CLUTTER: banda de djent influenciada por Quim Barreiros?
Contra
todas as expectativas, Sérgio Ferreira do colectivo de djent/prog
leiriense CLUTTER, revelou no Hipertensão [Antena 3] que foi inspirado pelo
artista pimba Quim Barreiros a tocar bateria quando ainda era uma criança.
"A minha
primeira influência foi Quim Barreiros. Tinha seis ou sete anos, era o que a
minha mãe ouvia e eu acabava por ouvir também", confessou perante a
incredulidade em estúdio. "Não sei porquê, mas na minha cabeça só ouvia a
parte rítmica, o resto não me dizia nada. Estou a falar a sério."
O músico de
23 anos assegura que este foi o primeiro passo para começar a rufar em tachos
de cozinha antes dos pais lhe oferecerem o primeiro kit. "O meu pai ofereceu-me uma bateria daquelas do
Continente e comecei a treinar com uns nove anos. Aos onze essa bateria já não me servia e
então tive que fazer uma bateria de cartão. Por volta dos catorze tive então minha
primeira bateria a sério."
No virar do
milénio, a massificação do nu-metal atraiu Sérgio para as sonoridades mais
distorcidas e a família teve novamente um papel importante no processo. "Foi o meu
irmão que me trouxe de certa forma para a música pesada. Fez-me a transição da
música pimba para o metal com os DISTURBED, acho que na altura do «Believe»
[2002]. Foram a primeira banda que me começou a bater forte. A partir daí
também ouvia GODSMACK, era a altura do nu-metal... Desde aí tive bastantes
influências, inclusive de thrash, death e black", fecha assim o seu "portfólio musical" elegendo como baterista favorito o norte-americano Alex
Rüdinger [CONQUERING DYSTOPIA, ex-THE FACELESS]. Oiça a entrevista completa aqui.
Os CLUTTER editaram o seu álbum de estreia, «Obsidian», a 25 de Janeiro em formato digital (aqui). Trata-se de um disco conceptual sobre uma rapariga que trava uma dura luta pelos seus direitos num mundo futurista governado por um regime ditatorial. Nirth, de seu nome, nasce escrava e é controlada por alta tecnologia de vigilância. Para alcançar a sua liberdade, junta-se a um grupo de rebeldes, mas acaba por ser presa pela polícia, condenada a prisão perpétua e induzida num sono onde se vê paralisada a flutuar no vazio.
A formação do grupo remonta a 2011, altura em que o guitarrista e produtor Gonçalo Crespo, responsável pelas composições, fez honrar a sua afeição musical pelos PERIPHERY, resultando um ano depois no EP «Emergence». De resto, são das poucas bandas nacionais a desenvolver esta sonoridade.