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Revista do Ano 2013


40 anos de heavy metal. Mais de uma década num novo milénio que apregoa (ou apregoava) muito progresso. Consumismo, crises, conflitos, desigualdades sociais - a "nação" metaleira vive tudo isso e muito mais como cidadãos normais que são. 2013 foi mais um ano de muitas peripécias e música pesada. Progresso? No que concerne a este nicho de mercado - sejamos sinceros - não há propriamente muito a registar. Para muitos a nostalgia é omnipresente e há quem alegue falta de espírito e alma a uma nova geração de músicos. A "acusação" será talvez demasiado forte ou injusta, mas fica a clara sensação de que se atingiu um patamar de qualidade que é cada vez mais difícil de superar à luz de convenções que fizeram de alguns discos autênticos marcos intemporais (e justamente). Sinais de um estilo que já atingiu a maioridade há muito tempo... ou para muitos a saturação. Tópicos discutíveis e que fazem parte do debate diário de muitos aficionados do género, mas certo é que 2013 está marcado por manifestações sucessivas de talento e criatividade que se não concorrerem para os anais da música pesada ao menos marcaram um tempo muito específico.

E é inevitável não começar por "13", disco que reuniu em estúdio Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler 35 anos depois. Ficou comprovada a qualidade inata destes músicos e nem mesmo a ausência de Bill Ward afectou o sucesso astronómico de vendas do décimo nono álbum de originais do grupo de Birmingham (155.000 cópias vendidas na sua primeira semana de lançamento só nos Estados Unidos). Alastrou-se ainda ao longo de todo o ano o falatório sobre Ward, ficando expresso nas palavras dos BLACK SABBATH que o baterista não estaria em forma física para assumir uma exigente agenda.

No reino do thrash metal, mais propriamente no dos SLAYER e METALLICA, o ano foi igualmente intenso, mesmo que de parte a parte não haja qualquer edição a registar. No primeiro caso, o choque foi causado pela saída de Dave Lombardo e morte de Jeff Hanneman. De resto, o desaparecimento do guitarrista de 49 anos acaba por representar o capítulo mais negro de 2013, sendo que mais ao lado, os Metallica continuaram a bater recordes quando já se pensava que não era possível atingirem mais mediatismo. Mesmo com a legião de seguidores muitas vezes dividida dada a pouca (e alegadamente fraca) produtividade musical, o poderio (nomeadamente financeiro) impôs-se com a produção do filme "Metallica Through The Never" e o concerto, já no final do ano, na Antárctica, fazendo dos Metallica a segunda banda de sempre a actuar em local tão recôndito. Como não podia deixar de ser, a especulação foi forte em torno de um sucessor de "Death Magnetic" (que se revelou inconclusiva) e também não deixou de ser surpreendente o relativo fracasso de bilheteira da sua primeira aparição no grande ecrã (apenas 3.2 milhões de dólares após três semanas de exibição para um filme que custou 18 milhões).

No mesmo patamar de pujança enquanto marca estão os IRON MAIDEN. Também sem material novo, conseguiram constar no lote de empresas em maior expansão do Reino Unido, com receitas anuais entre os dez e os vinte milhões de libras. Os mais acérrimos fãs do colectivo britânico também não deixaram de provar a cerveja "Trooper" (mais um sucesso da máquina de marketing da "Dama de Ferro") e de conferir os British Lion, novo projecto de Steve Harris.

Outro dos monstros da música contemporânea, os TOOL, aparentemente entretiveram-se a baralhar os fãs sobre um sucessor de "10.000 Days", lançado há sete anos. Danny Carey chegou mesmo a afirmar que 2013 seria o ano do regresso do grupo de Los Angeles aos lançamentos, o que não se veio a verificar, alegadamente por serem hoje pessoas "mais ecléticas" e se encontrarem "mais distantes". A última projecção do grupo para o lançamento do seu quinto longa-duração aponta para o início de 2014.

No plano dos regressos, os CARCASS assinaram um dos momentos mais altos do ano ao editarem "Surgical Steel". Dezassete anos depois, os extremistas de Liverpool deixaram claro que mantêm a sua identidade imaculada mesmo que já só lá figurem dois dos seus membros originais.

