Entrevista Stream
UM NOVO CAPÍTULO
A história começou a esboçar-se há mais de dez anos quando três amigos de infância dos Altares, na ilha Terceira, se começaram a juntar, incondicionalmente, para satisfazer a sua paixão pela música. Ao longo dos tempos foram cúmplices em muitos projectos e das mais diversas categorias musicais, mas só, em 2002, criaram algo que já parecia vir com um selo de qualidade. A começar pela vitória no Angra Rock até à tournée que os fez passar por quase todos os recantos dos Açores e ainda pela Fnac do Porto, os Stream foram conquistando gradualmente, mas com bastante eficácia, o reconhecimento do público. Em inícios de 2006, decidiram rumar de novo ao Porto, mais precisamente aos I.M. Studios, para registar alguns temas com Ivo Magalhães [Lullabye]. Destas sessões resultaram “Another Story” o tema-single lançado em finais de 2006 e que tem feito a banda atingir, ultimamente, feitos bastante inusitados para o padrão regional [nomeadamente um contracto nos Estados Unidos, um no Brasil e muitas presenças em tops de rádios e na comunicação social em geral]. O rock mais acessível e orelhudo que os Stream hoje explanam bem pode ser um dos factores abonatórios para esta situação, mas, por outro lado, tem servido para dividir os seus fãs mais antigos. No entanto, a banda nega veementemente que alteraram a sua postura e muito menos que se “venderam”. Estas e muitas outras perguntas que há muito o público queria ver respondidas na SounD(/)ZonE por Eddy [baixista] e Toni [vocalista Volkanic, ex-God’s Sin].
Ocorre-me agora um pequeno gracejo em relação ao nome do vosso novo single... Realmente, com "Another Story" e tudo o que se tem passado ultimamente, a história agora é mesmo outra! [risos] Foi também assim que encararam este single na hora de o baptizar?
Eddie: De facto, até tem a sua lógica visto que foi um ponto de viragem na banda em vários aspectos, mas não foi seguindo essa lógica que baptizamos o single. Significa, sim, um ponto de viragem, mas não só para os Stream como também para toda a gente.
Toni: Estamos conscientes que esta nova fase deve-se à entrada de novos elementos na banda; o querer fazer bons temas, boas canções. Já somos bem maduros e com muitos anos disto e se agora o nosso som está a ser aceite, porque não?
Embora acredite que já tenhas respondido a esta pergunta a várias pessoas (não creio que na comunicação social), continua-se a impor a questão: porquê esta mudança de sonoridade, embora se calhar não tão drástica, mas tão declaradamente mais mainstream e com pretensões bem óbvias?
Eddie: Quanto à mudança de sonoridade é um assunto que, para nós, não nos diz muito, visto que estes temas surgiram todos dos Stream, inclusive, compostos pela formação antiga. Por isso, a sua composição e mudança surge com naturalidade. O tema “Invisible” que está no single, já é tocado por nós há dois ou três anos, por exemplo. E claro, vem da necessidade de nos afirmarmos como uma banda que sabe o que quer e para onde quer ir.
Subscreves o que dizem algumas vozes de que a passagem para esta nova fase é resultado da vossa consciência actual de que está na hora de tentar tudo para tentar viver da música?
Eddie: Viver somente da música seria um bocado utópico. Mas temos a consciência de que fizemos tudo ao nosso alcance para nos destacarmos...
É esta a única maneira de uma banda açoriana conseguir verdadeira notabilidade?
Eddie: Nada se consegue sem trabalho. E no caso das bandas açoreanas é preciso muita perseverança e não desistir ao mínimo contratempo.
Toni: Não sei! Quem sabe? Existem fórmulas? Sabes? Ninguém sabe…
Será que podemos falar numa certa frustração ao fim destes anos todos da vossa parte a tocar sem conseguirem realmente aquilo que esperavam?
Eddie: Uma coisa eu posso dizer: não me sinto nada frustrado. Desde a criação da banda, em 2002, que aconteceu tanta coisa positiva...
A insularidade é ou tem sido, realmente, o vosso maior adversário?
Eddie: Eu não diria isso, a insularidade até nos tem dado inspiração. Mas os custos inerentes à insularidade, esses sim, retiram-nos algumas hipóteses de conseguir fazer sair a nossa música dos Açores, mas nada é impossível!
Voltando um bocadinho atrás, têm a perfeita noção que esta nova abordagem musical dividiu completamente a vossa massa de fãs? Os antigos essencialmente...
