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Review

JORN
“The Duke”

[CD – AFM/Recital]

Nascido no coração da Noruega – Rjukan – e impulsionado pela carreira musical do seu pai, Jorn Lande foi desenvolvendo o seu talento inato ao sabor dos aromas hard rock da década de 70, até ao ponto actual em que se tornou um incontornável músico de incomensurável magnitude artística. Vocalista dos Masterplan (o seu principal projecto), Jorn sempre demonstrou uma autêntica postura workaholic arranjando sempre tempo para compor e participar em inúmeros projectos, entre os quais os Vagabond (pelos quais lançou o seu primeiro disco em 1993), Nostradameus, Millenium, Beyond Twillight, Ark, The Snakes, para além de ter já trabalhado com artistas como Yngwie Malmsteen, Joe Lynn Turner, Don Airey (Ozzy, Rainbow, Deep Purple), Uli Jon Roth (Scorpions) e Ronni Le Tekro. Perante tão abastado currículo já não há certamente quem duvide do potencial deste vocalista. Talvez por isso mesmo, em 2000, tenha decidido arrancar numa carreira em nome próprio na qual este “The Duke” é já o seu quarto tomo.

Da elegância das suas composições, sobressaí o timbre único da sua voz – sempre melódico mas com um travo arranhado delicioso – misturado com a capacidade invulgar de se expressar em arrebatadores refrões e letras tocantes. Apesar de David Coverdale e Ronnie James Dio parecerem influências mais que óbvias para Jorn, este norueguês continua a possuir um cunho muito próprio constatável na alma com que se expressa. Rodeado, uma vez mais, por grandes estrelas como é o caso de Morty Black [baixista dos TNT], Willy Bendiksen [baterista dos Company Of Snakes] Tore Moren e Jorn Viggo Lofstad [guitarristas de Carnivore e Pagan Mind, respectivamente] e ainda Don Airey, Jorn apoia-se num ilustre elenco para dar cor a excelentes composições hard rock cheias de atitude e magnetismo. “Stormcrow” e “End Of Time” são daquele tipo de temas que promete facilmente se tornar em hinos com refrões autenticamente “enfeitiçantes”. Ao longo destas novas oito malhas [sendo que “Are You Ready” é uma cover de Thin Lizzy e “Starfire” uma versão de um tema do seu álbum de estreia a solo] o interesse vai crescendo à medida que somos inevitavelmente levados nas texturas das suas melodias orelhudas. Apesar do virtuosismo dos músicos intervenientes, este é um trabalho onde não predominam os exibicionismos técnicos [ou já não tivessem os Ark terminado a sua carreira], mas sim na elegância concisa dos seus temas hard rock, aliás como é tradição neste tipo de música. Apesar deste já ter demonstrado que não consegue assinar um álbum mau, “The Duke” pode, apesar de tudo, ser considerado um álbum mais pálido em relação aos seus antecessores, uma vez que peca por alguma variedade. Aqui o ritmo é muito linear o que talvez não torne este trabalho tão empolgante quanto “Out To Every Nation”, por exemplo.

De qualquer maneira, é de irrefutável classe o hard rock deste trabalho, o que comprova, mais uma vez, que Jorn é um dos artistas mais dinâmicos, talentosos e emblemáticos da última década.

[8/10] N.C.
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