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MACHINERGY: Rui Vieira conta toda a história por trás dos temas de «Sounds Evolution» (parte 2)


No álbum que transporta os MACHINERGY para a sua rotação mais alta (thrash, para sermos mais precisos), a segunda metade de «Sounds Evolution» é um desfilar de cadências oscilantes, com destaque para temáticas como a Inquisição, o pecado e as profecias de um apocalipse causado pela escassez dos recursos naturais. Aqui fica a segunda parte da análise aprofundada do vocalista e guitarrista Rui Vieira, em exclusivo.   

06. «CARNE & MAL»
Os prazeres da carne, o pecado, o assassinato da alma. Fantasias, promiscuidade, jogos que jogamos e... perdemos. A letra desta música é muito obscura e surgiu quase como que por “regurgitação”. É tema muito técnico, com estrutura muito intrincada. Talvez a música com maior sentimento death metal do álbum todo.

07. «CADA FALSO»
O nome é um jogo de palavras como costumamos fazer. Cadafalso era o lugar onde os condenados (principalmente pela Igreja) eram queimados vivos ou torturados até à morte. A “doce” Inquisição julgava, com os seus próprios e (muito) especiais critérios, quem achava que não se enquadrava nas ideologias da sua encantadora ditadura clerical. Chamavam-lhes os hereges, os falsos. Este significado também se aplica a todos os sistemas por esse mundo fora que ainda censuram, torturam e matam inocentes, pessoas que têm ideias diferentes ou somente pelo prazer de molestar. É outra música rápida com uma middle section frenética.

08. «WATERWAR»
Apocalipse amanhã! A água vai ser o futuro da guerra e será a guerra do futuro. “No diamonds, no kings, no nothing!”. Água (já) é e será progressivamente o mais valioso bem do nosso planeta. Lutaremos até à morte por este precioso líquido mas a “Mãe Natureza” será implacável e iremos pagar o preço! É um tema mid-tempo mas muito pesado e poderoso! Digamos que é a música “épica” do álbum. Convidámos novamente a Célia Ramos [MONS LVNAE] para criar algumas linhas vocais, desta vez num tom mais ambiental. Remetendo o conteúdo desta música para algo desértico e seco, pedimos-lhe uma linha mais oriental/árabe e rematámos com a cítara a dar o toque final.

09. «HAMMER»
«Hammer» é a música instrumental deste registo. Gostamos da “velha” estrutura dos álbuns, o título do disco ser a primeira música, ter um instrumental lá para o fim, etc. É o tipo de pormenores que marcou muito os nossos primórdios metálicos e esta é, por assim dizer, a nossa homenagem. «Hammer» até poderia acabar com voz mas quando as palavras não aparecem naturalmente, sabemos logo que o tema irá caminhar para instrumental ou algo parecido. Pelo meio temos uma incursão inesperada a lembrar algo com um feeling espanhol/mexicano. O tema é rígido, compacto e esmaga como um martelo! Então, porque não chamar-lhe apenas... «Hammer»?

10. «PARAPHERNALIA»
Esta música tem um significado especial para nós. É, de certa forma, o nosso manifesto para com a música: simples, mas sempre forte, dinâmica e intensa, com alma! O riff principal é muito simples (o que foi intencional): fazer algo quase básico para retratar o conteúdo da letra. A batida é diferente do material usual que fazemos e é essa a magia e a “marca d'água” de «Paraphernalia». Tem uma espécie de atmosfera festiva e lembra um andamento polka. Como tal, escolhemos a popular «Kalinka» como intro! Tem sido a música que usamos para terminar os nossos concertos e, neste caso, também termina «Sounds Evolution».




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