Com um ritmo muito mais intenso de edições, os MEGADETH fizeram "pouco mais" do que vincar uma personalidade muito própria ao som de "Super Collider", mesmo que o consenso há muito se tenha afastado do colectivo de Dave Mustaine. Entretanto, o ano ficou marcado com a saída da Roadrunner Records, três álbuns depois, passando assim o grupo californiano a ser representado pela própria editora de Mustaine, a Tradecraft, em parceria com a Universal.

Para os ANTHRAX, o ano resumiu-se à edição do EP de versões "Anthems". No entanto, ninguém estaria à espera da saída de Rob Caggiano e muito menos que se juntasse aos Volbeat. Falta de apego emocional à música do grupo foi a justificação do guitarrista.

Ainda em termos de saídas inesperadas, a registar a do baixista Adam Duce dos MACHINE HEAD (mais de vinte anos depois) e Joey Jordison dos SLIPKNOT. Para Rob Flynn há muito que o companheiro perdera o espírito de grupo. Jared MacEachern é agora o substituto. Já para os fãs dos SLIPKNOT será preciso ainda algum tempo para digerir este acontecimento, numa altura em que ainda não foi emitida uma justificação oficial.

Confrontando gerações, tivemos os DEEP PURPLE a editar o seu décimo nono álbum de originais, "Now What?!", e os LAMB OF GOD a verem-se finalmente livres do pesadelo que levou Randy Blythe às barras dos tribunais. Com o vocalista absolvido, é tempo de "rentabilizar" o episódio e com isso está já na forja o livro "Dark Days: My Tribulation And Trials".

Provando que o metal é mesmo um modo de vida, os MOTÖRHEAD editaram "Aftershock" na mesma altura em que o seu líder, Lemmy Kilmister, atravessa alguns problemas de saúde. O músico britânico tanto garante que está restabelecido que até já trabalha no seu primeiro disco a solo.

Tão míticos como os Motörhead, os JUDAS PRIEST editaram o DVD "Epitaph" e chegaram a prometer novo disco para 2013, dois anos depois de se terem despedido oficialmente das digressões mundiais.

Enquanto isso, um dos fenómenos mais recentes de popularidade na música extrema começou finalmente a dar sinais de retoma. Os BEHEMOTH trabalharam afincadamente em "The Satanist" e até apresentaram o provocador videoclip "Blow Your Trumpets Gabriel". A casa parece assim estar arrumada depois de dura luta de Nergal com a leucemia.

Os motivos de celebração, como já se percebeu, não faltaram para os fãs do "Som Eterno". Sendo quase impossível resumir com precisão e justiça o que de melhor o ano trouxe, a lista de lançamentos merece, no entanto, quase imperativamente, conter os novos álbuns dos Voivod, Soulfly, Sepultura, Amon Amarth, Death Angel, The Dillinger Escape Plan, Dream Theater, Deicide, Saxon, Cult Of Luna, Satyricon, Darkthrone, Amorphis, Watain, Soilwork, Hypocrisy, Immolation, Joe Satriani, Suffocation, Chimaira, Dark Tranquillity, Children Of Bodom, Six Feet Under, The Ocean, Trouble, Annihilator, Avatarium, Katatonia, Ihsahn, Exivious, Gorguts, The Black Dahlia Murder, Onslaught, Tesseract, Sahg, Clutch, Ulcerate, Witherscape, The Monolith Deathcult, Voices, The Amenta, Fleshgod Apocalypse, Rotting Christ, Altar Of Plagues, Ghost, Leprous, Master, Purson, entre outras tantas e igualmente relevantes rodelas de música.

Entre tão vasta lista de lançamentos talvez haja um que ganhe o título de mais "agridoce" de 2013. Mais de vinte anos depois, os CATHEDRAL lançaram o seu último suspiro com "The Last Spire". Fica um digno registo de despedida para uma banda que marcou indelevelmente a face do doom metal.

