Ricardo Dias [HEAVENWOOD] explica o que é preciso para se ser músico
Ricardo Dias é um dos
pilares dos HEAVENWOOD e figura de proa da cena alternativa nacional. Desde os
tempos dos DISGORGED [pré-HEAVENWOOD] - há mais de duas décadas - que acumula
saber e traquejo que lhe permitem apurar quais são as "regras do jogo"
na exigente e disputada luta por um lugar ao sol no mundo da música.
Enquanto prepara o quinto
disco dos HEAVENWOOD, o músico natural de Paranhos focou, com recurso ao poema
«Então queres ser escritor?» do alemão Charles Bukowski, a postura e as
características que distinguem os músicos dos músicos de excelência.
"Se não sai de ti a
explodir, apesar de tudo, não o faças. A menos que saia sem perguntar do teu coração,
da tua cabeça, da tua boca, das tuas entranhas, não o faças. Se tens que estar
horas sentado a olhar para um ecrã de computador ou curvado sobre a tua máquina
de escrever procurando as palavras, não o faças. Se o fazes por dinheiro ou fama,
não o faças. Se o fazes para teres mulheres na tua cama, não o faças. Se tens
que te sentar e reescrever uma e outra vez, não o faças. Se dá trabalho só
pensar em fazê-lo, não o faças. Se tentas escrever como outros escreveram, não
o faças. Se tens que esperar para que saia de ti a gritar, então espera
pacientemente. Se nunca sair de ti a gritar, faz outra coisa. Se tens que o ler
primeiro à tua mulher ou namorada ou namorado ou pais ou a quem quer que seja, não
estás preparado. Não sejas como muitos escritores, não sejas como milhares de pessoas
que se consideram escritores, não sejas chato nem aborrecido e pedante, não te
consumas com auto-devoção. As bibliotecas de todo o mundo têm bocejado até adormecer
com os da tua espécie. Não sejas mais um. Não o faças a menos que saia da tua
alma como um míssil, a menos que o estar parado te leve à loucura ou ao
suicídio ou homicídio. Não o faças a menos que o sol dentro de ti te queime as
tripas. Não o faças. Quando chegar mesmo a altura, e se foste escolhido, vai
acontecer por si só e continuará a acontecer até que tu morras ou morra em ti.
Não há outra alternativa e nunca houve."
A novidade «The Tarot Of The Bohemians» está a ser preparada nos estúdios
Raising Legends, no Porto, com o produtor André Matos e tem lançamento previsto
para o final de Setembro. O baixo e as vozes principais foram captados no Stone
Sound Studio, também na Invicta, com supervisão de Ricardo Oliveira (também
baixista do grupo). A bateria será gravada nos Ultrasound Studios, em Braga,
por Pedro Mendes [SULLEN, W.A.K.O.] e executada por Daniel Cardoso
[ANATHEMA], que também gravou «Redemption» e «Abyss Masterpiece».
Nas últimas semanas, os HEAVENWOOD confirmaram ainda como convidado o
baterista Franky Costanza, dos franceses DAGOBA, nos temas «The Lovers» e «Wheel Of Fortune», enquanto estão na calha outras
colaborações.
«The Tarot Of The Bohemians» é composto por doze faixas e considerado pelos seus autores "uma experiência musical
e lírica única, carregada de sabedoria, simbolismo e humanismo".
Conceptualmente inspira-se em Gerard Encausse, também conhecido como Papus,
físico e hipnotista franco-espanhol que popularizou o ocultismo e fundou a
corrente moderna do Martinismo.
A organização do festival inglês Beermageddon anunciou ontem o cancelamento do concerto dos HEAVENWOOD marcado para o final de Agosto. As razões não foram esclarecidas, sendo apenas referido que os motivos transcendem a banda e a organização.
A organização do festival inglês Beermageddon anunciou ontem o cancelamento do concerto dos HEAVENWOOD marcado para o final de Agosto. As razões não foram esclarecidas, sendo apenas referido que os motivos transcendem a banda e a organização.