Eddie: Como disse há pouco, a vida está em constante mudança. Ainda bem que as coisas evoluem e se modificam. Infelizmente não se pode agradar a gregos e troianos. Mas tenho notado muitas pessoas que antes não ouviam Stream e agora adoram o novo single. Penso que estamos a captar um outro tipo de público.
Toni: Os “ditos” fãs verdadeiros compreendem esta mudança. Atenção que isto de fãs é relativo, não temos nem vamos generalizar como uma massa. Vamos continuar a tocar as mesmas coisas constantemente? Da mesma forma? É que depois ficas saturado das mesmas ideias, etc…
Aceitas, no entanto, comentários mais corrosivos do género: os Stream venderam-se completamente?
Eddie: Não tenho problema nenhum com quaisquer tipos de comentários. Desde que esteja de consciência tranquila as pessoas são livres de dizer o que quiserem.
Toni: Claro, são comentários! Podem ser com poucos fundamentos que na verdade, na sua maioria, são… Mas vivemos numa democracia. Temos que aceitar as coisas. É normal este tipo de comentários, é em Portugal que vivemos… Agora que temos algum sucesso (atenção que isto é relativo) é fácil de acusar. Porque é que os concertos do dito underground não são de graça? Será que estas bandas vendem-se?...
A entrada de novos elementos para a banda, ao que parece, está então também na origem desta mudança de sonoridade...
Eddie: É claro que adicionando uma guitarra vai-se alterar o som de uma banda. Mas para nós isso é tudo a evolução natural da banda sempre com o intuito de melhorar.
Já agora, fala-nos porque saíram elementos originais da banda...
Eddie: As pessoas têm a sua vida além da banda e é evidente que não podemos exigir devoção total e completa à banda. Chega uma altura em que se têm de tomar opções. A vida familiar e profissional de cada um são extremamente importantes. Clarifico, visto que fala no plural, apenas saiu um membro original da banda...
Como foi compor "Another Story"? Tiveram que desviar a vossa consciência daquilo que haviam feito até agora ou foi realmente algo espontâneo? Houve muito "cérebro" ao compor este trabalho?
Eddie: O João e o Toni são os compositores da banda, eu e o Nuno complementamos o resto com alguns pormenores. Neste tema foi o Toni que fez o bruto. Ele tem facilidade em compor e é muito expontâneo ao fazer temas com bons refrões, com uma sonoridade mais apelativa. Agora se é preciso muito cérebro para ouvir a música… Já é diferente! [risos]
E os resultados estão a ser realmente os que esperavam?
Eddie: O que esperávamos era promover a banda por todo o lado e isso está a ser superado e de que maneira.
Fala-se também muito da possibilidade de um tema dos Stream vir a fazer parte da banda sonora da série "Morangos Com Açúcar". Confirmas?
Eddie: Enfim, já ouvimos tanta coisa... Só falamos de factos concretos e esse não o é certamente..
No estrangeiro, como têm sido as reacções ou mesmo as vendas de "Another Story"?
Eddie: Do melhor! Não estávamos habituados a ter reconhecimento por parte das pessoas e é óptimo vermos que lá fora é que nos dão algum valor. Resumindo: “Santos da casa não fazem milagres”!
Esta realidade está longe de ser nova, mas, Toni, como descreves o sentimento de um vocalista que passou por bandas bem pesadas como os God's Sin e Volkanic e está agora a cantar e a escrever letras que falam de amor?
Toni: Apesar de não ser um executante como o João, tenho muita facilidade e criatividade de composição. Oiço música de todos os feitios, línguas, até sonoridades bem extremas [muito mesmo]! [risos] Enquadro-me com facilidade em diferentes géneros. Mesmo nos God’s Sin as letras eram mais românticas apesar de ser metal. Em Volcanik é tudo diferente, mas costumo dizer que o que o público quer ouvir é uma boa canção, quer seja pop, rock ou metal. È claro que faz diferença tocar metal e agora um género mais soft como o dos Stream. Vai da pessoa, nem eu nem eles queremos estar limitados…
Como descreves, no fundo, o som que os Stream estão a explanar actualmente?
Eddie: Rótulos não nos cabem a nós dar, nós apenas queremos tocar. Mas se fosse para o definir, rock claramente.
Toni: Rock & Roll! Isto de “sub-labels” é complicado...
E quanto às reacções do público no vosso último concerto, ou seja, no festival Angra Rock 2006?
