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Fernando Ribeiro: «Não tenho tempo para quem não gosta de MOONSPELL»


À margem do recente concerto dos MOONSPELL no Porto, Fernando Ribeiro dissertou sobre o sucesso de «Extinct», as motivações que os levaram a explorar outros territórios criativos, a crítica e a cena pesada nacional. 

"Acima de tudo, sou um romântico, por isso, acho que os resultados que temos obtido com os MOONSPELL, principalmente desde que lançámos o «Extinct», têm muito a ver com o empenho e o investimento espiritual que fizemos no disco, a coragem de termos feito um disco diferente e não nos limitarmos a gerir a nossa música e fazer mais um «Alpha Noir» ou um «Night Eternal»", explicou à Rock N' Heavy.

"Acho que quando se tem 40 anos e 23 de banda há duas opções: ou se entra numa zona de conforto - temos os nossos fãs e tournées - ou faz-se o oposto. Foi isso que os MOONSPELL fizeram. Aproveitando toda a nossa tradição e maturidade, tentámos fazer um álbum mais arriscado, que nos leva a outros sítios musicalmente; um álbum sobre o qual, tal como todos os outros, não tínhamos qualquer noção de como iria ser recebido e até agora tem sido recebido muito bem. Sem dúvida que, desta feita, o risco compensou, porque também as pessoas estão um bocado cansadas do metal, principalmente o metal gótico e muitos outros subgéneros, se ter tornado uma fórmula repetitiva em que há uma banda que todas as outras imitam", analisa, considerando «Extinct» um disco original com capacidade para levar as pessoas a encherem as salas e lançar a banda para os tops.

Apesar da consagração instantânea do seu décimo álbum, os MOONSPELL não se livraram de alguma controvérsia em torno da dinâmica mais melódica e acessível de «Extinct». Algo que Ribeiro desvaloriza sem embaraço: "São opiniões que verdadeiramente não me interessam. O que me interessa é não viver num mundo 'internético' de negativismo. Às vezes olhamos para as coisas e parece que temos um sentido de orientação que nos leva sempre para quem está a dizer mal. Isso é comum a muita gente. Lembro-me do Bruce Dickinson estar a tocar para milhares de pessoas, mas havia um gajo que não estava a gostar dos IRON MAIDEN ou estava a tentar chamar a atenção - que é normalmente essa atenção que as pessoas querem e não têm. E ele ficou aflito porque queria que aquela pessoa também gostasse. Sinceramente, deixei de ter tempo para isso", garante, defendendo que "quem agrada a toda a gente é sinónimo de algum aborrecimento".

Com a alegada acusação de que «Extinct» é uma tentativa falhada de recriar o clássico «Irreligious», o vocalista e escritor rebate novamente a questão: "Porque é que hei-de estar a ligar ao negativismo quando em milhares de críticas nos têm dito que isto [«Extinct»] é uma obra-prima? Há-de haver um ou outro que não goste e que vem com essa argumentação do passado... A mim não me interessa. Não tenho tempo para as pessoas que não gostam de MOONSPELL, mas tenho todo o tempo para as pessoas que gostam." 

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