Entretanto, e para sarar tal desilusão, os amantes de metal puderam estrebuchar com o anúncio do regresso dos EMPEROR para alguns festivais em 2014. Talvez por isso os bilhetes para o Wacken Open Air esgotaram em três dias. Segundo Ihsahn, este regresso serve para celebrar os vinte anos da estreia "In The Nightside Eclipse", embora façam questão de afirmar que não pensam num novo álbum... algo que terá deixado muitos a pensar: "Onde é que já ouvi isso?".

Para um balanço como este é ainda inevitável olhar para a lista infindável dos chamados "SUPER-GRUPOS" que tomaram forma em 2013 ou chegaram mesmo a lançar estreias. Mais uma vez, de forma corrida, passamos a enunciar alguns: Corrections House, Solus Deus, Vrak, Black Star Riders, Killer Be Killed, Palms, Hotel Diablo, Ihate, The Winery Dogs, Temple Of The Black Moon, Devil You Know, Ghost Ship Octavius, Twilight Of The Gods, Dirt Torpedo, Vista Chino, Bear River, Gift Of Gods, Sun & Sail Club, Pessimist, Ashes Of Ares, Blood Eagle, Feared, Tronos, Nordic Beast, Bat, One Machine e Altitudes & Attitude. Para os mais interessados, uma rápida busca na internet satisfará a curiosidade sobre, afinal, quem são os ilustres intervenientes destes projectos. 

Como, infelizmente, o destino já nos habituou, várias figuras ligadas ao rock ou ao metal vão-nos deixando ano após ano. 2013 foi particularmente trágico com a morte de Jeff Hanneman, mas a lista de ÓBITOS não se ficou por aqui. Clive Burr [Iron Maiden], Peter Banks [Yes], Chi Cheng [Deftones], Claudio Leo [Lacuna Coil], Jeff Ulmer [Sacred Blade], Slawek [Hate], Dani Crivelli [Krokus], Trevor Bolder [Uriah Heep], Joseph LaCaze [Eyehategod], Lorne Black [Great White], Jan Kuehnemund [Vixen] e Lou Reed, são algumas das personalidades que deixaram o mundo da música alternativa mais pobre. Também a descerrar a sua laje sepulcral, mas em termos de carreira, os VOMITORY, D.O.A., CLAWFINGER e NACHTMYSTIUM disseram adeus a várias décadas de música.

E como não só de música vive o metal, também situações houve em que a atenção se virou para os meios de comunicação para acompanhar os maiores escândalos ou os chamados casos "cor-de-rosa". No topo estará o de Ian Watkins, vocalista dos LOSTPROPHETS, que confessou treze crimes sexuais, incluindo a tentativa de violação de um bebé.  Já Tim Lambesis, vocalista dos AS I LAY DYING, tenta ilibar-se da acusação de tentativa de assassinato, por terceiros, da sua esposa. Quem parece também não livrar-se da Justiça é Varg Vikernes, líder dos BURZUM, detido em França mais a sua esposa sob suspeita de estarem a planear um atentado, bem como incitar o ódio racista e exultar crimes de guerra na internet. O também conhecido como Count Grishnackh saiu em liberdade em 2009 depois de cumprir quinze anos de prisão por homicídio de Euronymous, guitarrista dos Mayhem, e por incendiar várias igrejas na Noruega.

Em PORTUGAL, país pequeno e de brandos costumes, a evolução é contida mas convicta e há sempre sinais de que o meio tem bases para crescer. Os concertos continuam em bom número, embora, no cômputo geral, as assistências se mantenham aquém do desejável em termos numéricos. Quer-se crer que a situação se verifica mais por força de uma conjuntura económica desfavorável do por outra coisa qualquer. Se, eventualmente, se discute o distanciamento do público nacional para com o metal feito entre portas, a verdade é que os músicos não poupam esforços a tentar conquistar novas paragens e a lançar a melhor música de sempre. Neste último ponto, a destacar os novos trabalhos dos Filii Nigrantium Infernalium, Utopium, Kneel, Nebulous, Serrabulho, Colosso, Primal Attack, For The Glory, Gwydion, Malevolence, Gates Of Hell, Destroyers Of All, Sinistro, Dementia 13, Riding Pânico, Shadowsphere, Factory Of Dreams, Head:Stoned, Mr. Miyagi, AntiVoid, entre outros, curiosamente com o formato EP a ganhar nova preponderância. Entre as promessas goradas estão as dos HEAVENWOOD em relação ao seu quinto álbum, "The Tarot Of The Bohemians - Part 1", do qual foi possível conhecer a faixa "Strenght". O atraso no sucessor de "Abyss Masterpiece" parece intimamente ligado à saída do guitarrista Bruno Silva (substituído por Vítor Carvalho dos Demon Dagger).

