Review
ZYMOSIS
“Disharmonical Symphony Of Black Dimensions”
[DCD – Dark Matter Kreations]
Oriundos de S. Roque, uma freguesia urbana nos arredores de Ponta Delgada, nos Açores, os Zymosis acabam de lançar a sua primeira demo oficial através de uma independente terceirense. Formados em 2001 pelo guitarrista Skalvik [e por Rui Medeiros que, entretanto, já saiu] é, porém, só em 2003 que consolidam o seu line-up e começam a investir mais a sério no seu trabalho. A prova é este último ano “mexido” que serviu ainda para editar de forma independente uma demo ao vivo [gravada no festival Livramento Headbangers Fest] e uma série de concertos que conseguiu deixar muito boa impressão no público. No entanto, e apesar do som desta demo ao vivo não ser, de longe, o melhor, a banda decidiu distribui-la um pouco por todo o mundo, conseguindo, ainda assim, obter boas reacções por parte de rádios, zines e webzines. Estes factos serviram para facilitar a busca de contracto e surpreender assim o meio açoriano com a mesma rapidez e eficácia com que cresceram e projectaram o seu nome.
Dinâmica e força de vontade é coisa que não lhes falta efectivamente, num meio tão difícil como o açoriano. Resta perceber se a nível musical esta postura se coaduna para garantir um trabalho maduro e inovador. Pois é, se atestarmos por aí, a banda ainda terá de percorrer um longo caminho e limar muitas arestas. O black metal de orientação sinfónica que estes Zymosis praticam anda muito perto daquilo que uns Emperor e Dimmu Borgir fizeram no início da década de 90, sentindo-se claramente alguma falta de originalidade numa fórmula que por si só já está gasta e saturada há bastante tempo. No entanto, o que fazem está bem feito e em alguns momentos sentimos mesmo a vontade da banda em dar o seu cunho pessoal aos temas, o que acreditamos virá a acontecer naturalmente com o decorrer do tempo. As capacidades estão lá, falta ainda mais um pouco de maturidade.
Quatro temas e uma intro compõem este trabalho, com grande incidência no uso dos teclados [como é apanágio do género], nas guitarras fortes e cruas e em batidas quase sempre rápidas. A voz e as gargalhadas diabólicas de Negaratus conseguem conferir um ambiente bastante maléfico aos temas. Quanto ao som, não se poderia esperar muito de um registo que foi gravado na sala de ensaios com um gravador de duas pistas. No entanto, a crueza que daí lhe advém confere um feeling muito especial ao trabalho. E é isso que aqui se pretende: visceralidade, frieza e trevas.
[6/10] N.C.
“Disharmonical Symphony Of Black Dimensions”
[DCD – Dark Matter Kreations]
Oriundos de S. Roque, uma freguesia urbana nos arredores de Ponta Delgada, nos Açores, os Zymosis acabam de lançar a sua primeira demo oficial através de uma independente terceirense. Formados em 2001 pelo guitarrista Skalvik [e por Rui Medeiros que, entretanto, já saiu] é, porém, só em 2003 que consolidam o seu line-up e começam a investir mais a sério no seu trabalho. A prova é este último ano “mexido” que serviu ainda para editar de forma independente uma demo ao vivo [gravada no festival Livramento Headbangers Fest] e uma série de concertos que conseguiu deixar muito boa impressão no público. No entanto, e apesar do som desta demo ao vivo não ser, de longe, o melhor, a banda decidiu distribui-la um pouco por todo o mundo, conseguindo, ainda assim, obter boas reacções por parte de rádios, zines e webzines. Estes factos serviram para facilitar a busca de contracto e surpreender assim o meio açoriano com a mesma rapidez e eficácia com que cresceram e projectaram o seu nome.
Dinâmica e força de vontade é coisa que não lhes falta efectivamente, num meio tão difícil como o açoriano. Resta perceber se a nível musical esta postura se coaduna para garantir um trabalho maduro e inovador. Pois é, se atestarmos por aí, a banda ainda terá de percorrer um longo caminho e limar muitas arestas. O black metal de orientação sinfónica que estes Zymosis praticam anda muito perto daquilo que uns Emperor e Dimmu Borgir fizeram no início da década de 90, sentindo-se claramente alguma falta de originalidade numa fórmula que por si só já está gasta e saturada há bastante tempo. No entanto, o que fazem está bem feito e em alguns momentos sentimos mesmo a vontade da banda em dar o seu cunho pessoal aos temas, o que acreditamos virá a acontecer naturalmente com o decorrer do tempo. As capacidades estão lá, falta ainda mais um pouco de maturidade.
Quatro temas e uma intro compõem este trabalho, com grande incidência no uso dos teclados [como é apanágio do género], nas guitarras fortes e cruas e em batidas quase sempre rápidas. A voz e as gargalhadas diabólicas de Negaratus conseguem conferir um ambiente bastante maléfico aos temas. Quanto ao som, não se poderia esperar muito de um registo que foi gravado na sala de ensaios com um gravador de duas pistas. No entanto, a crueza que daí lhe advém confere um feeling muito especial ao trabalho. E é isso que aqui se pretende: visceralidade, frieza e trevas.
[6/10] N.C.