photo logopost_zps4920d857.png photo headerteste_zps0e0d15f7.png

Review

RE:AKTOR
“Zero Order”

[CD – Nuclear Blast/Música Alternativa]

Quem pela primeira vez ouviu falar do nome Re:Aktor ou escutou alguns dos seus temas, longe estaria certamente de pensar que este se tratava de um "super-grupo" português. Isto porque todo o imaginário e som que aqui nos é dado a conhecer, não nos fazia realmente crer que houvesse entre-portas alguém suficientemente audaz e competente para desenvolver uma vertente sonora tão atípicamente nacional como é o cyber-industrial metal de contornos futuristas e electrónicos que constitui “Zero Order”. Na base criativa destes Re:Aktor está [Nexion], o Draconiis dos SiriuS, que aqui é ilustremente acompanhado por R.A.D., Rui Duarte dos Ramp, por Ca2, o baterista dos noruegueses Enslaved e por D-Void, do qual ainda não conseguimos descobrir a identidade.

Apresentado como uma das maiores apostas da gigante alemã Nuclear Blast para a segunda metade do ano (sim, os Re:Aktor são mesmo a primeira banda portuguesa a entrar para o catálogo da editora), a verdade é que após escutarmos o disco ficamos com a sensação que um dos principais elementos que podia fazer de “Zero Order” um bom sucesso de vendas em Portugal e um pouco por todo o mundo, o que no fundo marca a grande diferença dos grandes nomes, na verdade revela-se muito ténue. De facto, a originalidade aqui presente não é suficiente para que este se torne um disco de referência dentro da sua sonoridade. Desde o momento em que pomos o disco a tocar até ao momento em que termina que as influências de Fear Factory se mostram tão evidentes que por momentos, algum ouvinte mais distraído poderia mesmo pensar que estava a ouvir a banda norte-americana.

Em “Stellaretor”, por exemplo, o grupo evoca demasiado Rammstein enquanto que alusões a Static-X, Spineshank ou Ministry estarão presentes ocasionalmente em todo o disco. Contudo, deverão já estar a pensar que nem vale a pena perder tempo com a audição deste álbum, mas, na verdade, o disco consegue ser suficientemente interessante para repetirmos a dose várias vezes. Temas como “My Own Fear”, “Damage Zone” e “See” são para isso os maiores responsáveis.

Repleto de refrões extremamente eficazes é, no entanto, nos solos de [Nexion] que o grupo se descola um pouco das tradicionais bandas de metal industrial. Rui Duarte mostra aqui os registos pelo qual é conhecido nos Ramp, embora por vezes se aproxime demasiado dos registos melódicos de Burton C.Bell e até, em certas alturas, de David Draiman e Wayne Static. A secção rítmica mostra-se bem encaixada naquilo a que se pretende embora o som demasiado sintético da bateria não favoreça muito o seu brilho.

Todavia, e apesar de todas as influências musicais que "enssombram" um bocado a realidade do disco, este é um projecto interessante que merece, com certeza, todo o nosso apoio e orgulho pelo passo em frente que com ele está ser dado no panorama metaleiro nacional.

[8/10] N.C.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...