Entre as memórias menos saudadas dos últimos doze meses estão as da despedida dos THEE ORAKLE, VERTIGO STEPS e AVA INFERI, já para não falar na morte de Rui "Rocker" Ramos, lendária figura do punk nacional através dos Crise Total, Rolls Rockers, Feijão Freud ou Asfixia. Tinha 49 anos.

Este balanço foi ainda mais afectado pela negativa com os casos do Lisbon Dark Fest e Norfest. Autênticos casos de polícia, estes dois festivais colocaram em alerta todos aqueles que procuram concertos para assistir ou tocar em Portugal. Aumentou o nível de desconfiança e a vergonha foi quase palpável nos que acompanham este movimento em Portugal. Há quem diga que estes casos são cíclicos, mas certo é que urge maior transparência e responsabilidade para quem se move ou tenta entrar nesta actividade.

Dos MOONSPELL quase nem seria preciso falar, caso o grupo de Fernando Ribeiro não continuasse, com ou sem disco, a conquistar novos marcos na sua profícua carreira. Desta feita os lobos lisboetas tornaram-se na primeira banda nacional (e uma das poucas internacionais) no plano do metal a actuar na China comunista, ao que lhe antecederam doze espectáculos na Rússia. Neste mês já embarcam em nova digressão pelos Estados Unidos.

Se os Moonspell são expoentes máximos do metal nacional, e como se o talento pudesse ser quantizado num qualquer barómetro, os SWITCHTENSE poderão vir logo abaixo naquilo que é o princípio do trabalho em prol de uma carreira e postura profissionais. De estilos completamente distintos, a verdade é que a voracidade de ambos os colectivos em mostrar serviço é enorme. Com algumas incursões pelo estrangeiro, os Switchtense continuam a correr desenfreadamente o país de norte a sul e arrisca-se a dizer que são a banda de metal nacional com mais quilómetros nas pernas nos últimos anos. Não lançaram novo álbum mas brindaram os fãs com o DVD "10 Unbreakable Years", acompanhado de algum material inédito. Nos horizontes até dos mais pessimistas não estaria, é verdade, a saída do baterista Xinês, mas a banda da Moita já nos habituou  a ultrapassar duros desafios e acredita-se que este será apenas mais um.

Os RAMP, outro dos bastiões do metal nacional, mantêm a mesma actividade intermitente, mas não terminaram o ano sem celebrar 25 anos de carreira com uma compilação que os fãs não quererão perder - até porque nele consta um acústico para o hit single "Alone". Sobre um sucessor de "Visions", de 2009, mantém-se a incógnita absoluta.

No espectro dos projectos a não perder de vista em 2014 estão os WELLS VALLEY (com elementos dos Concealment e Kneel), os SULLEN (nova encarnação dos Oblique Rain) ou DUM (de Augusto Peixto dos Head:Stoned). Entre os nomes a editar registos importantes em breve, encontramos os Perpetratör, Morte Incandescente, Dawnrider, Fantasy Opus, Painted Black, Dragon's Kiss, Kapitalistas Podridão ou Cruz de Ferro.

E o ano não podia ser mais marcante sem a edição do primeiro livro exclusivamente dedicado ao metal nacional. "BREVE HISTÓRIA DO METAL PORTUGUÊS" vem dar outra nobreza à história de um movimento que em Portugal não se resumiu aos anos 80 e 90 e que para muitos a sua origem era apenas um emaranhado de peripécias pouco esclarecidas e até desinteressantes. Dico, criador do saudoso Metalincandescente, é o autor... e fez história exemplarmente.