Toni: Nesse concerto verificou-se uma série de problemas técnicos que nada tiveram a ver connosco. Mas, no entanto, da parte do público deu para perceber quem realmente estava atento e conhecia a banda e quem realmente não percebia nada de nada… [risos]. Deu para aprender também que temos de adicionar ainda mais um técnico à nossa comitiva.
E para breve, o que se prevê a nível de agenda ao vivo para os Strëam?
Eddie: Já temos dois espectáculos marcados, um na ilha do Faial e outro na ilha de São Jorge. Mais novidade no nosso site www.followthestream.net.
Creio também, no vosso caso, que esse surto de popularidade deve-se igualmente a um excelente trabalho de management. Concordas?
Eddie: Concordo plenamente. No nosso caso o manager é tão importante como qualquer um dos músicos. O trabalho desenvolvido pelo Pedro Fragoso é, de facto, muito importante na vida dos Stream. É impossível para um músico estar concentrado no seu trabalho se tem que tratar dos "negócios" da banda, preocupar-se com deslocações, contratos, cachets, etc... para além de promover a banda junto dos meios de comunicação social. Nós estamos satisfeitos com o seu trabalho.
Será este um dos pontos que tem falhado até hoje nos projectos açorianos?
Eddie: Não sei. Ao perguntares isso lembro-me de um músico canadiano dos Brasse Camarade que deu em Angra do Heroísmo um workshop sobre o rock chamado "O rock também se cria à mão" em que disse: “No mundo da musica não existe espaço só para os músicos mas também para técnicos de som, de luz, de instrumentos, produtores, agentes, manager, etc”. Acho que existe nos Açores uma mentalidade do género “ou sou músico ou então nada”. Mas no fundo o que é mais importante é credibilizar o rock açoreano torná-lo apetecível às pessoas de cá... e de lá!
Para terminar, alguma mensagem?
Eddie: Em primeiro lugar gostaria de agradecer à SounD(/)ZonE por esta oportunidade. Por outro lado agradecer também à Angra Music Agency, á Cutiepop Records e a todos os outros que acreditam no nosso sonho. A todos os que gostam dos Stream e não são aqui mencionados um obrigado muito especial. Gostava ainda de dizer a todas as pessoas que têm bandas nos Açores que nunca desistam. Os vossos sonhos estão nas vossas mãos. Bem hajam!
www.angramusic.com
A história começou a esboçar-se há mais de dez anos quando três amigos de infância dos Altares, na ilha Terceira, se começaram a juntar, incondicionalmente, para satisfazer a sua paixão pela música. Ao longo dos tempos foram cúmplices em muitos projectos e das mais diversas categorias musicais, mas só, em 2002, criaram algo que já parecia vir com um selo de qualidade. A começar pela vitória no Angra Rock até à tournée que os fez passar por quase todos os recantos dos Açores e ainda pela Fnac do Porto, os Stream foram conquistando gradualmente, mas com bastante eficácia, o reconhecimento do público. Em inícios de 2006, decidiram rumar de novo ao Porto, mais precisamente aos I.M. Studios, para registar alguns temas com Ivo Magalhães [Lullabye]. Destas sessões resultaram “Another Story” o tema-single lançado em finais de 2006 e que tem feito a banda atingir, ultimamente, feitos bastante inusitados para o padrão regional [nomeadamente um contracto nos Estados Unidos, um no Brasil e muitas presenças em tops de rádios e na comunicação social em geral]. O rock mais acessível e orelhudo que os Stream hoje explanam bem pode ser um dos factores abonatórios para esta situação, mas, por outro lado, tem servido para dividir os seus fãs mais antigos. No entanto, a banda nega veementemente que alteraram a sua postura e muito menos que se “venderam”. Estas e muitas outras perguntas que há muito o público queria ver respondidas na SounD(/)ZonE por Eddy [baixista] e Toni [vocalista Volkanic, ex-God’s Sin].
Ocorre-me agora um pequeno gracejo em relação ao nome do vosso novo single... Realmente, com "Another Story" e tudo o que se tem passado ultimamente, a história agora é mesmo outra! [risos] Foi também assim que encararam este single na hora de o baptizar?
Eddie: De facto, até tem a sua lógica visto que foi um ponto de viragem na banda em vários aspectos, mas não foi seguindo essa lógica que baptizamos o single. Significa, sim, um ponto de viragem, mas não só para os Stream como também para toda a gente.
Toni: Estamos conscientes que esta nova fase deve-se à entrada de novos elementos na banda; o querer fazer bons temas, boas canções. Já somos bem maduros e com muitos anos disto e se agora o nosso som está a ser aceite, porque não?
