GEOFF TATE e a indústria discográfica: «No meu tempo venderíamos 10.000 discos em meio dia»
Geoff Tate, uma das personalidades mais carismáticas do rock dada a sua carreira com os QUEENSRYCHE, considerou embaraçoso o facto das editoras actualmente comemorarem vendas acima das 10.000 unidades. O vocalista natural da Alemanha recorda que nos anos 80 tais números eram atingidos num ápice e que até o EP de estreia dos QUEENSRYCHE, editado independentemente, atingiu valores muito superiores.
"Quando comecei, a nossa banda não conseguiu assinar um contrato discográfico enquanto não gravou um disco por conta própria e criou a sua própria editora. Fizemos isso e vendemos 60.000 cópias do nosso primeiro EP."
A partir daí, Geoff explica que reuniram argumentos para convencer uma editora de que era possível triplicar as vendas. "Foi o que aconteceu quando assinámos contrato. Eles gostam de ver números. Naquela altura, em 1983, a indústria discográfica funcionava em pleno, era saudável e as pessoas compravam discos. Eles [editores] tinham muito dinheiro para investir num projecto."
Tate sublinha igualmente que ao terceiro disco uma banda estava em condições de alcançar vendas superiores a 500.000 unidades, algo que se tornou quase inatingível a partir dos anos 90. "Tudo isso mudou nos anos 90 com a pirataria, o que, simplesmente, eviscerou a economia da indústria discográfica. Nos dias de hoje, os executivos ficam aos pulos quando vendem 10.000 discos. No meu tempo, isso seria embaraçoso. Venderíamos 10.000 discos em meio dia."