível. É assim, sem barreiras, que o vocalista Marcelo descreve esta proposta.

São cinco os anos que separam a vossa formação do lançamento deste disco. Que experiências acumularam ao ponto de concluírem que esta era a hora de lançarem um álbum?
Sim, é verdade, já passaram cinco anos, mas acho que o momento é mesmo o melhor, visto que melhorámos como artistas e ganhámos muita maturidade. O álbum demorou também bastante tempo a sair devido a certos imprevistos, horários, disponibilidades, entre outras. No entanto, a meu ver, não poderíamos ter escolhido melhor altura do que esta para lançar o álbum.

A banda também decidiu não atravessar o processo comum de gravação de demos ou EPs. Porquê?
Gravámos umas demos já bastante antigas [«My Redemption», «Imprisoned» e «The Exile»] que se encontram no Youtube, mas não passou disso. Na opinião da banda toda, achámos que não seria benéfico lançar um EP por causa do impacto, que não seria tão grande como o de um full-lenght.

Tentámos ser um pouco diferentes do normal e não nos focarmos numa só maneira de compor ou escrever.

Musicalmente, há diferenças em relação ao que idealizaram no início de carreira e o que se ouve em «Origin»?
Muitas, mas muitas mesmas! Quando fomos gravar as músicas que podemos ouvir em «Origin», posso afirmar perfeitamente que estavam a 40% relativamente ao produto final. Passámos muito tempo a prestar atenção a detalhes, mudanças de métrica, leads, solos, etc…

No cômputo geral, estão satisfeitos com a música, a produção e a mensagem implícitas ao disco?
Claro que é difícil aceitar um disco como acabado, mas podemos afirmar que ficámos muito satisfeitos com todo o trabalho realizado e com o produto final.

Quais apontaria como os pontos mais fortes de «Origin»? Para quem ouviu «Rupture» pode ser induzido à ideia de que o disco é, sobretudo, pesado e groovy. Mas há muita melodia por aqui (até quase uma espécie de balada em «Denied And Broken»)...
Tentámos ser um pouco diferentes do normal e não nos focarmos numa só maneira de compor ou escrever. Daí haver canções como a «Denied And Broken» e depois haver o peso de músicas como a «Imprisoned» ou, na minha opinião, o ponto alto de todo o álbum - a «Obsolete». Esta, para mim, é a música que define não só a ideologia deste álbum como talvez uma passagem para o que vem a seguir. Mas para isso têm que esperar para ouvir.

Onde acha que os MONOLYTH se situam no actual panorama de peso nacional? Nos últimos tempos surgiram muitas bandas de sonoridades modernas e o thrashcore tem também um quota-parte importante nos lançamentos realizados entre portas. O que diria que os MONOLYTH têm de diferente para oferecer?
Ainda somos bastante pequenos no panorama nacional, visto que ainda só temos um álbum. Porém, esperamos subir bastante na consideração do público, visto que não ache que a nossa música seja algo de "genérico". Temos bastante a oferecer, tentamos combinar tudo aquilo que gostamos e dar-lhe um toque nosso, de forma a soar a algo diferente e catchy.

Vamos tentar por tudo seguir com a banda em frente e ver até onde conseguimos chegar. Tudo depende de nós.

O lançamento de «Origin» é já esta sexta-feira. Qual é o sentimento com o aproximar da data e o que podem as pessoas esperar dessa noite?
Muito nervosismo, stress, mas ao mesmo tempo estou super ansioso e posso prometer uma grande noite de diversão e festa!

O que se segue para os MONOLYTH? Já existem muitas datas programadas, novo videoclip, uma possível incursão pelo estrangeiro?
Talvez, mas vão ter que esperar para ver. Gostamos de surpresas.

O actual estado da música pesada em Portugal abre-vos perspectivas a uma carreira intensa e evolutiva ou mantêm os pés bem assentes na terra? Afinal de contas, o que esperam alcançar na área da música?
É sempre bom sonhar, mas ao mesmo tempo uma pessoa tem de ser realista. Por muito que uma pessoa queira seguir os seus sonhos de viver da música, está sempre atenta à verdadeira realidade, ou seja, que é algo bastante complicado, mas não impossível. Por isso, vamos tentar por tudo seguir com a banda em frente e ver até onde conseguimos chegar. Tudo depende de nós.

Nuno Costa



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