Embora acredite que já tenhas respondido a esta pergunta a várias pessoas (não creio que na comunicação social), continua-se a impor a questão: porquê esta mudança de sonoridade, embora se calhar não tão drástica, mas tão declaradamente mais mainstream e com pretensões bem óbvias?
Eddie: Quanto à mudança de sonoridade é um assunto que, para nós, não nos diz muito, visto que estes temas surgiram todos dos Stream, inclusive, compostos pela formação antiga. Por isso, a sua composição e mudança surge com naturalidade. O tema “Invisible” que está no single, já é tocado por nós há dois ou três anos, por exemplo. E claro, vem da necessidade de nos afirmarmos como uma banda que sabe o que quer e para onde quer ir.
Subscreves o que dizem algumas vozes de que a passagem para esta nova fase é resultado da vossa consciência actual de que está na hora de tentar tudo para tentar viver da música?
Eddie: Viver somente da música seria um bocado utópico. Mas temos a consciência de que fizemos tudo ao nosso alcance para nos destacarmos...
É esta a única maneira de uma banda açoriana conseguir verdadeira notabilidade?
Eddie: Nada se consegue sem trabalho. E no caso das bandas açoreanas é preciso muita perseverança e não desistir ao mínimo contratempo.
Toni: Não sei! Quem sabe? Existem fórmulas? Sabes? Ninguém sabe…
Será que podemos falar numa certa frustração ao fim destes anos todos da vossa parte a tocar sem conseguirem realmente aquilo que esperavam?
Eddie: Uma coisa eu posso dizer: não me sinto nada frustrado. Desde a criação da banda, em 2002, que aconteceu tanta coisa positiva...
A insularidade é ou tem sido, realmente, o vosso maior adversário?
Eddie: Eu não diria isso, a insularidade até nos tem dado inspiração. Mas os custos inerentes à insularidade, esses sim, retiram-nos algumas hipóteses de conseguir fazer sair a nossa música dos Açores, mas nada é impossível!
Voltando um bocadinho atrás, têm a perfeita noção que esta nova abordagem musical dividiu completamente a vossa massa de fãs? Os antigos essencialmente...
Eddie: Como disse há pouco, a vida está em constante mudança. Ainda bem que as coisas evoluem e se modificam. Infelizmente não se pode agradar a gregos e troianos. Mas tenho notado muitas pessoas que antes não ouviam Stream e agora adoram o novo single. Penso que estamos a captar um outro tipo de público.
Toni: Os “ditos” fãs verdadeiros compreendem esta mudança. Atenção que isto de fãs é relativo, não temos nem vamos generalizar como uma massa. Vamos continuar a tocar as mesmas coisas constantemente? Da mesma forma? É que depois ficas saturado das mesmas ideias, etc…
Aceitas, no entanto, comentários mais corrosivos do género: os Stream venderam-se completamente?
Eddie: Não tenho problema nenhum com quaisquer tipos de comentários. Desde que esteja de consciência tranquila as pessoas são livres de dizer o que quiserem.
Toni: Claro, são comentários! Podem ser com poucos fundamentos que na verdade, na sua maioria, são… Mas vivemos numa democracia. Temos que aceitar as coisas. É normal este tipo de comentários, é em Portugal que vivemos… Agora que temos algum sucesso (atenção que isto é relativo) é fácil de acusar. Porque é que os concertos do dito underground não são de graça? Será que estas bandas vendem-se?...
A entrada de novos elementos para a banda, ao que parece, está então também na origem desta mudança de sonoridade...
Eddie: É claro que adicionando uma guitarra vai-se alterar o som de uma banda. Mas para nós isso é tudo a evolução natural da banda sempre com o intuito de melhorar.
Já agora, fala-nos porque saíram elementos originais da banda...
Eddie: As pessoas têm a sua vida além da banda e é evidente que não podemos exigir devoção total e completa à banda. Chega uma altura em que se têm de tomar opções. A vida familiar e profissional de cada um são extremamente importantes. Clarifico, visto que fala no plural, apenas saiu um membro original da banda...
Como foi compor "Another Story"? Tiveram que desviar a vossa consciência daquilo que haviam feito até agora ou foi realmente algo espontâneo? Houve muito "cérebro" ao compor este trabalho?
