MACHINERGY: Rui Vieira conta toda a história por trás dos temas de «Sounds Evolution» (parte 1)
Rui Vieira, vocalista
e guitarrista do colectivo de thrash metal MACHINERGY, acedeu a desmontar
cirurgicamente o alinhamento que compõe o segundo longa-duração do grupo que
integra desde 2006. A história, as motivações e os ingredientes que fazem de
«Sounds Evolution» (editado em Setembro em formato físico) um passo marcante para o trio de Arruda dos Vinhos e um dos
lançamentos mais incisivos de 2014. Em discurso directo, aqui fica a primeira
parte da narrativa.
MACHINERGY - «SOUNDS EVOLUTION»
Por
Rui Vieira
«Sounds Evolution», o
nosso segundo álbum, foi escrito e desenvolvido desde 2010. Embora estivéssemos
a promover o nosso álbum de estreia, «Rhythmotion» (2010) e depois o EP «Rhythm
Between Sounds» (2012), com alguns concertos e divulgação, nunca parámos de compor.
Algumas músicas já haviam sido tocadas ao vivo, o que lhes foi dando alguma
maturidade para a futura gravação. O título do álbum foi unânime! Simplesmente
soou grandioso desde o início! Instrumentalmente, criámos músicas mais rápidas
em relação ao primeiro disco, este mais dominado por um material -
essencialmente - mid-tempo. No final,
ficámos muito satisfeitos com estas músicas, a produção e a atmosfera geral do
álbum. Demonstra bem todo o poder e energia da "Máquina"!
01. «SOUNDS EVOLUTION»
Quando criámos esta
música e o título apareceu, escolhemo-lo imediatamente para ser também o título
do álbum, porque tem grandeza nas palavras e carrega um significado forte e que
pode gerar várias interpretações. O tema é rápido e só abranda no refrão.
«Sounds Evolution» é fortemente influenciado pelo melhor da escola teutónica,
assumimos. As letras debatem o grande negócio que é a "Mãe Natureza" nos dias de hoje. Supostamente, todos
nós pagamos para o melhor do planeta, mas do nosso ponto de vista, isso é uma
grande mentira! Pagamos, mas apenas para enriquecer as grandes corporações que
não querem saber do ambiente, empresas apoiadas por máquinas de propaganda
gigantes e campanhas de venda de mentiras para nos fazerem sentir culpados.
Como tal, "Beware the
green lie!". O título
significa também que este álbum pretende ser um passo em frente na nossa
carreira, uma evolução natural dos MACHINERGY. Este tópico também nos conduziu
para a cor principal deste disco: o verde.
02. «FÚRIA»
«Fúria» foi a última
música a ser composta para o álbum. Deu-nos muito trabalho porque,
inicialmente, construímos algo completamente diferente, mas ficámos
decepcionados com o resultado final. Então, refizemo-la inteiramente e acabou
numa das nossas músicas preferidas. É rápida, poderosa, tem melodia q.b. e é
muito fluída do início ao fim. A letra é profundamente niilista e toca a
frustração e a fragilidade da existência, o reconhecer que nascemos para
morrer, embora tenhamos fome de viver.
03. «MACHINE GUN ANGER»
Como uma rajada de
metralhadora! O filme «Falling Down» (1993), realizado por Joel Schumacher, com
o actor Michael Douglas, poderia ilustrar perfeitamente sobre o que é esta
música. O dia em que tudo corre mal e te tornas numa máquina de raiva! De certo
modo, esse filme funcionou como inspiração para o ambiente em geral. A letra
pode soar um pouco violenta, mas pretende ser metafórica, porque no final a
mensagem é positiva. Esta é outra música rápida, implacável como uma MG-42 e
com um feeling punk/crust!
04. «VENOMITH»
Palavra criada pelos MACHINERGY, «Venomith» é ficção científica à nossa maneira. Pretende retratar
uma missão e seria também o nome de uma máquina na tarefa mais difícil de
todas: descobrir e eliminar o... mal! Na verdade, a mensagem desta música é essencialmente
sobre uma viagem (esta bem real) que todos devemos fazer ao centro dos
nossos corações, a fim de sermos melhores pessoas, melhores seres humanos,
eliminando todo o ódio dentro de nós. Tema muito dinâmico e explosivo! Movido a
querosene!
05. «ANTAGONISTA»
Mais e mais raiva!
Começa com um “take no
prisoners riff” à Slayer e é
como atirar lâminas afiadas em brasa do princípio até ao fim. É acerca de
opostos e extremos. Tudo tem o outro lado e é também sobre a relatividade de
tudo nesta vida. Nós amamos, nós odiamos, nós ajudamos e nos traímos! A middle section desta música é uma das mais cirúrgicas
que já fizemos.
VER PARTE 2
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