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Fernando Ribeiro [MOONSPELL]: «A cultura do 'Do It Yourself' nem sempre é boa»


Não restando dúvidas de que «Extinct» é um disco distinto na carreira dos MOONSPELL, quer musicalmente quer pela forma como foi concebido, Fernando Ribeiro concentra as razões deste resultado num modelo de criação mais livre e aberto à importância do papel do produtor.

"A maior parte dos discos foi feita assim [com o material concluído antes da entrada em estúdio], o que não quer dizer que tenham sido piores por causa disso, mas quando há uma tentativa de expansão musical também temos que ter uma mente mais aberta no que toca a não completar as canções em Portugal", assume Ribeiro à Metal Imperium. "O nosso método, e principalmente o Pedro Paixão tinha muito essa ideia que era correcta, passava por pensar que íamos gravar no estrangeiro e que não tínhamos tempo a perder, que precisávamos de fazer uma boa performance e não nos preocuparmos com arranjos de última hora", continua, recordando que «Alpha Noir/Omega White» foi gravado em "casa" e misturado na Dinamarca.

O processo acabou então por traduzir-se num esforço colectivo, em que todos os membros, em conjunto com o produtor Jens Bogren, transmitiram o seu cunho pessoal para o resultado final. "Queríamos sair da nossa zona de conforto, trabalhar com um produtor com o qual nunca tivéssemos trabalhado, terminar a composição no estúdio, e fui eu que insisti para a banda estar lá toda durante os 35 dias. Um dos pontos positivos foi não levarmos o álbum fechado e irmos mudando as coisas. Estarmos no estúdio permitia-nos fazer arranjos, ouvir o trabalho final, mudar... isso aconteceu com todos os instrumentos", assegura, com a noção de que o produto final de «Extinct» foi exactamente o que a banda e Jens Bogren imaginaram.

Para isso, a banda lisboeta recuou no tempo em termos de abordagem ao estúdio, ainda que tal tenha implicado outros custos. "Estivemos 35 dias na Suécia e aproveitámos cada segundo, algo que já não fazíamos há algum tempo. Sinceramente, acho que foi uma boa ideia, não só pelo tempo que passámos ali, mas também por nos ter permitido um isolamento das nossas vidas mais reais: família, escola, crises, management dos MOONSPELL e por aí fora. Tudo isso se paga, como as pessoas sabem, e é um disco contra a corrente, pois hoje em dia toda a gente diz para gravar em casa, que fica bem, e há a cultura do do it yourself que nem sempre é boa. Os MOONSPELL estavam para fazer uma coisa um pouquinho antiquada e conservadora nesse aspecto, e com todo o respeito para com as bandas que optam por gravar em casa. Este álbum teve um factor humano muito importante que passou pela banda, pois apesar de sempre estarmos muito envolvidos na parte estética e musical da banda, ainda conseguimos nos envolver mais. Se calhar antes não pensaríamos ter sido possível em tão pouco tempo e a nossa capacidade de adaptação funcionou muito bem com o Jens e o Fascination Street Studio. Foi, sem dúvida, fulcral." 

A partir de 24 de Abril e até 19 de Maio, os MOONSPELL estarão no continente americano para mais uma sequência de 24 datas entre Estados Unidos, México e Canadá. Os SEPTICFLESH serão novamente parceiros de tour, à qual se juntam os suecos DEATHSTARS. A 18 de Julho viajam até Espanha para participar no Resurrection Fest, com nomes como MOTÖRHEADKORN, IN FLAMES BEHEMOTH, e a 25 de Setembro integram o cartaz do Rock In Rio Brasil no mesmo dia em que actuam os NIGHTWISHSTEVE VAIDE LA TIERRAMASTODONFAITH NO MORE e SLIPKNOT.

«Extinct», décimo álbum de originais dos MOONSPELL, alcançou o primeiro lugar do top de vendas nacional na sua primeira semana de lançamento, superando «Uma Questão de Princípio» do grupo de hip hop nacional D.A.M.A. e «Violetta em Concerto» da estrela do programa juvenil Violetta. O disco foi lançado a 6 de Março pela Sony Music Entertainment em Portugal e pela Napalm Records internacionalmente. A produção teve lugar na Suécia com Jens Bogren [ARCH ENEMYOPETHPARADISE LOST] e as ilustrações estiveram a cargo do grego Seth Siro Anton, vocalista e baixista dos SEPTICFLESH.

«Extinct» está disponível em jewelcasemediabook e vinil, com os últimos dois formatos a incluírem quatro remisturas e o documentário «Road To Extinction».

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