Eddie: O João e o Toni são os compositores da banda, eu e o Nuno complementamos o resto com alguns pormenores. Neste tema foi o Toni que fez o bruto. Ele tem facilidade em compor e é muito expontâneo ao fazer temas com bons refrões, com uma sonoridade mais apelativa. Agora se é preciso muito cérebro para ouvir a música… Já é diferente! [risos]
E os resultados estão a ser realmente os que esperavam?
Eddie: O que esperávamos era promover a banda por todo o lado e isso está a ser superado e de que maneira.
Fala-se também muito da possibilidade de um tema dos Stream vir a fazer parte da banda sonora da série "Morangos Com Açúcar". Confirmas?
Eddie: Enfim, já ouvimos tanta coisa... Só falamos de factos concretos e esse não o é certamente..
No estrangeiro, como têm sido as reacções ou mesmo as vendas de "Another Story"?
Eddie: Do melhor! Não estávamos habituados a ter reconhecimento por parte das pessoas e é óptimo vermos que lá fora é que nos dão algum valor. Resumindo: “Santos da casa não fazem milagres”!
Esta realidade está longe de ser nova, mas, Toni, como descreves o sentimento de um vocalista que passou por bandas bem pesadas como os God's Sin e Volkanic e está agora a cantar e a escrever letras que falam de amor?
Toni: Apesar de não ser um executante como o João, tenho muita facilidade e criatividade de composição. Oiço música de todos os feitios, línguas, até sonoridades bem extremas [muito mesmo]! [risos] Enquadro-me com facilidade em diferentes géneros. Mesmo nos God’s Sin as letras eram mais românticas apesar de ser metal. Em Volcanik é tudo diferente, mas costumo dizer que o que o público quer ouvir é uma boa canção, quer seja pop, rock ou metal. È claro que faz diferença tocar metal e agora um género mais soft como o dos Stream. Vai da pessoa, nem eu nem eles queremos estar limitados…
Como descreves, no fundo, o som que os Stream estão a explanar actualmente?
Eddie: Rótulos não nos cabem a nós dar, nós apenas queremos tocar. Mas se fosse para o definir, rock claramente.
Toni: Rock & Roll! Isto de “sub-labels” é complicado...
E quanto às reacções do público no vosso último concerto, ou seja, no festival Angra Rock 2006?
Toni: Nesse concerto verificou-se uma série de problemas técnicos que nada tiveram a ver connosco. Mas, no entanto, da parte do público deu para perceber quem realmente estava atento e conhecia a banda e quem realmente não percebia nada de nada… [risos]. Deu para aprender também que temos de adicionar ainda mais um técnico à nossa comitiva.
E para breve, o que se prevê a nível de agenda ao vivo para os Strëam?
Eddie: Já temos dois espectáculos marcados, um na ilha do Faial e outro na ilha de São Jorge. Mais novidade no nosso site www.followthestream.net.
Creio também, no vosso caso, que esse surto de popularidade deve-se igualmente a um excelente trabalho de management. Concordas?
Eddie: Concordo plenamente. No nosso caso o manager é tão importante como qualquer um dos músicos. O trabalho desenvolvido pelo Pedro Fragoso é, de facto, muito importante na vida dos Stream. É impossível para um músico estar concentrado no seu trabalho se tem que tratar dos "negócios" da banda, preocupar-se com deslocações, contratos, cachets, etc... para além de promover a banda junto dos meios de comunicação social. Nós estamos satisfeitos com o seu trabalho.
Será este um dos pontos que tem falhado até hoje nos projectos açorianos?
Eddie: Não sei. Ao perguntares isso lembro-me de um músico canadiano dos Brasse Camarade que deu em Angra do Heroísmo um workshop sobre o rock chamado "O rock também se cria à mão" em que disse: “No mundo da musica não existe espaço só para os músicos mas também para técnicos de som, de luz, de instrumentos, produtores, agentes, manager, etc”. Acho que existe nos Açores uma mentalidade do género “ou sou músico ou então nada”. Mas no fundo o que é mais importante é credibilizar o rock açoreano torná-lo apetecível às pessoas de cá... e de lá!
Para terminar, alguma mensagem?
Eddie: Em primeiro lugar gostaria de agradecer à SounD(/)ZonE por esta oportunidade. Por outro lado agradecer também à Angra Music Agency, á Cutiepop Records e a todos os outros que acreditam no nosso sonho. A todos os que gostam dos Stream e não são aqui mencionados um obrigado muito especial. Gostava ainda de dizer a todas as pessoas que têm bandas nos Açores que nunca desistam. Os vossos sonhos estão nas vossas mãos. Bem hajam!
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Nuno Costa