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Review

MORBID DEATH
“Unlocked”

[CD – Recital]

A demonstrar mais uma vez a razão de serem o maior exemplo de preserverança e simbolismo do panorama metálico açoriano, os Morbid Death chegam ao seu terceiro álbum com algumas mudanças operadas, nomeadamente ao nível do som e da formação. Após a saída de Rui Frias, guitarrista de longa data da banda que participa aqui em metade do álbum, cabendo a outra metade ao recém-chegado Ruben Correia [ex-Obscenus], podemos constatar desde logo as diferenças de influências musicais que cada um veio trazer aos temas. Não obstante se tratar de dois músicos de qualidade indiscutível, as diferenças de background acabam por notar-se demasiado, beliscando assim a homogeneidade de um trabalho algo “partido”. Se com Rui Frias temos o lado mais agreste em evidência, com Ruben Correia acabamos por assistir a um suavizar do som dos Morbid Death. Basta que atestem a “Golden Light” e a “Insane” para perceberem do que se trata. Aliás, “Golden Light” poderá mesmo ser visto como o tema mais "comercial" e directo de toda a carreira dos Morbid Death. Sentem-se as diferenças e adivinham-se as mudanças para o futuro. Cabe a Ruben Correia a árdua tarefa de suceder a Rui Frias… No entanto, é preciso que se tenha em conta a situação que uma mudança de line-up naturalmente provoca, ainda por cima quando se quebra um sistema que funciona há tantos anos.

Longe de ser “o” álbum da carreira dos Morbid Death, que o digam os fãs mais antigos, a verdade é que nem sempre se tem que progredir para um som mais exuberante ou complexo. Este é, na verdade, um álbum mais directo dos Morbid Death mas nem por isso deixa te ter momentos cativantes. Gostámos particularmente de algumas novidades, como sejam os apontamentos progressivos [atenção, falamos de compassos] em “Enough” e “Last Breath” e a veia mais tradicional e pesada de alguns riffs de guitarra presentes em “Mr. William” e “Insane”. Fica, no entanto, a curiosidade [ou talvez não] de que todos esses temas são ainda compostos com Rui Frias na formação... Talvez a prova de que Ruben Correia ainda não está perfeitamente integrado na banda mas que pelas suas capacidades e historial demonstra ter requisitos para render muito mais no futuro. Um álbum de transição que deixa antever um futuro ainda algo incerto em relação a um próximo trabalho dos Morbid Death.

[7/10] N.C.
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