Tentando com que este balanço não se cinja ao que acontece no continente, interessa referir que o movimento nas ilhas também continuou a sua marcha, ainda que lenta e consignada às suas limitações geográficas e demográficas. Sendo os AÇORES historicamente mais pulsantes neste quadrante, a verdade é que os efeitos da contracção económica levou ao afastamento de muitos músicos e ao desaparecimento de vários projectos. A desmotivação ter-se-á instalado como nunca num local onde já era difícil remar contra a maré. Os eventos escassearam e as bandas de versões e os DJ's assumiram um papel de destaque na oferta cultural. Os patrocinadores e secretarias relegaram para último plano este tipo de investimento e, curiosamente, a ilha Terceira acabou por registar uma actividade tão ou mais intensa do que a da sua mais directa "concorrente", a ilha de São Miguel.

Os lançamentos resumiram-se ao EP (de título premonitório) "State Of Decay" dos WEPARASITES, aos singles "Angel Song" dos CROSSFAITH, "Obsessed To Kill, Possessed To Destroy" dos ZYMOSIS e "Party's Over" dos MUFASA, para além do EP "Chapter 13 - We Came For Blood" dos HUMAN HATE (projecto criado por dois elementos dos Anomally).

Quanto a eventos, o cenário foi desolador e nem o regresso do ROQUEFEST, com um cartaz suficientemente sugestivo, serviu para chamar a atenção de pouco mais de algumas dezenas de pessoas. O LIVE SUMMER FEST, um dos últimos bastiões em termos de eventos em São Miguel, também sofreu profundamente os efeitos da crise, tendo mesmo excluído os projectos internacionais e funcionado apenas com a "prata da casa". Já na ilha Terceira, o balanço não foi melhor, mas ainda foi possível reunir oito bandas locais no SHREDDING NIGHT (algo cada vez mais difícil na ilha de São Miguel).

Em termos de novos projectos só mesmo os FINDING SANITY, liderados por Stephan Kobiákin [Summoned Hell], e David Melo [Neurolag] que sorrateiramente vai desenvolvendo uma interessante musicalidade com os DEAD SUSPECT. Enquanto isso, os veteranos CARNIFICATION continuam a preparar o seu primeiro álbum em vinte anos de carreira e os PALHA D'AÇO regressaram a estúdio quinze anos depois. Já prometido está também uma segunda maqueta dos FAKE SOCIETY, enquanto os THROUGH THE SILENCE lançaram um tema que pode abrir portas a um primeiro lançamento. Uma nota final para o GRITO INSULAR, site exclusivamente dedicado à música alternativa na ilha Terceira e que veio dinamizar o meio local.

Alguns quilómetros ao lado, a MADEIRA também teve um final de ano mais activo com a realização do METAL XL e do METAL BLAST, dois eventos que deram visibilidade a praticamente toda a nata que compõe o restrito underground da ilha. Os WINTTERNAL com um EP, os LIGHTS OF NIGHTMARE a prepararem novo trabalho, os ALTAR OF PAIN, THE CROD PROJECT (com um elemento dos Calamity Islet), PSYCHOLOGICAL PAIN, THORNS OF ASYLUM, CADAVRA ou HEAVEN CAN WAIT são algumas das novas promessas do metal madeirense, sendo que os mais rodados KARNAK SETI ou REQUIEM LAUS mantiveram-se muito discretos. Quem cresce a olhos vistos são os CALAMITY ISLET que depois da edição do EP "See The Colourless" lançaram um videoclip e fecharam o ano a actuar com os Moonspell no Madeira Winter Fest.

Posta esta longa explanação, parece evidente que os músicos e bandas nacionais sobreviveram com algum engenho a uma fase em que, mais do que o cenário interno, os valores globais se regeneram e a preocupação principal muitas vezes é a da própria sobrevivência individual. A cultura deixou de merecer a mesma atenção, mas ainda assim o metal, num país tão pequeno como Portugal, continua estoicamente a viver no gume da vontade mais sagaz e voluntariosa de alguns dos seus militantes. É de convicção que este movimento sempre viverá até porque, e como afirma um músico que até é de uma nova geração, o metal não é apenas música...


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"O metal é um estilo de vida, vai muito para além de algo que se oiça ocasionalmente"
Matt Heafy [Trivium]


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