Rui Marujo [SPEEDEMON] acredita que excesso de bandas de metal em Portugal «não é problema»
Rui Marujo, baixista dos ribatejanos SPEEDEMON, considerou
ao Ode Lusitana que o elevado número de bandas a praticar metal em Portugal não constitui um problema em termos artísticos, mas reconhece que a vasta oferta em termos de espectáculos não está ainda ajustada à procura do público.
"As coisas no panorama nacional estão bem vivas e a
quantidade de bandas que vai surgindo um pouco por todo o lado é um sinal disso
mesmo", analisa o músico de Samora Correia. "Poderá haver quem tenha
opiniões contrárias e que aponte a saturação de bandas como um aspecto negativo, mas, do meu ponto de vista, isso não é um problema", garante.
Marujo mostra-se satisfeito com a quantidade de eventos organizados um pouco por todo o país, mas admite que é difícil para o público corresponder a todas as iniciativas. "Actualmente, vivemos um período rico
em oportunidades para quem tenha ideias e música a apresentar. Existem inúmeros
e bons concertos a acontecer com grande regularidade. Muitas vezes a
dificuldade reside em escolher onde vamos nesta ou naquela noite."
Perante este quadro, o desafio passa por combater a fraca afluência registada em vários recintos de espectáculo. "O aspecto problemático disto pode residir na dispersão de
público e dar lugar a concertos com poucas pessoas, algo que é repetidamente referido
por muitos promotores", atenta, sugerindo que a solução é "chegar a
um meio termo". "No passado, a grande dificuldade era não existirem
concertos suficientes e era muito difícil encontrar locais onde bandas de metal
pudessem tocar. Existem cada vez mais locais onde concertos de música
pesada/alternativa acontecem. Isso só pode ser bom", continua.
Acreditando que é possível criar um "verdadeiro circuito regular" para as bandas emergentes, acautela, no entanto, que esta realidade pressupõe outro tipo de apoio por parte do público. "Pode ser que consigamos assim chegar àquele patamar desejado por muitos, de um verdadeiro circuito regular onde bandas mais ou menos conhecidas possam ter uma oportunidade de apresentar o que fazem a pessoas interessadas. Mas para isso, as pessoas interessadas também têm que sair de casa."
Acreditando que é possível criar um "verdadeiro circuito regular" para as bandas emergentes, acautela, no entanto, que esta realidade pressupõe outro tipo de apoio por parte do público. "Pode ser que consigamos assim chegar àquele patamar desejado por muitos, de um verdadeiro circuito regular onde bandas mais ou menos conhecidas possam ter uma oportunidade de apresentar o que fazem a pessoas interessadas. Mas para isso, as pessoas interessadas também têm que sair de casa."
Os SPEEDEMON estrearam-se com o EP «First Blood» a 7 de Março de forma independente. Formados em 2011, alegam a experiência dos seus músicos como razão para a diversidade que incutem à sua escrita - uma mistura de NWOBHM com power, thrash e speed metal. Dizem-se ainda conservadores mas decomprometidos: "Quando compomos gostamos de trabalhar nos clichés do heavy metal. Não pretendemos criar uma 'nova sonoridade' ou sermos 'inovadores'. As nossas influências são coisas old school". O grupo conta com mais de vinte espectáculos e uma passagem bem sucedida pelo concurso de bandas do Side B, em Benavente, onde arrecadaram o décimo lugar entre 70 projectos e o quinto na categoria metal.
Os SPEEDEMON têm três datas agendadas para o mês de Maio:
dia 2 no Side B, em Benavente, com CLAUSTROFOBIA, IMMINENT
ATTACK e 13AFTER; dia 8 no RCA Club, em Lisboa, com os MIDNIGHT
PRIEST; dia 9 em São Bartolomeu da Serra, no âmbito do Inaccessible Art, com os BESTA, SINCE TODAY, CRUZ DE FERRO, ANALEPSY, LIBER MORTIS, ANIMALESO, O MÉTODO e DOWNTROATH.